Às vezes a arte é útil. Muito útil. Quase imprescindível. Que o digam dois alfacinhas que encontraram em "Treze a rir uns dos outros", de Juan Muñoz, um bom local para dormir.
As esculturas, que se encontram no jardim da Cordoaria, no Porto, servem de casa provisória a dois jovens, que não são uns sem-abrigo comuns. Foram para o Porto supostamente à procura de emprego e, sem dinheiro para casa ou pensão, vivem agora ao relento. O que faz com que as esculturas sejam olhadas com outros olhos. Há quem fique a mirar a casa provisória que os rapazes construíram sob uma das esculturas. Forrada com cartão e com plásticos, a escultura tem no interior uma pequena divisão e dois espaços que servem de cama.
Bruno P., um dos jovens, trabalhava na capital como pintor. Foi para o Porto à procura de um emprego melhor. Mas quando lá chegou as condições não lhe agradaram. A proposta de trabalho era de assentador de pedra em França, mas o jovem não gostou das condições e acabou por ficar no Porto sem dinheiro para voltar para casa.
Ontem, já passava da hora do almoço e Bruno ainda dormia, enrolado
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