27 fevereiro 2010
Olga Bernad
No vendo mi alma al diablo por la gloria
que persiguen discípulos más débiles,
ni regalo un minuto de mis sueños
por poderlo contar.
Algo distinto y nuevo me envilece:
mi corazón por una galopada,
ver esta tierra desde tu montura
y saberlo contar.
[in Caricias perplejas, Sevilla, Fundación ECOEM, 2009]
26 fevereiro 2010
Batman contra Superman
Para ler mais, aqui.
25 fevereiro 2010
Qi Baishi (1863-1957)
Fonte: El País
24 fevereiro 2010
Um padre que adorava "follar"
A única nota discordante é o ser padre. Ou seja, ter feito votos de celibato. E estar, portanto, moralmente impedido de qualquer acto sexual. E, claro, ter usado dinheiro da paróquia para linhas e sítios pornográficos.
Para ler mais, aqui e aqui.
23 fevereiro 2010
Em ano de crise o Super-Homem vale 1 milhão
O livro, que saíra do mercado há cerca de 15 anos, fora vendido, em 1995, por cerca de 110 mil euros. No ano passado a quantia mais do que duplicou (233.375 euros). Agora triplicou.
22 fevereiro 2010
Fenómenos
E não param de surgir ferramentas. A mais recente é Chatroulette, um sítio lançado em Novembro por um jovem russo de 17 anos (Andrey Ternovskiy) que põe em contacto, ao calhas, dois internautas desconhecidos entre si que possuam webcam e estejam conectados ao serviço. Uma das novidades é não haver necessidade nem de inscrições, nem de usernames, passwords ou outra qualquer informação. É instantâneo e permite que um se veja ao outro, sem aviso prévio, podendo conversar ou saltar para outra webcam. Num sítio assim, pode-se encontrar de tudo, diz quem já por lá andou, novos e velhos, homens e crianças, raparigas e tarados. (Ler mais aqui e aqui).
21 fevereiro 2010
18 fevereiro 2010
Eugenio Merino - Starway to Heaven
Sexo e literatura portuguesa
Os entrevistados não são grande coisa, diga-se em abono da verdade.
O problema não é da terminologia, é mesmo da educação puritana e católica que parece ter castrado os tugas. Diz a jornalista Inês Pedrosa que 'Bunda' é muito melhor do que 'rabo'. 'Seios' é piroso, 'mamas' é cru. 'Pau', no Brasil, resulta e por cá vai-se generalizando. Mas a palavra começada por 'c' nem poderia aparecer neste artigo..." A coisa, como se vê, é medíocre. Por que raio bunda é melhor do que rabo? Enfim.
Nuno Bragança, Luiz Pacheco, José Cardoso Pires, Maria Velho da Costa, Maria da Conceição Caleiro serão excepções. O problema não é o sexo, o problema é que para se escrever sobre o assunto há que saber-se e não ter medo das palavras. E depois é preciso saber escrever.
De resto, inovar em sexo é pura ilusão. Há milénios que se sabe tudo.
Quem é JM Aznar?
17 fevereiro 2010
Jorge de Sena
Como duram pouco
hoje
os mártires.
Espancados, torturados, perseguidos,
assassinados a tiro ou a sorrisos,
os nomes deles povoam as memórias
dos mártires seguintes
nada mais.
E as faces deles perpassam
em jornais, na TV, rapidamente
para que os perseguidores
arrotando
peidando-se
palitando os dentes
na penumbra solitária da salinha
possam esquecê-los
depressa.
Além disso,
os mártires de hoje
não são sequer pessoas respeitáveis;
promíscuos, pederastas, dominó
para os dois lados, bêbados, ou viciados em drogas,
cabeludos, piolhosos, mal-cheirosos,
ainda por cima, às vezes,
trabalhadores honestos e pais de família.
Que mundo pode vir de tamanha degradação?
O perseguidor - políticos, militares, polícias,
velhas solteiras, todos
os que velam pela limpeza dos jardins,
dos esgotos, das cadeias, dos cemitérios -
interroga-se com indignação
(e adormecem sonhando com um
jogo de espelhos que lhes per-
mita ao menos contemplar
uma vez, antes de morrerem,
o próprio cu).
