30 agosto 2009

O horror das marquises


Engenheiro, vivo modestamente numa casita com a área total de 500m2. A dita cuja, de r/c e 1.º andar, possui ainda um anexo de 80m2 com piscina. Além disso há uma horta para passar o fim de semana, um canil, uma capoeira (são mais 5800m2). A casita dispõe também de garagem fechada com acesso interior para 3 automóveis, churrasqueira, acessos interiores de calçada portuguesa e tijoleiras.
De resto, são quatro quartos e três suites (uma com saleta), com armários embutidos, cinco casas de banho completas (duas com hidromassagem), mais uma de serviço, dois salões (um de festas, com bar e kitchnet), sala de jantar, cozinha e copa, sala de estar, duas lareiras.
Disponho de lavandaria e sala de arrumos. Há aquecimento central com caldeira de gasóleo e poço de água potável com 150m de profundidade. Como sou amigo do ambiente tenho painel solar e um pinhal com 20 pinheiros centenário.
Ora bem, a minha casita não tem marquises. Isso é muito feio. E por isso sou contra as marquises. "Choca-me ver o meu país degradar-se. Estamos a hipotecar a nossa paisagem urbana" e detesto aparelhos de ar condicionado colocados de forma indiscriminada e estendais "com cuecas que teimam em pingar". Quero viver num país civilizado e estou, portanto, de acordo com essa campanha que vai para o ar em Setembro.
Que falta de chá ter uma varandinha num apartamentozeco fechada com marquise. Que horror!!(também sou um bocadinho contra os pontos de exclamação, mas que fazer se a situação é tão grave?)
Detesto andar pelas ruas e ver a paisagem urbana tão degradada - vejo as traseiras cobertas de marquises e arrepio-me todo.

1 comentário:

Vasco disse...

As marquises tornam os prédios feios e foleiros. Mas assim combinam com o povo português, na sua maioria bimbo e labrego.