31 maio 2008
Boris Pasternak (1890-1960)
Morreu há 48 anos, no dia 31 de Maio de 1960.
Filho de um pintor e de uma pianista, cresceu num ambiente intelectual que lhe abriu horizontes para a música, literatura, arte e filosofia. Publicou o primeiro livro de poemas em 1914, mas apenas conseguiu alguma notoriedade quando, em 1922, deu à estampa o volume Sestra moya zhizn. Traduziu poetas como Shakespeare, Goethe, Schiller, Kleist, entre outros. Em 1957, publicou Doutor Zhivago, o seu único romance, na sequência do qual lhe foi atribuído o Prémio Nobel da Literatura, em 1958.
Deixamos aqui um poema do autor, traduzido por Manuel Seabra e publicado na antologia Poetas Russos, que a Relógio d'Água publicou em 1995.
É impróprio ser famoso
É impróprio ser famoso
pois não é isso que eleva.
E não vale a pena ter arquivos
nem perder tempo com manuscritos velhos.
O caminho da criação é a entrega total
e não fazer barulho ou ter sucesso.
Infelizmente, nada significa
como uma alegoria andar de boca em boca.
Mas é preciso viver sem pretensões,
viver de tal modo que no fim de contas
venha até nós um amor ideal
e ouçamos o apelo dos anos que hão-de vir.
O que é preciso rever
é o destino, não antigos papéis;
lugares e capítulos de uma vida inteira
anotar ou emendar.
E mergulhar no anonimato,
e ocultar nele os nossos passos,
como foge a paisagem na neblina
em plena escuridão.
Que outros nesse rasto vivo
seguirão o teu caminho passo a passo,
mas tu próprio não deves distinguir
a derrota da vitória.
E não deves por um só instante
recuar ou trair o que tu és,
mas estar vivo, e só vivo,
e só vivo - até ao fim.
30 maio 2008
Robert Capa
Em 1936, realizou a fotografia"Morte de um Soldado Legalista", retratando a Guerra Civil Espanhola.
Esta é a fotografia mais famosa de Capa, na qual podemos observar como o soldado Federico Borrell é abatido no dia 5 de Setembro de 1936, durante a Guerra Civil Espanhola.
Esta foto rompeu todos os esquemas da fotografia de guerra, nunca se havia visto nada parecido... A cena transmite, com realismo maior que palavras, a tragédia daqueles anos... Ela expressa a fronteira entre a vida e a morte.
"Morte de um Soldado Legalista" (1936)
Voltaire (1694-1778)
François-Marie Arouet nasceu e morreu em Paris (21 de Novembro de 1694 - 30 de Maio de 1778). Mais conhecido por Voltaire, foi poeta, ensaísta, dramaturgo, filósofo e historiador iluminista.
Teve uma vida turbulenta, chegando a estar preso na Bastilha (Paris), onde adoptou o nome por que ficou conhecido. Exila-se, depois, para Inglaterra, onde se relaciona com poetas, com Swift e com o filósofo empirista Berkeley. Redige algumas das suas obras mais emblemáticas, como Cândido, Micrómegas, Zadig. E perambula pela Europa, enquanto vive paixões intensas com algumas damas francesas.
Dedicou particular atenção ao terramoto de Lisboa.
Torna-se maçom no dia 7 de Fevereiro de 1778, numa das cerimónias mais brilhantes da história da maçonaria mundial. Falece três meses depois.
Os azhdarquídeos
Há 140 e 65 milhões de anos, os azhdarquídeos, que fazem parte do grupo de pterossauros gigantes, caçavam as presas em terra firme, baixando o bico para as apanhar, e estavam bem apetrechados para essa vida terrestre. Este grupo específico de pterossauros, sem dentes, encontrava-se distribuído por toda a Terra, durante o período do Cretáceo.
Conhecem-se nove espécies de azhdarquídeos, umas muito grandes, outras nem tanto. O Hatzegopteryx era a maior, com os seus exemplares a atingirem três metros de altura até ao ombro, um bico de dois metros e uma envergadura de asas de 10 a 12 metros. rivalizava mesmo com qualquer girafa em termos de altura. Outro distinto representante dos azhdarquídeos, o Quetzalcoatlus, não ficava muito atrás, com cerca de dez metros de envergadura de asas.
Voavam, tal como os outros pterossauros, só que também se sentiam bastante confortáveis cá em baixo. A sua anatomia bastante bizarra não ajudava muito os paleontólogos a perceber qual era a forma de vida destes pterossauros. Tinham pescoços muito compridos e rígidos, crânios enormes e patas longas. Apesar de serem autênticas avionetas pré-históricas, as asas eram proporcionalmente curtas.
Originalmente, os azhdarquídeos foram descritos como necrófagos (tipo abutres), depois disse-se que escarafunchavam a lama, enfiando os longos bicos no chão à procura de presas. Mais tarde, sugeriu-se que ganhavam a vida a voar sobre a superfície da água, de onde apanhavam peixe. Afinal, eram caçadores terrestres especializados. Todos os pormenores da sua anatomia e o ambiente em que os fósseis foram encontrados mostram que ganhavam a vida a andar a pé, baixando-se para apanhar animais e outras presas. Os pés pequenos dos azhdarquídeos não eram bons para chapinhar nas margens dos lagos ou para nadar, em caso de aterrarem na água. Mas eram excelentes para se pavonearem a pé. Comeriam pequenos animais e até fruta. Como tinham um crânio com mais de dois metros de comprimento, eram capazes de comer dinossauros do tamanho de uma raposa. Pesariam cerca de 250 quilos.
