21 maio 2010

A crise e as abéculas do costume


A crise é linda. é como um pôr do sol. A merda vai descendo, descendo e afoga-nos a todos. Os senhorinhos do costume vêm e cagam a sua poiazita, como querendo dizer Também existo, também existo!
A gente sabe que existem muitos senhorinhos. Por causa deles vivemos em crise há muito tempo. Porque são os senhorinhos que decidem onde e como gastar o graveto. São eles que ganham tanto ou mais do que os congéneres de todo o mundo. Já nós, simples mortais, somos tugas e como tal ganhamos abaixo de todos. Estamos na cauda da Europa.
O sôr Catroga é um dos senhorinhos que resolveu deitar a sua cagadita: a gente percebe, os impostos vão-lhe ao bolso e se o Estado baixasse os salários isso, para ele, nem aquecia nem arrefecia, mas do modo como as coisas estão, vai perder dinheiro e lá vem ele gritar aqui d'el-rei.
Porque será que os senhorinhos falam, falam e revelam sempre o mesmo: o profundo desprezo que nutrem pela vida do cidadão comum, que trabalha, paga impostos e o resto e não pode fazer nada senão assistir enjoado às atoardas dos senhorinhos?
É que para ter voz activa, os assalariados precisavam de ter notoriedade e isso vai contra a natureza das coisas. Por isso, pagam e pagam e se conseguirem encolhem os ombros a todos os senhorinhos.

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