03 novembro 2009

Quando a igreja é vingativa, a resposta vem da lei

Sê fiel. Cumpre os mandamentos. Se não acatares esses nobres princípios, vais para o desemprego. Ameaçar é tudo, embora às vezes os resultados estejam longe de corresponder ao que se desejava. Que o diga o Arcebispado do arquipélago das Canárias, obrigado a indemnizar com 210 mil euros uma professora que tinha sido despedida por viver com um homem com quem não estava casada.
O caso remonta a 2000, quando o responsável de ensino da diocese canária, Hipólito Cabrera, confirmou à docente que o seu contrato não seria renovado por manter uma relação afectiva com um homem que não era o seu marido, de quem se havia separado previamente.
A professora sentiu-se lesada e agiu. Dizia ela: "Parece que voltamos à época da Inquisição. Se te separas do teu marido, se bebes uns copos, se tens um filho solteira ou se te juntas a um sindicato, retiraram-te a idoneidade". E atacava: "Não sou cura, nem freira, nem fiz voto de castidade. Aos padres pedófilos, não os afastam e deixam que continuem a dar aulas de religião".
O caso arrastou-se nos tribunais e deu brado. Agora veio a sentença. Porque Espanha é um país de Direito. E a lei, ah a lei é dura mas é a lei. Mesmo para a Igreja.

Fonte: JN

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