Gostamos de pterossauros.
120 anos depois a mesma porcaria
Isto da poesia portuguesa é uma das mentiras mais bem distribuídas da nossa história. Pelo menos desde Camões. Elimina-se o que é incómodo ou o que é novo. Elimina-se o quê. E, a pretexto de fulano ou de beltrano, promovem-se espectáculos, ganham-se uns trocos, aparece-se nas televisões. No tempo de Luís Vaz não havia disso, mas os esquemas da corte já tinham os ingredientes de que se continuam a servir os cortesãos de agora.
Pessoa é o que é porque escreveu… poemas. Mas comemoram-se os 120 anos do nascimento com blá blá. Poemas nada. E muito menos dar espaço a poetas portugueses vivos. Ou, se isso acontece, lá aparecem os do costume, juntamente com uns quantos que ainda há não muito berravam em todo o lado que eram vítimas e preteridos. Vê-se quem é que é preterido.
Aqui, neste espaço, temos transcrito versos de alguns dos melhores poetas vivos. Olhem à vossa volta e digam-nos se já ouviram falar deles? Agora imaginem que recuam no tempo e pensem: algum dos cortesãos se referiria a Pessoa? 120 anos ou 500 anos depois Portugal continua a cumprir o seu destino: a incúria, a ignorância, a preguiça.
Dez mil mortos: se houvesse agora um sismo em Lisboa
Cerca de 10.000 vítimas mortais, 1.600 feridos graves e mais de 273 mil pessoas desalojadas, seria este o trágico balanço no caso de um terramoto na região de Lisboa, segundo o Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico da Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS AML CL) a que a Lusa teve acesso.
O número de feridos a necessitar de cuidados hospitalares poderia aumentar em cerca de 107 mil, no caso de o sismo se verificar entre as 19:30 da tarde e as 6:30 da manhã, período em que mais pessoas estão em suas casas, de acordo com aquele estudo.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) considerou como hipótese de planeamento um cenário de magnitude moderada a elevada igual a 6.6/6.7 na escala de Richter, com epicentro no Vale Inferior do Tejo, do qual resultaria uma área afectada com um raio superior a 40 quilómetros, envolvendo 26 concelhos, mais de 433 mil edifícios, 1,1 milhões de alojamentos familiares e quase três milhões de habitantes.
Leia mais aqui.
Zoltán Kodály (1882-1967)
Kodály foi um dos mais destacados músicos húngaros de todos os tempos. Compositor e etnomusicólogo, foi também um educador, linguista e filósofo. O seu estilo musical atravessou, num estádio inicial, uma fase pós-romântica vienense e evoluiu para um período de mistura de folclore e complexas harmonias, num estilo partilhado com Béla Bartók.
Estudou em Galánta, cidade a que dedicou as suas conhecidas Danças, e em Nagyszombat. Depois, em Budapeste, foi aluno na Academia de música Franz Liszt, onde estudou com Hans von Koessler. Em 1906, depois de terminado o curso de letras, fez uma viagem de estudo a Berlim. Começou nesse ano a investigar sobre o folclore húngaro, tarefa essa que contaria com o apoio posterior de Bartók.
Chegou a recolher mais de 100.000 canções, peças, trechos e melodias populares húngaras, as quais aplicava nas suas composições com singular perfeição técnica. São do início do século passado os dois quartetos de cordas (op.2, 1909 e op.10, 1917 respectivamente), uma sonata para violoncelo e piano (op.4, 1910) uma sonata para violoncelo (op. 8, 1915) e um duo para violino e violoncelo (op.7, 1914). Trabalhos de grande originalidade de forma e conteúdo, onde se alia a mestria ocidental da composição clássica, romântica, impressionista e modernista com o profundo conhecimento e respeito pelas tradições folclóricas húngaras, eslovacas, búlgaras, albanesas e de outros países do leste europeu.
29 maio 2008
Ciclo de 12 documentários sobre sexo
O Pisca de Gente arrisca: as audiências do Odisseia vão disparar nas próximas sextas-feiras, das 19 às 20horas (hora continental), e ao sábado, no mesmo horário. Porquê? Vem aí o «Sexo para além da sabedoria popular».
Logo a abrir, no dia 6 de Junho, podem ver «Doidos pelo Pénis» e «O Clítoris». Segue-se «Ainda o fazemos!», com estreia dia 7 de Junho, um documentário polémico, vencedor do primeiro prémio Margaret E. Condon, em Illinois, EUA, e reconhecido com a Menção de Honra nos Prémios de Cinema e Vídeo Silver Imagens, em Chicago, Estados Unidos. Sessenta minutos com os sentimentos e experiências sexuais de nove mulheres, entre os 65 e os 87 anos, numa perspectiva honesta e divertida que demonstra que a idade não apaga a vitalidade e o apetite sexual. A 13 de Junho, ver-se-á a primeira «treinadora de orgasmos» em «Masturbação Feminina»: a história de Betty Dodson, uma famosa especialista de Nova Iorque que ensina uma habilidade aparentemente simples, mas com imensos pormenores. No mesmo dia, o documentário «Em busca de Emmanuelle» explora o impacto social desse êxito do cinema erótico, contando com declarações inéditas da protagonista Sylvia Kristel. A 14 de Junho, o canal aborda o polémico universo da «Revolução Sexual na China» através de uma arriscada incursão nos meandros de uma próspera indústria sexual e os efeitos da difusão da prática do amor livre entre os jovens. Sexta-feira, estreia «Dormindo com a minha irmã», um documentário polémico, que aborda as relações incestuosas, apoiando-se em turbulentas histórias reais de amor entre irmãos.
