Os portugueses depositaram 1,2 mil milhões de euros no banco estatal em Outubro, no pico da crise. Quase cinco vezes mais do que o normal. Um valor equivalente a 1% da riqueza produzida anualmente em Portugal.
Foi este o acréscimo dos depósitos da Caixa Geral de Depósitos (CGD), verificado em Outubro, num montante superior a 1,2 mil milhões de euros. Este dinheiro foi depositado no banco estatal, num fenómeno que tem na base a transferência de dinheiro de outros bancos e canalização de recursos de aplicações de maior risco. Tudo devido às incertezas do mercado financeiro e aos receios de contágio à banca nacional.
A CGD não podia fazer senão o que fez em relação ao negócio das acções, porque, diz: «A posição de 9,58% na Cimpor ao preço de 4,75 euros por acção tem plena justificação por se tratar de um bloco de acções relevante e com um prémio de controlo implícito (inferior ao habitualmente praticado),na medida em que é uma participação financeira “charneira” no controlo accionista da Cimpor. Assim sendo, este lote de acções tem, e teria sempre, um prémio de controlo. E, de acordo com as práticas de mercado, os prémios de controlo variarão entre 25% e 35% sobre o preço médio em bolsa dos últimos 6 meses. No caso presente, considerando a cotação média dos últimos 6 meses da Cimpor (3,78 euros), significa que a transacção dos 9,58% foi efectuada com um prémio de 25%, isto é, no limiar mínimo do intervalo dos prémios de controlo. Em reforço deste princípio, convém sublinhar que foi muito recentemente efectuada uma transacção, com contornos semelhantes, no mercado de valores da Bolsa de Lisboa com um prémio de 36%.»
Ou seja, assim que as coisas melhorarem nos mercados a CGD recupera o dinheiro. Entretanto, para efeitos de contabilidade, o buraco não é tão grande, porque património é sempre património (os aristrocatas que o digam).
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