Como duram pouco
hoje
os mártires.
May, 13/1969
[in Visão Perpétua, Edições 70, 1989, págs. 102-3]
16 fevereiro 2010
14 fevereiro 2010
13 fevereiro 2010
Patrick Lane
The gentle fears he tells me of being
afraid to climb back down each day
from the top of the unfinished building.
He says: I’m getting old
and wish each morning when I arrive
I could beat into shape
a scaffold to take me higher
but the wood I need
is still growing on the hills
the nails raw red with rust
still changing shape in bluffs
somewhere north of my mind.
I’ve hung over this city like a bird
and seen it change from shacks to towers
It’s not that I’m afraid
but sometimes when I’m alone up here
and know I can’t get higher
I think I’ll just walk off the edge
and either fall or fly
and then he laughs
so that his plumb-bob goes awry
and single strokes the spikes into the joists
pushing the floor another level higher
like a hawk every year adds levels to his nest
until he’s risen above the tree he builds on
and alone lifts into the wind
beating his wings like nails into the sky.
Wendy Morton
thunder and cinnamon.
Is: walls the colour of Provence;
seagulls framed in the skylight,
between clouds and the morning moon;
hoya trailing night perfume;
a level floor;
a new sink;
your hands.
David's trees
You show me the perfect drawing
of a broken tree branch
still blooming,
you drew last spring;
then the Sudek photographs of cherry trees.
Later, your collection: framed splinters
from a Zeppelin;
a piece of Winchester Cathedral,
from 1079;
an Inuit snow scraper;
your daughters' paintings;
a box filled with the small bones
of birds and blue stones.
Nearby, your luminous wife
plays Telleman on the Steinway,
wearing her best sadness and blue shoes.
Later, she'll decorate
a cake for your birthday,
play for you.
And for a while,
your world will be perfect:
a tree branch blooming in June,
white blossoms falling everywhere
like love.
Vivemos no melhor dos mundos
Se bem leram as notícias dos últimos dias, o PSD não sai bem no retrato. Os acordos entre o PS e o PSD em questões de grandes empresas são frequentes e datam, talvez, do tempo em que se coligaram para "salvar a nação". Isso de salvar a nação proporciona sempre bons negócios. Há uns quantos que passam a ganhar milhões. Ganhar milhões é o objectivo de quase todos os portugueses, embora a grande maioria esteja longe de perceber como se chega lá.
O caso das escutas não passa, se virmos bem as opiniões dos diferentes protagonistas, Moniz e companhia incluídos, de um grande negócio que se cozinha entre os meandros do escândalo. E parece haver uma mãozinha africana no meio disto. À qual se juntam as mãozinhas daqueles que dentro e fora do PS têm perdido dinheiro ou tachos.
O problema talvez esteja no excesso de promiscuidade entre a política e os negócios. Mas isso para os tugas é nada. Maldizer os políticos é um desporto nacional. Esquecendo-se que sem políticos não há governo e sem governo as coisas não funcionam. Ou seja, estas trapalhadas abrem caminho fácil a populismos. Basta olhar para Itália e ver como gente execrável se instala no poder com o voto dos cidadãos que julgam estar a "castigar" os corruptos.
Vai sendo tempo de criar estruturas para formação de quadros políticos que não dependam directamente dos partidos. Gente com formação literária (histórica, filosófica, política) e económica que tenha estudado casos antigos e recentes da vida nacional e internacional e que mobilize a opinião pública para projectos nacionais, sejam eles de direita ou de esquerda, com maior ênfase nas empresas ou na equidade social, nas leis do mercado ou no tipo e peso de impostos. Gente que ganhe bem, muito bem, porque a democracia tem custos. A não ser que os portugueses prefiram viver subjugados, debaixo de uma qualquer pata fedorenta que mais não faz do que exalar retórica relambida.
Os melhores momentos da nossa história são aqueles que foram protagonizados por novos quadros: os dos fundadores; os do início da segunda dinastia; os liberais; os republicanos.
