17 abril 2009

Aventuras no país do zé com medo


O Zé vai ao médico e o médico faz-lhe perguntas. Se o Zé, constrangido por estar ali, perde o pio ou se embrulha todo, sem conseguir articular o alfabeto, que faz o médico?
Os sintomas, meu Deus, os sintomas são o busílis. O pior é a capacidade de expressão do paciente (nome a todos os títulos notável, pois é necessária muita paciência para com os médicos).
São às dezenas as campanhas disto e daquilo para chamar a atenção do Zé quanto à sua saúde, mas na verdade isso não é bem assim, pois mal o Zé recorre aos serviços de saúde pública vê-se a braços com uma trapalhada. Se não tem médico de família, então...
Pode dar-se o caso de os médicos não saberem que fazer em muitos casos e sem algo de banal ou recorrente, despacham o paciente Zé para casa, às vezes com uma receita para que ele ache que tudo se vai resolver.
Os médicos são pessoas que têm de aturar muita doença ao dia. Muitos sintomas, muitas dores, muitas queixas. Mas a medicina não é magia, limita-se a responder que já foi estudado e testado. Já os problemas do Zé são os dele em concreto e se vai ao médico porque sente desconforto, porque há uma dor ou um incómodo persistente mas não febre nem nada de manifestamente visível, que pode fazer o médico?
Prescreve. Imprime. Assina.
Infelizmente temos uma tradição farmacêutica que vive à grande, em muito por culpa do excesso de posologia. Mas quem muda essas regras? Pelos vistos ninguém.
E quem paga a factura, claro, é o Zé. Paga-a em triplicado: impostos, honorários, farmácia. Ganda Zé, hein? Não há problema, pois os médicos vão já tratar do assunto: por referendo.
O Zé salta de contente. Ou será com medo?

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