A Internet veio facilitar o acesso ao mundo da pornografia e foi responsável pela chegada de uma nova tendência designada Cibersexo. Este é o título de um documentário, de produção própria do Canal Odisseia, com estreia dia 20 de Junho, que dá a conhecer o negócio que está por trás das ciberlojas eróticas, oferecendo uma perspectiva real do crescente poder da Internet na construção das relações amorosas da actualidade.
Através dos actores, realizadores e produtores que fazem da pornografia uma profissão, o documentário «A pele vendida» abre uma janela ao mundo privado que rodeia estes profissionais da indústria do sexo. Na sexta-feira, dia 27 de Junho, pelas 19h00, estreia «Mr. Big, Grandeza e decadência do pénis», um documentário divertido e irónico sobre o órgão sexual masculino que traça o percurso histórico dos valores viris no mundo, abordando a sua importância no cinema, na televisão e na música.
Os mitos e lendas que rodeiam a sensualidade, o desejo, a reprodução, o feminismo, ou o universo da pornografia. Diferentes perspectivas, as dos homens e as das mulheres. A opinião de médicos, psicólogos e terapeutas sexuais, que traçam uma análise completa, rigorosa e actual proveniente de seis países. Eis alguns dos ingredientes de «Sexo para além da sabedoria popular».
Quebra-nozes feito por chimpanzés
Uma investigadora portuguesa descobriu o quebra-nozes mais complexo feito por chimpanzés selvagens na floresta de Bossou, na Guiné. A descoberta faz parte de um estudo que combinou investigadores da Universidade de Coimbra, Universidade Nova de Lisboa e da Universidade de Quioto, no Japão e utilizou técnicas de primatologia e de arqueologia.
"Trata-se de um quebra-nozes constituído por quatro elementos de pedra, um martelo, uma bigorna e dois calços. Até agora só eram conhecidos instrumentos com três componentes", descreve Susana Carvalho, que está a fazer o doutoramento em Cambridge e é a primeira autora do estudo publicado no Journal of Human Evolution. A capacidade cognitiva necessária para combinar simultaneamente quatro pedras e uma noz "indicia que os chimpanzés são capazes de complexificar mais o seu comportamento durante a utilização de ferramentas de pedra do que se pensava", explica Susana Carvalho que também faz parte do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde da Universidade de Coimbra.
“Existem semelhanças entre as ferramentas de pedra criadas pelos chimpanzés e os artefactos de pedra usados pelos primeiros hominídeos, há 2,5 a 2,6 milhões de anos", assegura Cláudia Sousa, especialista em primatologia na Universidade Nova de Lisboa e co-autora do trabalho.
O estudo mostra também a relação que os chimpanzés têm com o objecto. Os primatas utilizam, seleccionam e reutilizam as mesmas ferramentas durante períodos de tempo longos. Os objectos são abandonados quando deixam de cumprir a sua função.
Mesmo quando os objectos são pesados os chimpanzés continuam a transportar pedras e outros utensílios. Segundo a equipa, este comportamento demonstra não só uma relação de posse mas uma percepção de qualidade e eficiência das ferramentas.
Segundo Susana Carvalho os chimpanzés agem "de forma mais próxima ao nosso ancestral comum, no que diz respeito às primeiras tecnologias".
[in Público]
Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal
Sinopse: A mais recente aventura de Indiana Jones tem o seu início no Sudoeste desértico, em 1957 – no auge da Guerra Fria. Indy e o seu companheiro Mac (Ray Winstone) escaparam por pouco a um confronto com maléficos agentes soviéticos, num aeródromo remoto.
Agora, o Professor Jones voltou a casa, à Faculdade Marshall, para descobrir que as coisas foram de mal a pior. O seu amigo íntimo e reitor da faculdade (Jim Broadbent) explica que as recentes actividades de Indy o tornaram suspeito e o governo começou a pressionar o estabelecimento de ensino no sentido de o despedirem.
Ao sair da cidade, Indiana encontra o rebelde e jovem Mutt (Shia LaBeouf), que guarda um certo rancor contra o arqueólogo aventureiro, mas que lhe traz uma proposta: se ele o ajudar numa missão de carácter intimamente pessoal, pode muito bem fazer uma das mais espectaculares descobertas arqueológicas da história – a Caveira de Cristal de Akator, um lendário objecto de fascínio, superstição e terror.
Intérpretes: Harrison Ford, Shia LaBeouf, Cate Blanchett, John Hurt, Jim Broadbent
Realização: Steven Spielberg
País: EUA
Género: Aventura, Acção, Comédia
Duração: 124 Mins
IMDB
Peixe em filetes, lombinhos ou medalhões (receita rápida)
Esta receitinha é usada por mim, vezes sem conta, por vários motivos:
1º É muito rápida (enquanto está ao lume, dá para ir dando banho a uma das miúdas)
2º É económica (uso peixe congelado limpo)
3º Dá para ir variando quer na qualidade do peixe (pescada, salmão, panga, etc.), quer no formato (filetes, lombinhos e medalhões)
4º Nunca tive reclamações! Comem sempre muito bem.
