07 março 2008

Joel Serrão (1919-2008)


No dia 5 de Março, morreu o investigador português Joel Serrão. A notícia vem na edição do jornal Público de hoje e no sítio da RTP. Coordenador do Dicionário de História de Portugal e estudioso da obra de escritores como Quental, Cesário Verde ou Fernando Pessoa, Joel Serrão foi, segundo o historiador Fernando Rosas, "um grande especialista do século XIX".
Nascido no Funchal em 1919, onde fez o liceu, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa. Dos anos 40 até ao início dos anos 70, foi professor liceal em várias cidades do país. A partir do início dos anos 70, Serrão deu aulas na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, dirigiu o Centro de Estudos de História do Atlântico, na sua Madeira natal, integrou o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian e ensinou ainda na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
O primeiro livro que publicou foi a edição, em 1945, das cartas de Pessoa ao poeta açoriano Armando Cortes-Rodrigues, colaborador de Orpheu (certamente por lapso, o autor do artigo, Luís Miguel Queirós, apoda Cortes-Rodrigues de madeirense, quando era natural de S. Miguel).
A par de obras como Para a História do Século XIX Português (1953) e Temas Oitocentistas (1959), ou dos seus trabalhos sobre a emigração portuguesa, Joel Serrão escreveu livros sobre Sampaio Bruno, Antero e várias outras figuras da cultura portuguesa. Dirigiu, com Oliveira Marques, a Nova História da Expansão Portuguesa. O seu Dicionário de História de Portugal, publicado entre 1963 e 1971, foi um pequeno best-seller à escala portuguesa, e ainda hoje se vende.

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