20 maio 2010

O processo de Kafka


Imagem daqui

Quem é Kafka? Alemão, checo ou judeu? A questão que poderia parecer bizantina alimenta a gula de várias instituições que reclamam para si manuscritos do autor. Para já, terçam razões o Arquivo de Literatura Alemã de Marbach e a Biblioteca Nacional de Israel.
Kafka morreu a 3 de Junho de 1924 e deixou o pedido escrito de que fossem queimados os manuscritos sem serem lidos. O amigo não cumpriu o último pedido do autor. E publicou o que quis. Max Brod fugiu para Telavive aquando da praga nazi. E ali teve como secretária Esther Hoffe que passou a zelar pelos manuscritos de Kafka com afinco. O que não impediu que eles se fossem espalhando por várias paragens (desaguando, por exemplo, na Universidade de Oxford). Após a morte de Brod o comércio dos manuscritos acentuou-se, caindo as suspeitas sobre a secretária.
Em 1988, Hoffe decide separar-se de parte dos documentos kafkianos e vende, entre outras coisas, o manuscrito de O processo que viria a ser adquirido pelo Arquivo de Literatura Alemã, por cerca de 2 milhões de dólares, num leilão realizado em Londres. Quando morre, deixa às suas filhas Ruth e Hava o que restava do arquivo de Max Brod, com fortes probabilidades de conter ainda manuscritos inéditos de Kafka.
Agora, há quem assalte as manas para ficar com os tais manuscritos. A Biblioteca Nacional de Israel suspeita de tramóia económica das manas.
Para ler alguns dos capítulos desta novela em marcha, aqui, aqui e aqui.

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