13 abril 2009

Inflação: desceu mas ninguém nota a não ser os da estatística


Os dados mostram algo que os consumidores não sentem: baixa de preços. Os combustíveis continuam caríssimos e os salários baixíssimos. Tal como sempre. Se há 45 anos os combustíveis eram o que eram, diga-se que nem uma centésima parte do tráfego havia.
Curiosamente, há cada vez mais gente a vender a ideia de que a deflação está aí ao virar da esquina. Mas o que se vê, é que se continua a comprar e a vender em abundância. Eu ando pelas ruas e vejo, o pessoal cheio de sacos. Isto para não falar de farmácias e mercearias (super ou hiper) que estão sempre cheias. O preço do leite ou do arroz ou de outros bens de primeira necessidade continua elevado.
Se alguns deixaram de gastar dinheiro com coisas supérfluas, isso só quer dizer que pelo menos por uma vez imperou o bom senso. Deviam os governantes estar satisfeitos com isso, mas pelos vistos não estão.
Os discursos apocalípticos são sempre mais sedutores.
Eu creio que quem produz tem duas escolhas: ou produz muito para vender barato ou produz com qualidade para vender caro. Há alguns pobres que gostam de se endividar para comprar caro e há muitos da classe média que preferem comprar pouco mas bom.
O problema é que ainda há muitos que gostam de comprar muito barato para vender caro e isso é coisa que os portugueses não gostam.
Daqui a ano e mio vamos assistir (quiçá para grande alegria dos que agora se queixam) a uma substancial subida da inflação.
E o poder de compra que os portugueses recuperam por causa da crise vai desaparecer num abrir e fechar de olhos. E isso é que devia incomodar os governantes: o raio da miséria que não há meio de nos deixar.

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