Existe um consenso entre os economistas portugueses sobre como o peso do Estado é extraordinário dentro da economia e como vivemos acima das possibilidades, mas são dois mitos. Nós não vivemos acima das possibilidades, tivemos foi dez anos de estagnação económica. Portugal foi dos países que menos cresceram no mundo. E esta ideia de que todos andámos a comprar LCD e viagens à República Dominicana a crédito é falsa. Houve um forte endividamento das famílias, mas 80% do crédito às famílias é crédito à habitação, ou seja, estamos a falar de um bem essencial. Também não faz sentido falar de um excessivo peso do Estado português na economia: em 2007, antes da crise internacional, o peso da despesa pública em Portugal era de 47% do PIB e era esta a média dos países da OCDE. O problema que vivemos hoje está relacionado com o processo de adesão ao euro e que criou e agravou desequilíbrios estruturais que nos puseram numa posição muito frágil quando chegámos à crise internacional. Quando entrámos no euro, entrámos com um escudo muito sobrevalorizado em relação às outras moedas internacionais, e no euro há uma política monetária que é feita não em função de economias como a nossa, mas em função de maiores economias, como a alemã. Estamos a destruir o projecto europeu: temos uma moeda única mas temos economias completamente diferentes, sem orçamento europeu.
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