31 março 2009

Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo


A Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo possui cinco raros e belos incunábulos e várias dezenas de valiosos livros antigos e obras raras, ente estas das primeiras publicadas nos Açores. Além disso, a Biblioteca Pública e Arquivo Regional de Angra do Heroísmo beneficia do depósito legal, recebendo, por isso e por determinação legal, um exemplar de cada publicação portuguesa, tal como a Biblioteca Nacional de Portugal.
A biblioteca incorpora uma variedade de fundos: o Fundo Municipal, as bibliotecas pessoais de Francisco Jerónimo da Silva, Mendo Bem, Luís da Silva Ribeiro, Tenente-Coronel José Agostinho, Vitorino Nemésio, Pedro da Silveira, para citar apenas alguns.
Pese embora a relevância e o valor do acervo, funciona (em parcas condições) num antigo palacete e aguarda que entre em funcionamento (e seja construído) o novo edifício (na foto). A maior parte do fundo legal deve estar inutilizado e muito dele nem chega a ser catalogado. O que não admira, dada a escassez de pessoal qualificado.
Tem um sítio novo, reformulado e funcional, mostrando que há dinamismo. Mas...
A cultura açoriana continua a ser maltratada pelo poder. E tantos anos volvidos sob governação PS ainda não deve ser neste mandato que se verá a nova biblioteca. Tão-pouco há notícias de que venham a ser criados lugares para arquivistas e bibliotecários. Mas já se gastaram uns quantos milhares em propaganda, que é para o que serve a cultura aos olhos alarves dos políticos tugas.

Os 120 anos da Torre Eiffel




Foi há 120 anos, no dia 31 de Março de 1889. Durante 40 anos ostentou o título de a torre mais alta do mundo (destronada em 1929 pelo aparecimento do Edifício Chrysler em Nova Iorque).
A polémica parecia querer comprovar o que Pessoa disse de outra torre, primeiro estranha-se, depois entranha-se. Apodaram-na de "feia e monstruosa". Qualificaram-na de "esqueleto de atalaia" (Paul Verlaine) e gastaram litros de saliva a cuspir no que viria a tornar-se o ex-libris de Paris.
Foi há 120 anos.

Só mil?


Diz o Público que a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) denunciou hoje que há mais de mil autores e artistas portugueses endividados, situação que se agravou nos últimos meses devido à crise económica mas também aos efeitos prolongados da pirataria informática e da ausência de apoios públicos à cultura.
Qual é a novidade? Em Portugal a cultura sempre foi deficitária. Começa em casa, passa pela escola, pelas autarquias, pelas instituições e empresas e acaba no governo. Ninguém passa cartão a algo que consideram uma excrescência e continua a ser visto ou como divertimento ou como propaganda.
Arte, literatura, música, cinema, teatro, bailado e demais áreas são ainda uma miragem no Portugal de Sócrates ou de qualquer outro político.
As capitais europeias da cultura redundam em cimento e show off. O resto é um imenso deserto. Em Portugal ninguém (excepto músicos e actores) pode viver apenas da "arte".
Não há apoios para quem começa, não se estimula, não se exporta.

30 março 2009

O fantasma



Espreita por uma janela no castelo Tantallon, situado a este de Edimburgo. A fotografia tirada por Christopher Aitchison, em Maio de 2008.
Talvez o fantasma esteja a pensar nalgum amor perdido ou será que está mais virado para as bandas da vingança? O rosto é inexpressivo, ou seja, de fantasma. Que pena. Tem algo de gélido... brrr... que medo...
O autor da fotografia afirma que quando tirou a fotografia não estava ninguém à janela. "Só quando cheguei a casa e fui ver as imagens no computador é que me apercebi daquela figura". Contactado o pessoal do castelo, foi confirmado que não são utilizados quaisquer manequins nem tão pouco existem guias vestidos à época medieval.
Fotógrafos especialistas em Photoshop, programa informático que permite a manipulação das fotografias, confirmam que a imagem não foi alterada. Para Richard Wiseman, a explicação é simples: "Acho que pode ser um outro visitante, com um aspecto algo estranho."
Eu cá acho que é mesmo um fantasma... será o das cuecas rotas?

Fontes: DN, Rashmanly

Aos pobres, não há problema, corta-se facilmente, aos outros...