12 fevereiro 2010
Prova provada de que não há liberdade de expressão
O semanário Sol teve o que queria: publicidade e as vendas vão de vento em popa. O pior é que mal se acabe o "escândalo" voltam a baixar drasticamente. Será que o destino lhe reserva o mesmo que a O Independente? Ao tempo de Paulo Portas também se alimentou de escândalos. O problema é que quem lê não quer apenas escândalos, quer investigação e isso custa mais e exige jornalistas bem preparados.
10 fevereiro 2010
O PSD sem ideias
Marques Mendes, esse líder brilhante que conseguiu chegar e sair da liderança do PSD sem resultados, vem agora mostrar porque é que esse partido não sai da cepa torta: “Eu acho que Portugal vive num pântano como já há muito tempo eu já não imaginava. Esta situação pantanosa vai acabar. É uma questão de tempo. Provavelmente mais cedo do que mais tarde”.
Em vez de apresentar soluções gerais, Marques Mendes opta pela politiquice, que é muito afim do trauliteirismo que caracteriza Paulo Portas, cujas ideias são luminosas: reduzir os salários dos políticos. Não bastava ser o Paulinho das feiras, quer ser o Feirinhas de Portugal e arengar com a mesma falta de argumentos de que se serve o zé povo na sua douta sabedoria etílica ou reumática.
Já aqui o dissemos várias vezes: Portugal tem dirigentes medíocres e empresários do mesmo calibre. Enquanto assim for, é difícil dar o salto. Um país precisa de ideias, de projectos, de uma visão. E é precisamente aí que as coisas se complicam. Nada. O vazio é de bradar aos céus. Muito blá blá para agradar aqui e ali, de resto os negócios de sempre, os esquemas do costume.
Isso de "apertar o cinto" que custou votos e popularidade a Mário Soares é inevitável. Mas não chega. Portugal precisa que a população seja mais exigente, que leia e discuta programas e que vote depois em função desse conhecimento. Votar porque se é da cor X ou Z nada resolve. Votar porque se está zangado com Fulano ou Beltrano dá no mesmo. Não é isso que dá força anímica ao país. O país precisa de ideias. Precisa que cada sector apresente propostas para revitalizar uma nação que embora pareça perdida, apenas está expectante.
Gastar dinheiro em estádios de futebol e em obras de fachada é um crime. Mas como a história já mostrou não é menos crime encher os cofres do estado com ouro e ter a população moribunda.
Taxistas ou ladrões?
Conhecemos casos semelhantes. Ocorridos em Lisboa e noutras cidades. Há taxistas que são pulhas e há-os até que são piratas.
A notícia de que a PSP está atenta é saudável. Em tais casos devia-lhes ser retirado imediatamente a licença de condução de carros de aluguer. Todos os que fossem apanhados com o dispositivo chamado "acelerador de Taxímetro", que visa aumentar as tarifas em função dos quilómetros, deveriam pagar multas exemplares e ficar sem carta. O mesmo deveriam fazer aos que especulam e tomam os clientes por parvos.
O embaixador e a burka
A burka e o niqab podem ter a vantagem, da perspectiva machista, de proteger a mulher da cobiça alheia. Mas também podem ser usados contra esse mesmo machismo.
Fonte: JN
09 fevereiro 2010
Uma excepção
Este homem descobriu certo dia que as relações que tinha eram falsas. Como se as pessoas que o rodeavam fossem actores. Actores cuja função era proporcionar-lhe uma existência de cinco estrelas. "Foi o maior choque da minha vida, quando me apercebi quão horrível, sem alma e vazia era o estilo de vida cinco estrelas". Então, tomou uma decisão. Desfazer-se de grande parte dos bens que possui. "Venho de uma família em que as regras eram trabalhar duro para arrecadar o mais possível", contou. Um modo de vida que seguiu durante muitos anos, mas que, gradualmente, o foi consumindo por dentro. "Durante muitos anos não fui suficientemente corajoso para fugir das armadilhas de uma existência confortável". Agora, basta-lhe o amor e uma cabana e certamente um certo pecúlio para subsistência e outras coisas que tem em vista. O dinheiro da venda das mansões, viaturas e outros luxos será para obras de caridade na América do Centro e do Sul. A fortuna vai apoiar soluções de microcrédito em países como El Salvador, Honduras, Bolívia, Peru, Argentina e Chile.
O homem está feliz. Ora vejam.