Ingredientes (Versão base):
- Peixe em filetes, lombinhos ou medalhões
- Azeite
- Alho
- Coentros
- Vinho branco
- Sal
Opcionais: Tomate picado, pimento ou outros ingredientes que achem que ficam aqui bem
Nota: Uso a receita base normalmente com peixe mais saboroso, como o salmão. Quando uso pescada, que é um pouco mais sensaborona, gosto de juntar então o tomate e o pimento.
Deita-se num tacho o azeite, o alho laminado e o peixe ainda congelado.
Tempera-se com sal, coentros picados e um pouco de vinho branco.
Tapa-se o tacho e deixa-se estufar normalmente, entre 20 a 30min, dependendo da espessura do peixe (é nesta altura que podem ir dar banho aos miúdos).
Acompanho normalmente com batata cozida com casca, arroz, salada ou legumes cozidos.
Espero que gostem!
Fábula
Vítor Nogueira
Jardim do Tabaco
Os barcos partiram. E com eles a ilusão
de uma vitória. A água ocultou todos os rastos.
Quer dizer, é sempre um pouco triste vir aqui.
Como se faz uma capitulação? Não sabemos.
Nunca nos pediram para capitular.
Varremos a culpa para debaixo do tapete,
levando à risca o que a vida nos ensina.
A vida ou seja o que for que nos instrua.
Um dia, em todo o caso, deixaremos de fumar.
(Bagagem de Mão, 2007)
28 maio 2008
Placodermo: um fóssil com embrião
Um grupo de cientistas australianos descobriu um fóssil de placodermo com 380 milhões de anos. O fóssil retém o momento antes do parto. Os exemplares existentes de fósseis animais no momento de dar à luz são extremamente raros. Este novo espécimen tem ainda a particularidade de retroceder em cerca de 200 milhões de anos a data de nascimento.
Os placodermos, extintos há muito, pertencem a um vasto grupo de peixes, que os cientistas consideram os mais primitivos vertebrados dotados de mandíbulas.
Freira do Bugio (Pterodroma feae)
Nome científico: Pterodroma feae (Mathews, 1934)
Família: Procelariidae
Distribuição e Habitat: Espécie endémica da Macaronésia, no entanto nidifica exclusivamente no arquipélago da Madeira, mais exactamente no Bugio (Ilhas Desertas). É uma ave marinha pelágica que escava o ninho no solo.
Estatuto de Conservação e Ameaças: Espécie considerada vulnerável porque possui uma população pequena e porque a sua área de ocupação é muito reduzida. Está naturalmente protegida pela acessibilidade muito difícil que o Bugio apresenta.
Pensava-se que a Freira do Bugio existia na Madeira e em Cabo Verde. Afinal, só existe na Madeira. E foi agora classificada como sendo endémica desse arquipélago, ou, melhor, do Bugio, uma das três ilhas das desertas. Até há pouco, os cerca de 200 casais de Pterodroma feae existentes nas desertas, juntamente com os que nidificam em quatro ilhas do arquipélago de Cabo Verde formavam uma só espécie. Mas já existiam dúvidas sobre a classificação correcta das populações. No entanto, a nível morfológico as diferenças eram pequenas e ficavam-se pelo bico e pelas patas dos indivíduos. Recentemente, os investigadores do projecto SOS Freira do Bugio obtiveram resultados da pesquisa genética feita com tecidos dos indivíduos de Cabo Verde.
Os dados provaram que a diferença genética é demasiado grande e obriga a elevar a população da Madeira a uma espécie diferente.
Maneiras de escrever, de dizer. Maneiras...
Desconhecemos a localidade, a idade, o sexo de quem fez o desenho. Nem isso parece importante. Para os mais distraídos, a coisa pode servir para ilustrar o acordo ortográfico. Para outros, é a prova do baixo patamar em que se move a escola pública. De facto, trinta anos depois já pouco interessa que se saiba ler, escrever, contar, pensar. Apenas que se faça de conta. O fazer de conta é politicamente aceite e, como se não bastasse, é vendido como sucesso educativo. Os pedagogos do eduquês dirão que o indivíduo em causa adquiriu as competências necessárias. Outros deitarão as mãos à cabeça e gritarão aqui d’el-rei! A interpretação tem destas coisas, cada um lê segundo a bitola em que foi formado.
Bambo: suspeito de extorsão e violação
«O autointitulado vidente, conselheiro espiritual e astrólogo senegalês Professor Bambo saiu em liberdade das instalações da PSP para onde tinha sido levado para interrogatório, tendo seguido para casa pelo seu próprio pé. À saída das instalações da PSP, e quando inquirido pela Lusa, o Professor Bambo reagiu agressivamente. O interrogatório teve lugar após uma busca domiciliária feita pela Divisão de Investigação Criminal (DIC) do Porto da PSP, que terminou cerca das 18h. Segundo fonte policial no terreno, o astrólogo mostrou-se “colaborante” com a polícia durante toda a operação. Para entrar na parte domiciliária do edifício, a Divisão de Investigação Criminal da PSP teve de recorrer ao trabalho de um serralheiro. Segundo a fonte policial, a PSP levou a cabo uma operação semelhante no consultório e na habitação do Professor Bambo, em Lisboa. Segundo a Lusa apurou o Professor Bambo é suspeito de vários crimes de extorsão e um de violação. “Trabalha” em Portugal há cerca de dez anos, com consultórios em Lisboa, Coimbra, Faro, Funchal e Ponta Delgada, de acordo com anúncio publicitário.» [PJ]
Genes foram apanhados e agora…
A esperança é maior. Referimo-nos ao cancro do cólon. Particularmente às mutações no gene B-Raf e à presença de uma variante do RAC1. Estudos demonstraram que a presença simultânea destas duas alterações genéticas estruturais caracteriza cerca de 15 por cento dos tumores do cólon e que a interferência entre ambos os genes provoca a morte de 80 por cento das respectivas células cancerígenas.