É preciso aproveitar agora, pois agora é que se podem fazer os grandes negócios e para isso é preciso cash. Um dia a coisa estoura e depois é que são elas...
Antes de estourar, urge armazenar.
Armazenar à custa dos impostos dos que os pagam.
Assim é que é!

A chanceler Angela Merkel e outros membros do seu governo teceram duras críticas aos banqueiros que tiveram a lata de a si próprios atribuírem bonificações milionárias, depois dos bancos que gerem terem recebido ajudas estatais.

O ataque mais duro veio do ministro do Interior, Wolfgang Schäuble, que qualificou os ex-responsáveis do Dresdner Bank como os "coveiros da economia social de mercado" por deixarem o banco com grandes indemnizações, pese embora os maus resultados da sua gestão.

Sem nunca se referir ao Dresdner Bank, Merkel criticou também a falta de seriedade dos que "podem receber grandes bonificações apesar do seu mau trabalho".

Em declarações ao diário "Bild", o ministro das Finanças, Peer Steinbrück, acusou igualmente os banqueiros de causarem sérios danos ao sistema social alemão.

O ministro da Economia, Karl-Theodor zu Gütenberg, em declarações ao mesmo periódico, apelou aos administradores dos bancos para renunciarem às suas bonificações (repare-se como eles são cuidadosos uns com os outros).

Apesar de ter registado perdas de 6.300 milhões de euros, os nove membros do conselho directivo do Dresdner Bank receberam bonificações no montante global de 58 milhões de euros, o dobro do ano anterior.

A vida e o preservativo


O mundo é um lugar divertido. S. S. o papa Bento XVI, um dos apóstolos da linha dura da Igreja, chegou à terra das pessoas escuras e disse que preservativo não. Disse-o por razões que estão para lá da razão, pois convém não esquecer que o papa representa Deus na Terra. E Deus lá terá as suas razões para ter inventado a sida.
Felizmente, há bispos portugueses que são mais lúcidos. Até porque são apenas bispos e a um bispo desculpa-se facilmente a heterodoxia.
E nós, simples mortais, divertimo-nos a comentar a diferença de pontos de vista dentro da Igreja, deixando de fora as questões que mais preocupam a hierarquia: a perda de fiéis.
Uma religião que surgiu como contra-poder e que a pouco e pouco se espalhou pela Europa e pelo mundo como poder chega ao século XXI ameaçada pela indiferença.
A vanguarda dos pontos de vista unificadores que simbolizou esfarelaram-se, restando-lhe o mesmo barro de sempre, que parece incapaz de enfrentar, por receio de perder o pouco poder que ainda detém. Embora haja vozes que venham, pelo lado da fé, defender a vida, valor certamente mais relevante do que o uso de contraceptivos.
A nós, portugueses, enche-nos de orgulho que um bispo, D. Ilídio Leandro, defenda que os portadores do vírus da sida devem usar preservativo durante as relações sexuais, porque são “moralmente obrigadas a não transmitir a doença” e que o faça sabendo que "a sua posição é sustentada pela doutrina da Igreja Católica”.

Observatório climático na ilha branca



A ilha Graciosa vai ter um observatório climático móvel, a partir de Maio. Para medir algumas propriedades das nuvens de baixa altitude e ajudar a melhorar os modelos climáticos actuais.
O observatório móvel, ou Atmospheric Radiation Measurement (ARM) Mobile Facility, é responsabilidade da Unidade de investigação climática do Departamento de Energia norte-americano (DOE), que tem vários instrumentos para recolher dados espalhados pelo mundo. A ilha Graciosa passa, assim, a integrar uma rede de cinco locais móveis de medição.
Os investigadores esperam ficar a saber mais sobre a forma como as nuvens interferem com o aumento da temperatura dos oceanos à superfície, gases com efeito de estufa e propriedades dos aerossóis.

Fonte: Público

27 março 2009

Arnica montana

Desenho de Otto Wilhelm Thomé

Originária das regiões montanhosas do norte da Europa, é há muito usada na cicatrização de ferimentos, devido às suas propriedades regeneradoras de tecidos. Em aplicações mais específicas, é também indicada para combater febres, hemorragias, desinterias, infecções renais, inflamações oculares, problemas circulatórios e cardíacos.
Planta da família das Compostas, a arnica é um arbusto perene, que produz flores abundantes de cor amarelo-ouro ou alaranjado. As pétalas ovaladas e pontiagudas exalam um perfume suave. Os frutos são pardos. As flores e as raízes são as únicas partes da planta que podem ser aproveitadas para fins medicinais e cosméticos.
Nunca se deve fazer chá com as folhas da arnica, pois elas apresentam componentes altamente tóxicos.