Fonte: JN
Técnicas de controlo
Christophe Dejours, psiquiatra, psicanalista e professor no Conservatoire National des Arts et Métiers, em Paris, dirige ali o Laboratório de Psicologia do Trabalho e da Acção, onde se estuda a relação entre trabalho e doença mental. Esteve em Portugal e disse:
«A avaliação individual é uma técnica extremamente poderosa que modificou totalmente o mundo do trabalho, porque pôs em concorrência os serviços, as empresas, as sucursais – e também os indivíduos. E se estiver associada quer a prémios ou promoções, quer a ameaças em relação à manutenção do emprego, isso gera o medo. (...) Muito rapidamente, as pessoas aprendem a sonegar informação, a fazer circular boatos e, aos poucos, todos os elos que existiam até aí – a atenção aos outros, a consideração, a ajuda mútua – acabam por ser destruídos. As pessoas já não se falam, já não olham umas para as outras. E quando uma delas é vítima de uma injustiça, quando é escolhida como alvo de um assédio, ninguém se mexe…»
Conta algumas histórias arrepiantes. Uma, a do modo como se formam os quadros superiores, preparando-os para cumprir os objectivos das empresas (mesmo que ilegais). Ensinam-lhes técnicas de assédio e constrangimento: «Há estágios para aprenderem essas técnicas [de assédio]. Posso contar, por exemplo, o caso de um estágio de formação em França em que, no início, cada um dos 15 participantes, todos eles quadros superiores, recebeu um gatinho. O estágio durou uma semana e, durante essa semana, cada participante tinha de tomar conta do seu gatinho. Como é óbvio, as pessoas afeiçoaram-se ao seu gato, cada um falava do seu gato durante as reuniões, etc.. E, no fim do estágio, o director do estágio deu a todos a ordem de… matar o seu gato.» Apenas uma mulher reagiu mal à dita ordem. Os outros 14 mataram os seus. A mulher não conseguiu e teve de receber tratamento psicológico.
E os sindicatos?
«Penso que os sindicatos foram em parte destruídos pela evolução da organização do trabalho. Não se opuseram à introdução dos novos métodos de avaliação. Mesmo os trabalhadores sindicalizados viram-se presos numa dinâmica em que aceitaram compromissos com a direcção. Em França, a sindicalização diminuiu imenso – as pessoas já não acreditam nos sindicatos porque conhecem as suas práticas desleais.»
Vale a pena reflectir sobre o que este psiquiatra diz:
«Acontece que, quando se faz a avaliação individual do desempenho, está-se a querer avaliar algo, o trabalho, que não é possível avaliar de forma quantitativa, objectiva, através de medições. Portanto, o que está a ser medido na avaliação não é o trabalho. No melhor dos casos, está-se a medir o resultado do trabalho. Mas isso não é a mesma coisa. Não existe uma relação de proporcionalidade entre o trabalho e o resultado do trabalho.
É como se em vez de olhar para o conteúdo dos artigos de um jornalista, apenas se contasse o número de artigos que esse jornalista escreveu. Há quem escreva artigos todos os dias, mas enfim... é para contar que houve um acidente de viação ou outra coisa qualquer. Uma única entrevista, como esta por exemplo, demora muito mais tempo a escrever e, para fazer as coisas seriamente, vai implicar que o jornalista escreva entretanto menos artigos. Hoje em dia, julga-se os cientistas pelo número de artigos que publicam. Mas isso não reflecte o trabalho do cientista, que talvez esteja a fazer um trabalho difícil e não tenha publicado durante vários anos porque não conseguiu obter resultados.
Passados uns tempos, surgem queixas a dizer que a qualidade [da produção ou do serviço] está a degradar-se. Então, para além das avaliações, os gestores começam a controlar a qualidade e declaram como objectivo a “qualidade total”. Não conhecem os ofícios, mas vão definir pontos de controlo da qualidade. É verdadeiramente alucinante.»
A entrevista pode ser lida na íntegra aqui.
08 fevereiro 2010
A internet, o novo papão?
Mas isso que interessa aos investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade de Coimbra e Instituto Pedro Nunes (FCTUC/IPN)? Eles ainda estão na fase do papão (a, b, c), quiçá com a esperança de que a net deixe de ser uma teia e se torne tão-só numa cadeia.