As descobertas pertencem a duas equipas de investigadores, uma em Lisboa e outra no Porto (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto e Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge).
O cancro do cólon e do recto (colo-rectal), de que existem pelo menos três tipos distintos, é dos mais frequentes em Portugal, onde se estima que afecte mais de 5500 pessoas por ano e cause dez mortes por dia, segundo dados recentemente divulgados pela associação internacional Europacolon. Trata-se da terceira doença mais diagnosticada em todo o mundo, com cerca de um milhão de pessoas, a seguir ao cancro do pulmão (1,35 milhões) e da mama (1,15 milhões), sendo associada ao envelhecimento e alterações no estilo de vida, nomeadamente alimentares.
27 maio 2008
Importa-se de repetir
Luís Januário, de A Natureza do Mal, brinca com a tradução dos títulos de filmes. É um post delicioso. Ora leiam lá:
«Em Portugal os títulos dos filmes são dados pelos distribuidores. Recrutam gente imaginativa que tem uma ideia, certamente adequada e baseada em estudos de opinião, dos frequentadores das salas e compradores de DVDs. Alguns dos filmes actualmente em exibição dão uma ideia do imaginário desses funcionários anónimos e do seu respeito pelos autores e pelos cinéfilos:
Run Fatboy Run (A Maratona do Amor),
My Blueberry Nights (O Sabor do Amor),
Two Rode Together ( Terra Bruta),
Blood Alley (Aldeia em Fuga),
Night and the City (Foragidos da Noite),
Kiss of Death (O Denunciante),
After the Thin Man (A Comédia dos Acusados),
Pick-Up on South Street (Mãos Perigosas),
Bell Book and Candle (Sortilégio do Amor),
No Way Out (Falsa Acusação),
Last of Comanches (O Sabre e a Flecha),
La Graine e le Mulet (O Segredo de um Cuscuz),
Reservation Road (Traídos pelo Destino).
Um dos meus amigos optimistas via sempre alguma coisa de positivo nas piores contrariedades. Sempre ficamos a saber que segredo em francês se diz graine, e cuscuz é mulet. Já os vários nomes do amor nos confundem.»
Um apartamento em Madrid por 5 euros
O serviço de finanças de Espanha está a braços com a inventiva de um cidadão que, por não poder pagar o seu pequeno apartamento de 57 metros quadrados (sim, leram bem), resolveu rifá-lo. Por 5 euros a rifa alguém pode ficar com o apartamento de Miguel Marina. Candidatos, faite vos jeux. O apartamento com uma área útil de 57 metros quadrados inclui corredor, sala, dois quartos, cozinha, casa de banho, varanda e um lugar de garagem.
O homem precisa de 320 mil euros e por isso fez 64 mil rifas. Ele explica como tudo aconteceu: "En el año 2005, me compré un piso. Después de trabajar incluso los fines de semana, (y digo incluso por no decir también, a día de hoy, abril de 2008) y debido a los altos intereses y a la poca seguridad laboral, la cual me ha llevado al paro, me veo obligado a deshacerme de él. No puedo hacer frente a la señora hipoteca. He intentado venderlo pero no me llama ningún comprador. Quien sí me llama, cada mañana, es el señor director del banco preguntando por su dinero. Después de más de una noche sin dormir y sufrir un estrés financiero que riéte tú de Julián Muñoz y pandilla, he llegado a la determinación de coger el toro por los cuernos y hacer frente a esta deuda utilizando algo de ingenio que aún me queda... porque otra cosa, ...no me queda... sortear mi piso".
Paulo Teixeira Pinto
Foi professor. Foi membro de um governo de Cavaco Silva. Foi banqueiro. Pertenceu à Opus Dei durante 20 anos. Está reformado e dedica-se agora ao que sempre gostou de fazer: ler, escrever, pintar, ouvir música. Na revista «Única» (Expresso) de sábado passado vem uma entrevista com Paulo Teixeira Pinto (ou PTP), 47 anos, de que transcrevemos aqui um breve e significativo excerto.
É a favor da legalização das drogas leves e duras. Quer explicar porquê?
Faço-o por razões filosóficas, jurídicas, económicas, sociais e de saúde pública. O fenómeno é muito paralelo com o que aconteceu com a Lei Seca nos Estados Unidos. As fortunas multimilionárias, o crime organizado e a violência aconteceram com base na tentativa de dominar um bem que era proibido. Quando não há um terceiro prejudicado, o Estado não tem que intervir na vida pessoal de ninguém, seja no que for, incluindo o uso de drogas. Detesto uma política de costumes. O Estado não tem que se meter em questões de comportamento privado, de ordem moral, sexual ou outra, desde que seja feito de livre vontade.
É a favor do casamento entre homossexuais?
Não tenho nada contra as uniões homossexuais, mas não é um casamento. A palavra é infeliz. Agora que tenham os mesmos direitos perante o Estado não tenho nada contra.
