Podia ser alguma gracinha sobre o PSD e o PS, mas não, trata-se de outras direcções. Mais precisamente da razão por que se circula pela esquerda ou pela direita.
Tudo começou pela esquerda.
Na Idade Média, os cavaleiros circulavam pela esquerda dos caminhos porque isso lhes permitia proteger-se com o escudo (colocado no braço esquerdo) de alguma emboscada vinda dos bosques e, além disso, mantinham a mão direita solta para cumprimentar quem com eles se cruzasse na estrada (ou empunhar a espada, caso fosse necessário).
Também é mais fácil montar a cavalo a partir da esquerda do animal, usando o braço mais forte (o direito) para nos erguermos.
No Japão, os samurais davam a sua direita no caminho para que as suas espadas, penduradas à esquerda na cintura, não andassem a ensarilhar-se nas dos outros passantes.
Argumentos históricos muito semelhantes explicam o gesto de apertar a mão direita quando se cumprimenta alguém (sendo a maioria das pessoas dextra): assim se garantia que nenhum dos interlocutores podia puxar da arma.
À razão bélica, juntaram-se imperativos de economia. Em finais do século XVIII, em França e nos EUA começaram a circular grandes vagões de mercadoria puxados por várias parelhas de cavalos. Estes veículos não tinham assento para o condutor, montado no último cavalo da esquerda, o que optimizava o ângulo de utilização da mão do chicote, a direita. Dadas as dimensões dos vagões, era melhor que estes se cruzassem pelo lado esquerdo, onde o ângulo de visão dos condutores permitia evitar colisões. Nascia a circulação pela direita.
Hoje, dois terços dos países e quase três quartos da população mundial conduzem pela direita.
Em Portugal só se conduz pela direita desde 1928, ano em que foram publicados dois códigos da estrada, onde se optava pela regra francesa e americana de a circulação se fazer pela direita das vias. Foi o caminho escolhido pela generalidade das nações europeias. Alguns não há tanto tempo como isso: a Suécia só mudou em 1967, a Islândia em 1968.
Desde a década de 1970 que nenhum país alterava o sentido da sua circulação rodoviária e um dos últimos foi Timor-Leste, em 1975, onde a Indonésia, na sequência da invasão, revogou o Código da Estrada português, impondo o trânsito pela esquerda. Agora foi a vez de Samoa, nação do Pacífico, que trocou o lado direito pelo esquerdo, por imperativos económicos: os automóveis mais baratos (em segunda-mão) estão na Austrália e Nova Zelândia, membros da minoria planetária que conduz pela esquerda. E assim o Samoa mudou o código da estrada nos princípios deste mês.
Fonte: Público
Tudo começou pela esquerda.
Na Idade Média, os cavaleiros circulavam pela esquerda dos caminhos porque isso lhes permitia proteger-se com o escudo (colocado no braço esquerdo) de alguma emboscada vinda dos bosques e, além disso, mantinham a mão direita solta para cumprimentar quem com eles se cruzasse na estrada (ou empunhar a espada, caso fosse necessário).
Também é mais fácil montar a cavalo a partir da esquerda do animal, usando o braço mais forte (o direito) para nos erguermos.
No Japão, os samurais davam a sua direita no caminho para que as suas espadas, penduradas à esquerda na cintura, não andassem a ensarilhar-se nas dos outros passantes.
Argumentos históricos muito semelhantes explicam o gesto de apertar a mão direita quando se cumprimenta alguém (sendo a maioria das pessoas dextra): assim se garantia que nenhum dos interlocutores podia puxar da arma.
À razão bélica, juntaram-se imperativos de economia. Em finais do século XVIII, em França e nos EUA começaram a circular grandes vagões de mercadoria puxados por várias parelhas de cavalos. Estes veículos não tinham assento para o condutor, montado no último cavalo da esquerda, o que optimizava o ângulo de utilização da mão do chicote, a direita. Dadas as dimensões dos vagões, era melhor que estes se cruzassem pelo lado esquerdo, onde o ângulo de visão dos condutores permitia evitar colisões. Nascia a circulação pela direita.
Hoje, dois terços dos países e quase três quartos da população mundial conduzem pela direita.
Em Portugal só se conduz pela direita desde 1928, ano em que foram publicados dois códigos da estrada, onde se optava pela regra francesa e americana de a circulação se fazer pela direita das vias. Foi o caminho escolhido pela generalidade das nações europeias. Alguns não há tanto tempo como isso: a Suécia só mudou em 1967, a Islândia em 1968.
Desde a década de 1970 que nenhum país alterava o sentido da sua circulação rodoviária e um dos últimos foi Timor-Leste, em 1975, onde a Indonésia, na sequência da invasão, revogou o Código da Estrada português, impondo o trânsito pela esquerda. Agora foi a vez de Samoa, nação do Pacífico, que trocou o lado direito pelo esquerdo, por imperativos económicos: os automóveis mais baratos (em segunda-mão) estão na Austrália e Nova Zelândia, membros da minoria planetária que conduz pela esquerda. E assim o Samoa mudou o código da estrada nos princípios deste mês.
Fonte: Público
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