26 fevereiro 2009

Mais um negócio com o alto patrocínio da Comunidade Europeia


Não bastava ter uma colecção (inútil) de cassetes vídeo (VHS), chega-me agora a informação de que mais três anos e deixo de poder ver a RTP Açores. O meu velho receptor não suporta o digital, mas o analógico vai desta para melhor em 2012. E se quiser ver televisão tenho de comprar um novo aparelho. Ora bolas. Para os fabricantes é óptimo, claro. Mas eu, que ganho pouco mais do que o salário mínimo, tenho de desembolsar uns bons centos de euros para poder ver televisão?
Leio a notícia e começo logo a ficar com nervoso miudinho: o jargão técnico tem esse dom, o de me irritar. Que raio, tanto acordo ortográfico, tanta adaptação para virem falar em “switch-off”, "simulcast", “set-top-boxes”, TDT, IPTV...
Eu sei que não há pacóvio que não se babe com siglas e palavrinhas em outra língua que não a nossa, mas não acham que, tendo em conta que somos nós que vamos ter de pagar o negócio, as coisas deveriam ser mais bem explicadas e em linguagem que a gente entenda?
Dizer que com a transição para o sistema digital terrestre "a população passará a ter um conjunto muito significativo de vantagens ao nível da qualidade da imagem e do som, mas também mais canais (com transmissão em alta definição)" soa-me a aldrabice. Ainda há imensos lugares onde a suposta qualidade de imagem é pura mentira (então se for zona raiana, vê-se melhor qualquer canal espanhol que um dos quatro portugueses). Isto para não falar da badalhoqueira que é a programação - excepto uma ou outra série não há informação digna do nome e quanto a entretenimento é melhor nem falar, ao lixo sucede lixo ainda pior.
Para ver telelixo chega-me o velho aparelho. Para quê gastar uma pipa de massa para ter a casa encharcada de publicidade ou de lixo?
Digam-me, que eu sou um bocadinho limitado de entendimento.

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