07 fevereiro 2010
Turquia, 2010
Dada como desaparecida, Medine foi encontrada morta por baixo de um galinheiro no quintal da sua casa [imagem acima]. Morreu sufocada, com os pulmões e o estômago cheios de terra.
Tudo aconteceu em Kahta, na provínvia de Adiyaman. Aos olhos da família, uma rapariga não pode falar com rapazes. Medine esqueceu-se disso e o pai e o avô não estiveram com meias medidas, enterraram-na viva.
Ao que se sabe, a rapariga tentou a ajuda da polícia dias antes, dizendo que pai e avô a tinham espancado. Em vão. Fê-lo por três vezes. E três vezes a polícia a mandou para casa sem fazer nada.
Os chamados "crimes de honra" continuam a causar cerca de 200 mortes por ano na Turquia. Em 2004, pressionado pela União Europeia, o governo turco acabou por alterar o código penal do país retirando o artigo que reconhecia atenuantes nos crimes de honra. Mas metade dos homens condenados por crimes de honra não se arrependem - atitude partilhada pelos outros membros da família.
Fonte: Telegraph
06 fevereiro 2010
José Luis García Martín
«¿Nunca te han invitado al Festival de Poesía de Bogota? Pues no sabes lo que te pierdes. Pídeselo a Manolo Borras. Allí tiene mucha mano porque a todos los colombianos les ha dado por publicar en Pre-Textos. Cuando yo estuve, un empresario petrolero -o eso decía él- nos ofreció un cóctel en su casa. Allá fuimos en diez taxis. Al entrar, alucinamos: todas las paredes estaban cubiertas con enormes fotos de adolescentes desnudas. Todas, literalmente todas, incluso los baños. Había dos pequeñas excepciones. En el salón principal, las fotos rodeaban unas cartas autógrafas. Eran del presidente de la república, Álvaro Uribe. También había un pequeño grupo de fotografías en las que el presidente abrazaba al dueño de la mansión. Vestía como un gánster de película, no le faltaba ni una aparatosa cadena de oro. Cuando apareció, sin apenas saludarnos, se subió a una tarima y comenzó a declamar sus poemas. Me entraron unas ganas tremendas de reír. También Eduardo Moga y Ledo Yvo, que estaban cerca de mí, parecía que iban a estallar en carcajadas. A mí se me quitaron las ganas en cuanto vi el pistolón de un guardaespaldas. Aplaudimos mucho. Luego nos fue saludando uno a uno. “¿No es injusto que sea Gabo quien represente a Colombia en el mundo y no yo? ¡El mercantilismo de la novela siempre por encima de la pureza de la poesía!”. Yo le insinué mi asombro ante la decoración. Se quitó el puro de la boca, sonrió y dijo: “Yo he tenido más de dos mil mujeres. Esta es solo una pequeña muestra”. Cuando me dejó, me acerqué a un pequeño estante lleno de libros. El dueño, al darse cuenta de mi interés explicó: “En esta casa hay pocos libros, pero los que hay son obras maestras”. Y así era, efectivamente: se trataba de los libros que él había escrito, en ediciones normales y en ediciones de lujo para amigos. Aquel narco-poetastro –no te voy a decir su nombre, que luego todo lo cuentas y no quiero que peligre mi vida- era una mezcla de Berlusconi, Corleone y Justo Jorge Padrón.»
Nichos de mercado
Uma noite dentro do museu alicia as pessoas? Alicia. Até ao fim da exposição, as encomendas estão preenchidas. Quem quiser, pode beneficiar de pequeno-almoço, casa de banho de luxo na cave do museu, mini bar e serviço de mordomo.
A instalação faz parte da exposição "Divided divided" de Höller, sendo composta por quatro plataformas circulares em vidro, que giram sobre elas próprias e nas quais se encontram uma cama, uma mesa, duas cadeiras, um mini bar e um cabide. A plataforma da cama, a mais rápida, dá uma volta completa numa hora.