Imprensa regional: alguns reparos
A imprensa regional é, de um modo geral, fraca. Falta-lhe garra, capacidade crítica, preparação. Dá a impressão de que a imprensa regional pouco mais faz do que trabalho de corte e costura. Corta o telex (agora informatizado) e cola-o na página do jornal. Às vezes com erros. Mas quando há notícias do dia, mesmo tendo edições online, ninguém dá pelos jornalistas. Ninguém dá pelas notícias. Como se a edição online fosse apenas para constar e poderem dizer que também estão actualizados.
É uma pena que ainda estejamos neste pé. É uma pena que o ritmo dos jornais regionais corra quase só colado ao dos governos e partidos regionais. E se esqueçam que há notícias para dar. Por isso, o Pisca de Gente lança daqui o desafio aos que se estão a formar em cursos de comunicação social: preparem-se para um ritmo editorial desligado do século XIX. Ousem. Leiam. Informem-se. Investiguem. Apurem a curiosidade e a acutilância. Aprendam a ouvir sempre mais do que um lado. Cruzem informações. Organizem bancos de dados. E sobretudo estejam atentos ao que se passa à vossa volta.
Ontem, ao fim do dia, aconteceu uma tragédia na Praia da Vitória e apenas se encontra informação no sítio da RTP Açores.
26 maio 2008
Ditos de Alfredo Saramago
"O meu mal é gostar de muitas coisas. Não posso eleger um sítio. Como não posso eleger um só prato de que gosto mais. É consoante o momento. A vida é a arte das circunstâncias. O que temos é que adaptar a vida a essas circunstâncias. Portanto não posso apenas eleger uma coisa. Qual o livro? O filme? Qual o livro que levaria para uma ilha deserta? - já me perguntaram. Sei lá! Numa das vezes, após muita insistência, respondi: Levo um livro em branco, para escrever aquilo que quero." [Declarações ao “Fugas”, Julho de 2000]
"Se nós somos o que comemos, o nosso prato, hoje, é o reflexo de uma sociedade em estilhaços, que procura menos comer do que encontrar a vida facilitada. Um leitor atento e obediente estará hoje condenado à morte por inanidade: num dia proíbem-lhe as gorduras, noutro a carne, para a semana as verduras que têm um teor perigoso de pesticidas, para a outra ainda os ovos, o leite ficará reservado para as crianças; de pão, quase nada, álcool nem vê-lo e água só entre refeições que já não existem porque escasseiam os produtos autorizados." ["Uma Entrada", do livro "Cozinha para Homens - a Honesta volúpia", Colares editora, 1992]
[in Público]
Ricos são mais inteligentes?
Bruce Charlton, um investigador académico britânico, considera que a "distribuição desigual" de classes sociais em universidades de renome incide num "processo natural" de diferenças no QI. Para Charlton, a diminuta percentagem de estudantes de classes sociais média-baixa em conceituadas universidades tem por base um "processo natural" de diferenças substanciais no QI. Diz o investigador, "o governo do Reino Unido, gastou tempo e esforço em declarar que universidades, em particular Oxford e Cambridge, estão a excluir injustamente pessoas de classes sociais mais baixas privilegiando as de classes sociais mais elevadas".
Segundo o professor de psiquiatria evolutiva na Universidade de Newcastle, o debate apresentou uma falha ao excluir um factor importante do padrão verificado: "o de o QI ser significativamente maior em pessoas de classes altas". A "distribuição desigual observada em universidades de renome" não está relacionada com preconceito no processo de admissão dos alunos. Mas é resultado "natural do mérito".
As afirmações publicadas num artigo da revista especializada em educação "The Times Higher Education" desencadearam duras críticas no sector da educação do Reino Unido.
O leilão
O papão sempre nos visita quando vai a leilão algum espólio português. A estratégia é sempre a mesma, empolar as emoções para que haja uma explosão… financeira. O resto pouco interessa.
Falta dinheiro para bibliotecas e para tudo o que não seja cimento ou empresas que criam dezenas de postos de trabalho (que meses depois fecham e vão buscar dinheiro e mão-de-obra barata a outros lugares).
Portugal tem coisas engraçadas. Ele são quadros muito muito importantes que podem ir para o estrangeiro. Ele são os manuscritos de Pessoa que… Ele são colecções valiosíssimas que… Depois, tudo fica por cá e os museus vivem na penúria do costume e as bibliotecas idem idem. Enfim.
O coração por dentro
O Dicionário de Agustina Bessa-Luís
Vem aí o «Dicionário imperfeito». E alguém pergunta, O que é isso, um dicionário com as regras do acordo ortográfico? Não, não é. Senhoras e senhores «Dicionário imperfeito» é uma obra que vai sair em breve, editada pela Guimarães Editores, sobre Agustina Bessa-Luís.
A obra reúne declarações de Agustina Bessa-Luís sobre os mais variados assuntos, recolhidas por entrevistas dispersas e organizadas por ordem alfabética. «Dicionário Imperfeito» contou com organização de Manuel Vieira da Cruz e Luís Abel Ferreira.
Juntamente com o Dicionário a Guimarães publica também «Pensadora entre as coisas pensadas», com o texto integral da oração de sapiência de Agustina Bessa-Luís por ocasião do doutoramento «honoris causa» este ano em Roma.
O professor italiano Aniello Avella, que propôs o doutoramento à escritora, assina um texto de apresentação em «Pensadora entre as coisas pensadas».
