08 dezembro 2009

Mitos urbanos


O triângulo das Bermudas devora aviões e barcos, qual Adamastor do século XX. Com a mesma fé há quem defenda que jamais o homem deixou pegadas em solo lunar e que tudo não passou de uma engenhosa encenação americana. Se lhes acrescentarmos umas quantas descobertas que se vieram a revelar puras aldrabices, vemos quanto a falsa ciência é bem aceite pelos homens de todas as épocas. Embora seja cada vez mais difícil aos mistificadores aguentarem-se muito tempo.
O Triângulo das Bermudas remonta a Dezembro de 1945, depois do desaparecimento de cinco bombardeiros norte-americanos e do hidroavião que fora à procura desses aviões desaparecidos. Começou então a desenhar-se a lenda de que o Triângulo das Bermudas era uma área com pouco mais de 1 milhão de km², situada no Oceano Atlântico entre as ilhas Bermudas, Porto Rico e Fort Lauderdale (Florida), governada por forças do mal.
Sabe-se que por imperativos militares, as rotas eram para cumprir à risca. Isso fizeram os pilotos que tinham saído da base americana de Fort Lauderdale, na Florida, rumo aos céus das Bahamas, para uma prova que consistia em voar apenas com um bússola como instrumento de navegação. Perderam-se, pois as bússolas, fruto das condições electromagnéticas do local, deixaram de funcionar e como apenas tinham combustível para as provas de treino, que se previa simples, acabaram por cair e desaparecer em pleno mar. O hidroavião Martin Marimer que saiu em resgate incendiou-se e explodiu, fazendo jus ao modo como o designavam: tanque volante de gasolina.
A partir desses acontecimentos, começou a circular a lenda e como quem conta um conto acrescenta um ponto, cada história passou a incluir dezenas de falsos desaparecimentos. Estava lançado um dos mitos dos nossos tempos. Charles Frambach Berlitz escreveu mesmo um livro sobre o assunto pelos idos de 1974, que lhe trouxe fortuna.
O certo é que a zona é tão segura como outra qualquer, apesar de ser uma das que mais tráfego aéreo e marítimo regista.

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