Já em Toronto, no Canadá, um restaurante, o Mildred’s Temple Kitchen, está a oferecer a possibilidade de se usar a casa de banho para sexo no dia de S. Valentim. Parte da adrenalina fica de fora, claro, pois sendo permitido já não há aquela excitação que alguns clientes do restaurante já comprovaram.
Fontes: JN e i
04 fevereiro 2010
L´Homme Qui Marche = 74 milhões de €
A escultura de bronze data de 1961 e foi uma encomenda para a Chase Manhattan Plaza de Nova Iorque. Giacometti criou várias peças para este projecto de arte pública, mas acabaria por abandoná-lo por ser demasiado demorado.
Há mais de 20 anos que não aparecia no mercado uma peça do escultor de tão grandes dimensões. A obra "L'Homme Qui Marche" tem 1,83 metros e pertencia ao Commerzbank alemão.
China nos dias de hoje
Um taxista chinês, de 42 anos, acorrentou o filho de dois anos a um poste, em frente a um centro comercial, porque tinha medo de o perder enquanto ia trabalhar. É que a filha, de quatro anos, desapareceu no mês passado e ainda não deu sinais de vida. "Nem sequer tenho uma fotografia da minha filha para pôr um anúncio, para a procurar. Não posso perder o meu filho também", disse o homem à imprensa chinesa.
Podia deixá-lo numa creche? Podia, se o estado chinês deixasse, mas não deixa. É que ele e a mulher vivem ambos em Pequim, mas não são naturais de lá. E como tal, aos olhos dos chineses, não têm direito a inscrever os filhos numa creche do estado. O homem ganha 5 euros por dia e a mulher e mãe das crianças é deficiente mental. Assim, para poder trabalhar como taxista e sustentar a família, tem vindo a acorrentar o menino há já vários dias.
Fonte: JN
Guia Ilustrado das Macroalgas
Segundo Leonel Pereira, professor no Instituto Botânico da Universidade de Coimbra, este guia, em formato de bolso, com cerca de 90 páginas, começou por ser uma publicação destinada aos seus alunos, e depois adaptada para “introduzir as pessoas no tema”, sejam académicos, empresários, gastrónomos interessado em conhecer as espécies, ou técnicos de autarquias e instituições, ajudando-as a conhecer melhor esses vegetais marinhos e a promover o seu uso nas suas diversas facetas: a sua biodiversidade, como fertilizante agrícola, na alimentação e nos seus múltiplos usos industriais.
Partindo de uma “organização taxonómica”, o autor apresenta os grupos de algas, as vermelhas, verdes e castanhas, e insere um capítulo apresentado alfabeticamente com a descrição das algas, as suas aplicações e o local onde foram encontradas, com as respectivas fotografias.
Nesta recolha estão incluídas as espécies nativas e não nativas. Uma das que já se encontra nas costas portuguesas é a “predadora” chinesa denominada de “Undaria”, utilizada na gastronomia daquele país, e que é cultivada comercialmente nas costas europeias.
Leonel Pereira, também editor responsável pelo MACOI - portal português da macroalgas (http://macoi.ci.uc.pt) - tem em preparação um guia destinado às macroalgas do arquipélago dos Açores.
As algas macroscópicas que se encontram habitualmente nas costas rochosas portuguesas, durante a baixa-mar, exibem grande diversidade de cores, formas e tamanhos. Podem ter apenas alguns milímetros de comprimento e um aspecto frágil, ou atingir tamanhos gigantes, superiores a 50 metros, e formar verdadeiras florestas aquáticas nalgumas zonas costeiras. Apresentam colorações extremamente variadas, resultantes da combinação dos diferentes pigmentos fotossintéticos presentes nas suas células. Distinguem-se três grandes grupos, essencialmente com base na cor: macroalgas verdes (Filo Chlorophyta), macroalgas castanhas (Filo Heterokontophyta ou Ochrophyta) e as macroalgas vermelhas (Filo Rhodophyta).
Fonte: A União
La Palice e os blogues
Este que aqui nos traz é sobre a fraca adesão que os blogues encontram junto dos adolescentes norte-americanos. O que é algo muito assustador. A capacidade de um adolescente expor pontos de vista e ter algo a dizer é, como se sabe, imensa. Os maiores escritores são sempre os adolescentes. Conseguem dizer muito em poucas palavras. Isto para não falarmos de erros ortográficos ou de construções frásicas quase hilariantes. O que não quer dizer que não haja um ou outro capaz de se expressar, de defender ideias e pontos de vista ou de tomar partido sem se limitar a ser básico. Mas para um quantos são absolutamente primários?
