04 setembro 2009

Como matar uma pessoa em nome da lei

Primeiro acusa-se alguém de um acto que não cometeu. Embora esse alguém estivesse no tal lugar na altura dos trágicos acontecimentos.
Segundo: esse alguém é sempre membro da classe C, ou seja, não tem recursos físicos nem mentais para perceber os meandros da lei e as máscaras que esta usa.
Terceiro: há um psiquiatra que o descreve como um "sociopata muito perigoso" sem nunca o ter examinado.
Quarto: surgem testemunhas que modificam as declarações a favor da acusação.
Quinto: o advogado que defende o alguém é incompetente ou está-se nas tintas, pois aquele alguém não tem meios que contribuam para o enriquecimento do advogado, nem o caso é suficientemente mediático para trazer fama ao douto causídico.
Resultado: se o alguém é americano e vive num estado onde há pena de morte, acaba morto. Anos depois podem ver a público provas que mostrem que estava inocente, mas para o tal alguém já não há retorno.
A notícia é aterradora: "Em 1992, Todd Willingham foi condenado à morte por injecção letal. Foi acusado de fogo posto, num incêndio na casa da família, matando as suas três filhas. Tinha 23 anos e foi executado 12 anos depois.
Agora, um relatório entregue em Agosto deste ano, à Comissão de Ética do Texas, um especialista em incêndios conclui, tal como outros dois peritos o tinham feito em 2004 e 2006, que o incêndio foi acidental." (vide)

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