18 julho 2009

Bocejo, um grande bocejo

É curioso que um documento assinado por gente que se auto-intitula de intelectual parta de considerações genéricas abertas para propostas conservadoras e que enfermam de um entendimento passadista da vida. E sobretudo que o faça no jargão meio bacoco do politicamente correcto.
Quem maltrata a língua e a distorce para corresponder a manias, esquecendo que a simplicidade e a economia são sempre essenciais, só pode estar a brincar. Ou estar tão cheio de si que se esquece do quão irrelevante é. Dizer que, «de um modo geral, o texto formula interrogações que implicam escolhas e admite que as diferentes forças políticas assumam posições distintas e até antagónicas» é mostrar que o tal documento não passa de um amontoado de banalidades onde se perdem as poucas ideias interessantes que aqui ou ali se encontram.
Os intelectuais nunca tiveram muito jeito para servir. São mais do tipo de se servir, de se alimentarem da mesa do orçamento. Amontoar generalidades sem propostas concretas é algo ao alcance de qualquer pessoa. Os cafés estão cheios disso. E como texto humorístico tem palavras a mais, é enxundioso.
Esperava-se que cada questão fosse teoricamente fundamentada. Mas isso era pedir qualidade. Não. O que ali está é generalidade, banalidade, lugar comum.

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