A necessidade de pertença a um grupo e a unanimidade de "opiniões" caracteriza-os, juntamente com um conjunto de valores que julgam seus e quase sempre são apenas modas. As redes sociais que dão voz a esse tédio grupal só podem ter sucesso junto deles. Como as têm gente dos carentes afectivos aquelas que se destinam a supostos encontros românticos ou de amizade.
Segundo um gestor de redes sociais na Mayo Clinic, citado pela edição online do "USA Today e traduzido pelo Público, "o Twitter é uma seca" e o Facebook tem mais sucesso entre os mais jovens porque permite que os utilizadores conversem em tempo real, através das salas de chat. As opiniões desse indivíduo, que partilha com o seu filho de 15 anos, mostram como o negócio dos adolescentes é altamente apetecido, quiçá por lucrativo nos EUA, quer para quem o disponibiliza, quer para quem dele se serve.
03 fevereiro 2010
Chopin no espaço
A coisa acontece sob os auspícios da embaixada da Polónia nos Estados Unidos, que entregou um CD com música de Chopin à tripulação do Endeavour, dirigida por um astronauta de origem polaca, George Zamka. O objectivo é pôr em órbita algumas das composições do pianista, a fim de comemorar o bicentenário do nascimento do compositor (1810-1849). Em Março haverá outra cerimónia, desta feita em Varsóvia, com a inauguração de um museu que lhe é dedicado e de uma rota turística pela cidade, com os lugares que lhe serviram de inspiração.
02 fevereiro 2010
Caius Maecenas
Mecenas foi também o homem que introduziu em Roma as piscinas de água quente. O homem cujo nome ficou para sempre como símbolo de apoio às artes.
Em sua honra, aqui fica este breve apontamento, a que havemos de voltar em breve.
FMI
Antes da crise internacional, o papel do FMI foi relevante quer na prevenção, quer no impedimento da mesma. A crise, maldosa, é que fintou a mentira e pôs-se a dar estouros que se fizeram ouvir no mundo inteiro.
O FMI ficou aborrecido, mas continua a ter de justificar a sua existência. E como nada pode fazer no país onde tem sede, adora mandar recados aos países que considera mais fracos. A debilidade sempre propaga melhor o ruído.
Ora, considera o FMI que Grécia, Portugal e Espanha têm de reduzir salários. Para quê? Para se tornarem mais competitivos. Nada como obrigar as pessoas a trabalhar de borla, tudo fica muito competitivo, que o digam países como a China e a Índia, onde a mão-de-obra é ao preço da chuva. São altamente competitivos. Em nenhum país se vivem tão bem como naqueles dois. Mesmo os do FMI têm lá casa.
Olivier Blanchard é um verdadeiro cómico. Para ele a riqueza é apenas o comércio. O trabalho já não prece corresponder a nada, exceto se for gatruito. O próprio Olivier Blanchard dá o exemplo: trabalha muito e de borla, contribuindo assim pata o enriquecimento do seu país.
Bebedeiras
O perigo é bom e recomenda-se
A mania da segurança e da higiene fragilizam-nos. Tornam-nos seres de estufa. As estufas são muito engraçadas enquanto duram. O pior é podermos ser confrontados, a qualquer momento, com situações e acontecimentos que vão pôr à prova a nossa resistência. Pode ser o clima, pode ser uma catástrofe, pode ser um conflito.
Não deixa de ser curioso ver que uma educadora de infância, Julie Spiegler, e o marido, Gever Tulley, informático, tenham escrito Fifty Dangerous Things (You Should Let Your Children Do). Um livro que desafia os pais a deixaram as crianças correrem riscos. Depois de ter sido recusado por 16 editoras receosas de eventuais processos levantados por pais cujas crianças se magoassem no seguimento das propostas do livro, o livro tem-se vendido bem nos EUA.
Pular a cerca é sempre uma aventura. Mesmo que apenas seja a cerca do politicamente correcto.