04 fevereiro 2009

Esponjas com 635 milhões de anos


Vestígios químicos deixados por esponjas há 635 milhões de anos em estratos de sedimentos encontrados em Omã são a prova da vida animal mais antiga da Terra, revelaram hoje cientistas norte-americanos na revista “Nature”.

As esponjas são organismos primitivos que não se deslocam voluntariamente do seu local de fixação. Alimentam-se por filtração, bombeando água através das paredes do seu corpo e retendo as partículas de alimento nas suas células. Não possuem músculos, nem sistema nervoso, nem órgãos internos.

Usando uma análise química dos sedimentos rochosos, datados de há 635 milhões de anos, os cientistas descobriram vestígios de moléculas que só são produzidas por uma classe de esponjas. Isto sugere que as criaturas existiam antes da Idade do Gelo que ocorreu há 630 milhões de anos e que trouxe depois a súbita diversificação de vida multicelular, há 530 milhões de anos. Estas formas simples de vida animal surgiram 200 milhões de anos antes do aparecimento das plantas terrestres, diz Roger Summons, geobiológo do Instituto de Massachusetts que participou na investigação.

Os fósseis de animais mais antigos, encontrados nas rochas, datam de há 580 milhões de anos. Mas os autores deste estudo defendem que os “fósseis moleculares” deverão ser a melhor forma utilizada para compreender a Evolução. “As pessoas que olham para os fósseis nas rochas, normalmente, consideram apenas a imagem visível”, considerou Summons. Mas “isto vem mostrar que esses vestígios não são a única coisa a procurar”.

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