José Agustín Goytisolo (1928 - 1999)


Llora conmigo, hermano...

Llora conmigo, hermano.
Era mujer y bella. No tenía
nieve sobre los años.

De ella, de mí, de todo
te separaron. Pero el tiempo
te ha devuelto a su abrazo.

A ella y a ti os pregunto
si es posible que todo lo que amé
sea sólo un engaño.

¿Sabéis que espero, a veces,
vuestra voz, y que tengo
los oídos tapados?
¿Sabéis
que niego el pie de vuestros pasos?

Pero no importa. vivo
sobre las ruinas. Amo.

Decidme, sí, decidme,
- aunque no pueda oírlo,
aunque nunca lo crea -
que nada ha terminado.

Carme Riera e Ramón García Mateos recolheram a poesia de Goytisolo num volume de mais de mil páginas, que a editorial Lumen, de Barcelona publicou. Chama-se Poesía completa e inclui «En tiempos de ignominia» e «La voz y la palabra», poemas que não chegaram a ser incluídos em nenhum livro.

Do prazer de ler


Hoje é dia do teatro. Todos os dias são dias de alguma coisa. Serve de pretexto para um texto ácido de Jorge Silva Melo, «E lá será mais um dia mundial da hipocrisia», publicado na edição de hoje do Público. Que gostamos de ler e de que transcrevemos excertos.

"Hipócritas éramos nós, gente do espectáculo, que tínhamos tantas caras que os demais nem sabiam como nos defrontar, e nos consideravam fugidios, falsos, com esse recurso, por todos e desde sempre invejado, de podermos adaptar-nos a outras circunstâncias, camaleões e dançarinos. (...)

Hoje não seremos nós, gente do teatro, stripteseauses da verdade poética, quem terá várias caras, que andam fechados os teatros, em ruínas, degradados, em perigo ou já foram demolidos - e poucos espectáculos se farão nesta noite.

Mas haverá almoços, discursos e jantares, debates e inquéritos.

E os hipócritas não seremos nós, que há anos (nós e os antes de nós, tantos) pedimos esmola, atenção, diálogo, intervenção, planificação, política aos políticos, certos que estamos de que o teatro não pode estar sujeito ao mercado, é área de intervenção do Estado, coração da língua, a tal língua que só no palco tem corpo e suor - e às vezes essa coisa única, gargalhadas e lágrimas.

Vamos, mais uma vez, fingir que nos amam, que nos respeitam, almoçar, ouvir declarações de amor e pedidos de voto, (...) dar beijos, agradecer e dar abraços, vamos todos fingir.

(...)

Como vamos encarar toda essa gente que vive à nossa custa - funcionários em barda que se ocupam de "cultura" - e nos vai vir abraçar, beijar, cumprimentar, prometer coisas que sabem tão bem que à primeira esquina, aliança política ou campanha eleitoral não irão cumprir? Como vamos encarar os desmaiados salamaleques - e mesmo as desculpas dos que ainda se desculpam... - de tanta gente?

Engolindo para dentro a nossa miséria, a nossa tristeza, calando?

Ou herdando o gesto sincero do Zé Povinho, esse rapaz de Bordalo?"

O outrora agora


Francisco Sá de Miranda (1481-1558) escreveu um soneto em que diz:

Alma, que fica por fazer desde hoje
na vida mais, se a vã minha esperança,
que sempre sigo, que me sempre foge,
já quanto a vista alcança a não alcança?

Fortuna que fará? Roube, despoje,
prometa doutra parte em abastança,
que tem com que me alegre, ou com que anoje?
Tanto tempo há que dei mão à balança.

Chorei dias e noites, chorei anos,
e fui ouvido ao longe, pelo escuro
gritando, acrescentar muito em meus danos.

Agora, que farei? Por amor juro
de tornar a cantar fora de enganos
e, por muito do mal, posto em seguro.

