20 março 2012

Uma imagem vale mais do que mil palavras


Supõe-se que um país é, por definição, algo mais importante do que uma empresa. Até porque um país é composto por gente e dela depende a vitalidade, a força, a energia do mesmo.
Mas, no caso de Portugal, o país soçobra perante os interesses da EDP. A EDP tem mais força. Pode não só demitir um secretário de estado como é capaz de dar a volta à troika.
As pessoas podem:
a) ser obrigadas a emigrar;
b) passar fome;
c) cair no desemprego;
d) sair da sua "zona de conforto";
e) perder a casa;
f) bater palmas ao governo.
Já o governo:
1) Não consegue sair da sua zona de conforto;
2) Andou para aí a prometer transparência e já se viu que a única transparência é a da pobreza, a de ter de ir a uma instituição de caridade mendigar sopa;
3) Continua a manter as rendas dos senhores grandes, como os da EDP;
4) Faz de conta que governa enquanto vai servindo os jobs aos boys.

A nobreza dos que espezinham quem trabalha e lambem o rabinho (tão carinhosos somos que usamos este diminutivo) aos que ganham milhões (parte dos quais conseguidos a roubar os pobrezinhos e os coitadinhos que precisam de energia e de luz) é uma nobreza cocó ou da merda. E a merda é tanta que a verdade sai pela voz do arauto: Marcelo Rebelo de Sousa acredita na reeleição do actual primeiro-ministro, considerando que tem feito uma boa gestão da sua imagem.
Repare-se que não é por governar bem é por cosmética. No fim do mandato o país terá regredido 20 anos. Mas Passos Coelho ficará muito bem no retrato. Talvez seja de propor que se façam já cópias emolduradas para tudo o que é instituição pública e que se prepare uma disciplina no ensino obrigatório para enaltecer a figura do homem que nos salvou do abismo: o bom gestor de imagem Passos Coelho.

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