Uma vez mais, repetimos o que já aqui foi dito várias vezes: Portugal tem um tecido empresarial débil. A maioria dos patrões é medíocre. Incapaz de gerar riqueza, embora capazes de aumentarem substancialmente as suas contas bancárias particulares.
Há uma cultura de oportunismo e compadrio muito enraizada, mas isso, por si só, não explica tudo.
Enquanto a população melhorou as suas qualificações, os empresários não foram ainda capazes de perceber certas dinâmicas. Em Portugal o grosso das pessoas continua presa a valores antigos: o dos nomes da família; o dos tiques de classe; o do baixo índice de formação cultural, que os impede de criar mais-valia e de apostar no design e na investigação.
O resultado é dramático: 190 mil com vínculos precários ou desempregados (no terceiro trimestre de 2010, do total de 609 mil desempregados, 68,5 mil tinham concluído um curso superior). Como se diz no Público de hoje «A precarização do trabalho não é um problema exclusivo dos que têm formação superior. É um problema dos jovens e dos que entraram no mundo do trabalho nos últimos anos. Mas os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) não deixam margem para dúvidas: é entre os que saem das universidades e dos institutos politécnicos que os contratos a termo ou os recibos verdes mais têm crescido - 129 por cento - em comparação com o crescimento de 5,8 por cento verificado entre os que não foram além do ensino básico ou secundário.»
Não podemos estar mais de acordo com isto: «"A qualificação dos nossos empresários é pior do que a dos operários. E com este tipo de empresários não criamos empregos para diplomados com ensino superior", acrescenta Alberto Amaral, da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. "Aquelas apostas que andámos anos a fazer em tecidos de má qualidade, galos de Barcelos e esse tipo de coisas, isso morreu, na Europa não leva a lado nenhum. O que é preciso é mudar o que se produz, como se produz, o que se exporta", diz. E "esperar uma geração... e que os políticos não façam mais burrices".»
Mas não se caia no erro de pensar que por haver licenciados desempregados, não vale a pena ter um canudo. Vale. Os salários são mais altos (para os que conseguem emprego ou para os que emigram - e são já muitos os que optam por deixar o país, sobretudo mulheres) e a preparação para enfrentar desafios é, de longe, muito superior.
Há uma cultura de oportunismo e compadrio muito enraizada, mas isso, por si só, não explica tudo.
Enquanto a população melhorou as suas qualificações, os empresários não foram ainda capazes de perceber certas dinâmicas. Em Portugal o grosso das pessoas continua presa a valores antigos: o dos nomes da família; o dos tiques de classe; o do baixo índice de formação cultural, que os impede de criar mais-valia e de apostar no design e na investigação.
O resultado é dramático: 190 mil com vínculos precários ou desempregados (no terceiro trimestre de 2010, do total de 609 mil desempregados, 68,5 mil tinham concluído um curso superior). Como se diz no Público de hoje «A precarização do trabalho não é um problema exclusivo dos que têm formação superior. É um problema dos jovens e dos que entraram no mundo do trabalho nos últimos anos. Mas os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) não deixam margem para dúvidas: é entre os que saem das universidades e dos institutos politécnicos que os contratos a termo ou os recibos verdes mais têm crescido - 129 por cento - em comparação com o crescimento de 5,8 por cento verificado entre os que não foram além do ensino básico ou secundário.»
Não podemos estar mais de acordo com isto: «"A qualificação dos nossos empresários é pior do que a dos operários. E com este tipo de empresários não criamos empregos para diplomados com ensino superior", acrescenta Alberto Amaral, da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior. "Aquelas apostas que andámos anos a fazer em tecidos de má qualidade, galos de Barcelos e esse tipo de coisas, isso morreu, na Europa não leva a lado nenhum. O que é preciso é mudar o que se produz, como se produz, o que se exporta", diz. E "esperar uma geração... e que os políticos não façam mais burrices".»
Mas não se caia no erro de pensar que por haver licenciados desempregados, não vale a pena ter um canudo. Vale. Os salários são mais altos (para os que conseguem emprego ou para os que emigram - e são já muitos os que optam por deixar o país, sobretudo mulheres) e a preparação para enfrentar desafios é, de longe, muito superior.
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