[Fonte: Diário Digital]
25 maio 2008
Alfredo Saramago (1938-2008)
Historiador e antrópologo, Alfredo Saramago era um dos raros investigadores portugueses que se interessava pela História da Alimentação. Talvez por ter nascido em Arronches, em 1938, foi ao Alentejo e à sua cozinha que dedicou boa parte do seu trabalho. Em 1997, lançou o livro “Para uma História da Alimentação no Alentejo”, uma súmula dos hábitos alimentares da região, desde a pré-história aos nossos dias. Em 1998, deu à estampa, de parceria com Manuel Fialho, “Cozinha Alentejana”, um receituário de manjares regionais. Era director da “Epicur”, uma revista de gastronomia e outros prazeres. Os vinhos e a tradição gastronómica das diferentes regiões portuguesas eram a matéria-prima das suas obras. Morreu hoje, com 70 anos.
Jorge Gomes Miranda
PREPARATÓRIA
Nessa manhã tocara-me a mim
ir ao quadro. A mim,
que ainda não tinha morfado
quase nada.
Quando ouvi o professor dizer o meu nome,
apeteceu-me replicar: “vai mas é apanhar no…”
Em vez disso levantei-me e rapidamente
resolvi a equação.
Mais tarde, na aula de português,
em resposta a uma pergunta acerca do amor
e da esperança (era a véspera do dia da pátria),
sopesei as vírgulas, as palavras,
e num estilo sem faísca, serviçal
escrevi algo que sabia obter aprovação.
Lembrei-me a tempo de um ditado do avô:
a vida pune sempre os que mijam fora do
lamaçal.
José António Almeida
No dia 28 de Abril de 2001, realizou-se aqui, na Praia da Vitória, aquilo que se designou como “Encontro de Poetas dos anos 90”, com Jorge Gomes Miranda, José António Almeida, José Miguel Silva, Luís Quintais, Mário Cabral, Paulo Jorge Fidalgo e Pedro Mexia. Por diferentes motivos, não puderam estar presentes alguns desses poetas. Manuel de Freitas e Rui Pires Cabral declinaram o convite.
No dia do encontro saiu um suplemento especial do Diário Insular com as poéticas e um poema de cada um dos participantes. O poema de José António Almeida era Cantilena, na altura inédito e a aguardar a saída de “A Mãe de Todas as Histórias”, na Relógio d’Água. Os anos foram passando e esse livro parecia votado ao esquecimento. Até há semanas. Ei-lo, pela mão da Averno. Transcrevemos aqui um poema, precisamente o que o autor publicou no referido suplemento.
CANTILENA
Uma ilha, uma hora
do coração dos meus dias
para sempre vibra fora
do tempo na minha vida.
Flutua perdida hora,
ilha morta dos meus dias,
pelo azul coração fora
no tempo da minha vida.
24 maio 2008
23 maio 2008
Phoenix aterra em Marte
Domingo à noite a sonda Phoenix aterra em Marte. E começa a recolher amostras de gelo e a procurar material orgânico. A manobra é arriscada e a NASA (Agência Espacial norte-americana) pediu pela primeira vez a ajuda da ESA (Agência Espacial Europeia).
A Mars Phoenix Lander concluirá assim um périplo de 679 milhões de quilómetros iniciado a 4 de Agosto de 2007, quando foi lançada na Florida para esta missão, orçada em 420 milhões de dólares (270 milhões de euros).
Para Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa, "a existirem vestígios de vida em Marte eles só poderão estar no subsolo, devido às condições hostis à vida prevalentes na superfície do planeta", com a intensidade das radiações ultravioleta e dos protões do vento solar, além das baixas temperaturas actuais.
Na sua perspectiva, "em fases recuadas da vida de Marte poderão ter existido essas condições, quando a inclinação do eixo de Marte, que vai mudando ao longo do tempo, permitiu uma incidência perpendicular do Sol e a existência de água no estado líquido".
E tendo existido vida no passado, "os seus rastos ficaram congelados no subsolo", afirmou. "Só pesquisando esse gelo se poderá determinar o que sobrou, quer de organismos vivos, quer de reacções químicas de oxidação e redução associadas à vida".
Além de recolher amostras do subsolo gelado marciano, a missão representa o próximo passo da exploração de Marte, ao determinar se essa região, que abrange cerca de 25 por cento da superfície do planeta, será habitável por futuras missões tripuladas.
[Fonte: Público]
Os 125 anos da ponte de Brooklyn
A gigantesca (1834 metros) ponte suspensa sobre o East River une, desde 24 de Maio de 1883, Manhattan com Brooklyn. Foi desenhada pelo engenheiro John Augustus Roebling (Johann August Röbling) e terminada pelo seu filho Washington Roebling.
A Ponte de Brooklyn inspirou artistas, cineastas e poetas. É um dos ícones de Nova Iorque.
Carme Chacón
Carme Chacón Piqueras nasceu no dia 13 de Março de 1971. Pela foto em apreço não parece. Dar à luz e ser ministra cansa. Tanto mais que o rapaz, Miquel, nasceu algumas semanas antes do previsto.
Menina Limão
É por esta e por outras que vale a pena visitar a Menina Limão. «Um dia comprei o Teatro Completo, o livro que reúne a totalidade da obra da Sarah Kane. Li-o de um trago, como um veneno. Fiquei de rastos. Nunca chorei tanto a ler o que quer que fosse. E sempre que a ele regresso (não consigo nem devo resistir, está lá tudo)...»