Tantos anos depois, noutras paragens, foi descoberto o que se julga ser a ossada de uma mulher dada como desaparecida há sete anos. Chamava-se Eunice Workman e era americana. Por estes dias, as autoridades foram chamadas à casa onde vivia Eunice Workman, por causa de negócios e impostos. Os trabalhadores contratados para limpar a casa reportaram uma pilha de ossos aparentemente humanos debaixo de um monte de lixo.
A casa estava literalmente apinhada de lixo e de tralhas, do chão até ao tecto. As investigações preliminares indicam que a Eunice deve ter morrido esmagada ou entalada nas pilhas de lixo e tralhas que coleccionava. O seu nome tê-la-á traído. Não era homem de trabalho, mas mulher de colecções.
A fortuna dela foi a sua perdição. A fortuna que sempre é um engano, revelou-se uma companheira pouco fiel e Eunice soçobrou por falta de segurança.

26 março 2009

Enquanto a Europa se agita contra a roubalheira


Os tugas continuam a ter de aturar o remanso lusitano, cheio de vãos de escada e de discursos da treta. A justiça funciona bem (para quem pode), as empresas continuam a facturar à custa do Zé que, se não paga, não é servido (embora esteja farto de saber que é mal servido e paga demasiado caro por serviços de merda).
Nada, claro, que tire o sono a seja quem for que ganhe bem em Portugal. Isto é e sempre foi o reino da pequena vigarice, onde enriquecer é tão natural como a sua sede, ou outro disparate do género.
Aqui ainda se considera que quem não aproveita é tolo e ainda se vive no furor legislativo, que dá trabalho aos licenciados em Direito e inscritos na Ordem dos Advogados.
Enquanto assim for, tudo está bem.
Lá fora, os ventos correm aziagos: «O ataque à casa do ex-presidente do Royal Bank of Scotland foi a última gota de uma onda de protestos que tem varrido a Europa e os EUA. Especialistas dizem que não vai ficar por aqui».

25 março 2009

A mentira


O Ministério da Educação é capaz de gastar milhares só com um indivíduo, mas não hesita em vir a terreiro fazer queixinhas do quanto custam milhares de professores.

O mesmo governo que não se importa de gastar milhões com propaganda, com a banca e com negociatas incomoda-se sobremaneira por gastar trocos com salários. O busílis da questão é que este governo dito socialista detesta quem trabalha e venera quem faz negócios.

Detesta ter que pagar os salários dos professores e inventou uma suposta avaliação para poupar precisamente nisso: nos salários. Como se os professores ganhassem muito.

Curiosamente, não se importa de desperdiçar milhões com políticas educativas que a médio prazo agravarão o fosso entre ricos e pobres e que deixarão à margem milhares de cidadãos mal formados, mas com vários ciclos de ensino completos.

Algo que não parece incomodar nem associações empresariais, nem industriais, nem sindicais. O que importa, sempre, é o umbigo, é a vidinha de cada um e a capacidade que alguns grupos têm de pressionar governo e opinião pública.

A falta de ideias e de visão estratégica deste governo é notória em quase todos os domínios: económico, cultural, educativo, social. A factura será paga, como é da praxe, pelos que são mais numerosos, ou seja, aqueles que ganham pouco e vivem única e exclusivamente do salário. Para os outros será uma festa, pois quanto mais ignorante é uma população, melhores negócios se fazem (desses que pouco contribuem para o enriquecimento do país, mas que permitem a criação de fortunas pessoais).

A ministra da educação e os seus secretários de estado são meros mangas de alpaca de um imenso negócio: vender ignorância, incultura, respeito pelo chefe. Tudo com a complacência de centenas de ressentidos que ainda continuam a atribuir à escola e a alguns professores as razões dos seus desaires.
De resto, tirando meia dúzia de indivíduos que mantêm intacta a lucidez, a maior parte faz o jogo de Sócrates, decalcando-lhe os argumentos e os pontos de vista.