22 maio 2008
Sweeney Todd - O Terrível Barbeiro de Fleet Street
Sinopse
Tim Burton fez a adaptação cinematográfica do thriller musical de Stephen Sondheim, «Sweeney Todd» e chamou, claro, Johnny Depp para o papel principal. Depp é Sweeney Todd, um barbeiro injustamente condenado à prisão, que jura vingar-se não só do cruel castigo, como também das consequências demolidoras que o mesmo teve na mulher e na filha. Quando regressa à barbearia para a reabrir, Todd assume-se como o Terrível Barbeiro de Fleet Street, que “rapou a cabeça de cavalheiros de quem nunca mais se ouviu falar”.
Ao lado de Johnny Depp está Helena Bonham Carter, que dá corpo à Sra Lovett. Além de fabricar umas diabólicas empadas de carne, torna-se cúmplice amorosa de Sweeney. Alan Rickman é o pérfido Juiz Turpin, que por cupidez não hesita em mandar Sweeney para os calabouços, condenação que abre caminho à sede de vingança. Beadle Bamford, o malvado assistente do Juiz, é protagonizado por Timothy Spall. Temos ainda o barbeiro rival, o espalhafatoso Signor Adolfo Pirelli, protagonizado por Sacha Baron Cohen, e Christopher Lee, no papel de fantasma cavalheiro. Completando o elenco, Jamie Campbell Bowen é Anthony, o jovem marinheiro, Jayne Wisener faz de Johanna, Laura Michelle Kelly é a mendiga, e a nova estrela Ed Sanders protagoniza Toby.
Um musical onde os próprios actores emprestam a sua voz às canções, cuja música e letra é de Stephen Sondheim.
Ficha do Filme
Título original: Sweeney Todd: The Demon Barber of Fleet Street.
Título português: Sweeney Todd - O Terrível Barbeiro de Fleet Street
Actores: Johnny Depp, Helena Bonham Carter, Alan Rickman, Timothy Spall, Sacha Baron Cohen, Christopher Lee, Laura Michelle Kelly, Jamie Campbell Bowen, Ed Sanders.
Realizador: Tim Burton.
Argumento: John Logan.
Género: Musical, Thriller.
País: EUA, Reino Unido.
Estreia: 31 de Janeiro de 2008.
Site Oficial
http://www.sweeneytoddmovie.com/
http://www.sweeneytodd.com.pt/ (Português)
Torcato Sepúlveda (1951-2008)
Tinha 56 anos. Morreu ontem, em Lisboa, o jornalista e crítico literário Torcato Sepúlveda. Marcou a crítica literária e mudou a forma de fazer jornalismo cultural em Portugal — foi o primeiro editor da secção de Cultura, do “Público”, jornal de que foi um dos fundadores.
Nascido em Braga, era filho de professores primários. Frequentou o curso de Filologia Românica na Universidade de Coimbra e, entre 1971 e 1974, viveu exilado em Bruxelas, onde foi operário. No regresso a Portugal, trabalhou no serviço de fronteiras em Vila Real de Santo António, tendo passado daí para o jornal “Expresso” como copydesk. Neste semanário começou a fazer crítica literária, assinando João Macedo — João Torcato Sepúlveda de Macedo era o seu nome completo. Fez traduções sob pseudónimos: Silva de Viseu, Buíça, D. Luís da Cunha. Do “Expresso” saiu para o “Público”, onde editou também a secção de Sociedade antes de partir para integrar a equipa que refundou o “Semanário”. Passou pela “Capital”, por “O Independente” e era actualmente jornalista do “Diário de Notícias” (escrevia para o suplemento de sábado “NS”).
O grito, de Edvard Munch
A versão de O grito que o Museu Munch de Oslo tem em seu poder foi pintada em 1910 e não em 1893, como era até agora versão corrente. A informação foi dada pelos restauradores do quadro (gravemente danificado após o roubo, em Agosto de 2004). Edvard Munch pintou várias versões de O grito. As duas versões mais conhecidas encontram-se na Galeria Nacional e no Museu Munch, ambos na capital norueguesa.
Bartolomeu Cid dos Santos (1931-2008)
Morreu ontem um dos nomes centrais da gravura: Bartolomeu Cid dos Santos. Nasceu em 1931, em Lisboa. Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de 1950 a 1956, prosseguindo a sua formação na Slade School of Fine Art em Londres, de 1956 a 1958, com Anthony Gross. Escola londrina onde leccionou, de 1961 a 1996, no Departamento de Gravura, tendo sido igualmente artista visitante em numerosos estabelecimentos similares na Grã-Bretanha.
Foi ainda professor visitante da Universidade de Wisconsin, em Madison em 1969 e 1980, na Konstkollan Umea, Suécia, em 1977 e 1978, no National College of Art em Lahore, Paquistão, em 1986 e 1987, e na Academia de Artes Visuais de Macau em muitas ocasiões.
Realizou a sua primeira exposição individual em 1959, na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa. Desde então expôs individualmente 82 vezes.
Trabalhos da sua autoria integram o acervo de instituições públicas e privadas nacionais e internacionais.
Têm assinatura de Bartolomeu Cid dos Santos os painéis da estação do Metro de Entrecampos em Lisboa.
Paula Rego considera-o "um grande gravador, dos maiores. Sou grande admiradora do trabalho dele. Foi quem me ensinou a técnica da água-tinta". "Ele tem uma visão e um uso de pretos e brancos completamente únicos."