24 março 2009

Sem comentários


O autor da política energética do actual Governo, Oliveira Fernandes, classificou como "uma fraude" a atribuição de incentivos à compra de painéis solares fotovoltaicos como sendo produtores de energia solar.
Oliveira Fernandes acusou a empresa Energie, cuja fábrica na Póvoa de Varzim foi visitada quinta-feira pelo primeiro-ministro, José Sócrates, de estar a fazer "publicidade enganosa", ao referir no seu site que os painéis solares fotovoltaicos têm rendimento superior aos colectores solares.
"O site diz que o sistema deles funciona com sol, céu nublado, chuva e à noite. Vê-se logo que não é solar. É por isso que tenho vergonha deste país", afirmou Oliveira Fernandes, criticando José Sócrates e o ministro da Economia, Manuel Pinho, por se terem associado ao "embuste" da Energie, ao apelarem aos portugueses para que comprem os seus painéis.

Fonte: JN

O que queres ser quando fores grande?


Quero ser primeiro-ministro de Portugal. Para poder dizer frases vazias como esta: "Se queremos competir nas áreas do futuro, a única via é a aposta na Educação."

Não é uma chupeta, mas promete fazer estragos

Chama-se Tato Nano, é fabricado na Índia, onde custa mil e quinhentos euros, e chega à Europa e a Portugal no próximo ano. Aqui, para ser posto à venda quatro vezes mais caro, na versão mais económica, cuja frente é de plástico e não inclui air bags, ar condicionado, rádio, bancos reclináveis ou janelas automáticas.
Por 6 mil euros poder-se-á adquirir um carro que vai contribuir para intoxicar a Índia e o mundo, isto se os indianos se puserem a comprar o dito cujo.
O Nano - palavra que em grego quer dizer 'duende' e em gujarati, a língua nativa da família Tata, é sinónimo de 'pequeno' - promete todas as dores de cabeça da democratização industrial. Ratan Tata, administrador da empresa e considerado o visionário que imaginou o Nano, dizia ontem que teve a ideia de criar o carro quando via "famílias inteiras em duas rodas, com o pai a guiar com um filho ao colo e a mãe atrás com outro agarrado às costas". Com o Nano, quase 200 milhões de indianos pouco afortunados vão poder mudar de meio de transporte.
Mas, como lembrava há dias um articulista do The Washington Post, "dezenas de milhões de indianos a guiar um automóvel é o fim do mundo em termos de poluição". Ou seja, muitos milhões de 'soluções' podem tornar-se um enorme problema.

Fonte. DN

22 março 2009

Faróis

Farol das Contendas - ilha Terceira

[Clicar para passear]

Poesia portuguesa: e isso existe?


É no mínimo curiosa a maneira como o DN aborda a edição de poesia em Portugal. Entrevista o editor menos criterioso da coisa e quase não dá a espaço a outros, cujo catálogo se define precisamente pelo contrário: pelo critério, por uma linha editorial.

O rapaz que se fartou de editar lixo, fê-lo certamente porque não perdeu dinheiro ou há muito a sua empresa estaria falida. Ninguém editou tanto como ele num curto espaço de tempo. E na minha modesta opinião, salvo dois dos livros de poesia que publicou, nada do resto terá leitores daqui a uma década. No entanto ele anda por aí, feliz da vida e opinativo como sempre. Conseguiu a proeza de se tornar uma figura num meio que se caracteriza pela mediocridade e pela incultura.

A poesia portuguesa padece desse mal geral. Se há muitos a rabiscar uns versos, poucos são os que lêem o que se edita poe cá e noutros países e, portanto, poucos são os que percebem qual é o lugar da poesia portuguesa na Europa ou no mundo.

A poesia portuguesa serve - e bem - para gentinha como esse editor se governar, além de ser pasto do que de pior há na natureza humana. O que não impede que haja por cá um punhado de excelentes poemas e um ou outro poeta de primeira água. Mas não têm, ao contrário do que acontece em países como o Reino Unido, os EUA ou Espanha, a divulgação que merecem.

As universidades onde se ministram cursos de Letras estão cheias de gente que parece nutrir um fundo ódio pela poesia e que, concomitantemente, afastam os seus alunos do que é legível, promovendo o gosto pelas elocubrações bacocas e barrocas.

Os jornais estão cheios de gente que detesta ler e adora dinheiro e que confunde arte com saldos bancários. Editores, jornalistas e recenseadores são, salvo as excepções da praxe, bajuladores e incompetentes.

As revistas ditas de livros cumprem funções comerciais e ninguém quer que o precioso espaço seja desperdiçado com produtos invendáveis.

A net é um caldeado de letras. Entre meia dúzia de poemas legíveis tem de se aturar milhares de versos intragáveis.

Restam algumas editoras que, contra todo esse marasmo, vão publicando alguns bons livros: Assírio & Alvim, Averno, &etc, Teatro de Vila Real e Relógio d'Água.

20 março 2009

Tu, não sei. Eu gosto muito de ler entrevistas


E gostei da de João Botelho, que vem hoje no suplemento do Público. Do Botelho sempre gostei e até lhe perdoava ser benfiquista (isto é para chatear os benfiquistas). Não gostei do filme anterior e pensei que pena, lá perdemos um realizador peculiar. Afinal, voltou e cheio de si.

Vamos lá então ao que interessa, as palavras de JB:

«A Agustina tem uma coisa engraçada. Quando vende os direitos dos livros põe três cláusulas. Se gosta do filme - e quer sempre ver o filme - tem que se pôr "adaptado do romance de Agustina Bessa-Luís"; se gosta assim-assim é "inspirado num romance de Agustina Bessa-Luís"; se não gosta nada, tem que se pôr "a partir de uma ideia de Agustina Bessa-Luís"...

Agustina viu o filme?

Viu, e ficou comovida.

E qual foi a sua sorte?

Ela deixou ficar "adaptado" [sorrisos]. Tenho uma carta que ditou à filha, Mónica, que é maravilhosa e que tem uma frase fantástica: "Finalmente se prova que não há incompatibilidade entre o cinema e a literatura." A minha paixão pelo romance resume-se a uma coisa: a arte é maior que a vida. Para mim, aquilo que me encantou foi a ideia de uma prostituta de Benfica, descoberta pelo Garrett, transformada numa actriz, Emília das Neves, transformada pela Agustina em Emília de Sousa, que por sua vez nunca revelou que era a Emília da Neves. Encontrei uma biografia, ainda do século XIX, intitulada "A Bela Emília", em que há frases dessa biografia que estão transcritas directamente para o romance. Aquela história da pateada é uma história que se passa no Porto, em que ela chega atrasada. Houve, de facto, uma pateada enorme, mandaram-lhe moedas e ela diz: "Se isso é para os pobres podem atirar mais."

(...)

Não há em "A Corte do Norte" demasiada literatura?

A voz, o texto, é tão matéria-prima como o olhar, como a luz. Este filme está marcado por duas fontes de inspiração: o texto da Agustina e a matéria de luz do Caravaggio. Isto serve-me para uma homenagem ao cinema, com a ideia de que a fotografia é anterior ao cinema, do cinema ser composto por vários elementos - isso chama-se matéria, matéria.

O texto é da Agustina, a luz é do Caravaggio, e a música...

... é também matéria, não é para encher chouriços. Tive a sorte de encontrar uma música de Schubert, "Rosamunde", e, é evidente, a "Traviata", do Verdi, que a Sissi ouvia. Mas é sempre assim: ouçam-na, ouçam a música, agora vejam um gesto.

(...)

A história não me interessa nada. O que me interessa é a maneira de escrever da Agustina - não gosto das coisas lineares mas das incongruências em que ela nos faz tropeçar - e a maneira de eu filmar. As histórias são do século XIX. O cinema deve ser maior do que as histórias. É o modo de filmar que me interessa. A arte não se percebe, um quadro não se entende, não é para perceber! E não tenhamos ilusões: a literatura é mais aberta do que o cinema. O cinema fixa coisas. Quando num romance se diz que uma pessoa está vestida com um casaco castanho, com uma gravata manchada de amarelo, com a camisa amarela eu pergunto: quantos castanhos há?

Da insatisfação e da raiva


Primeiro transcrevemos excertos da notícia. À laia de comentário trancrevemos o poema "Atira tu agora este tijolo" de Joaquim Manuel Magalhães, que pertence a uma série intitulada "6 x 14 aos da educação" publicada no livro Os dias, pequenos charcos, Presença, 1981.

«Dois automóveis pertencentes a dois professores foram incendiados esta manhã no parque de estacionamento da Escola EB 2,3 D. Pedro IV, em Mindelo, Vila do Conde.
Os carros, um Mercedes CLK e um classe A da mesma marca, foram regados com combustível e depois ateados com fogo.»

Atira tu agora este tijolo
ao verde parado na esquina.
Dá-me a navalha eu lixo
os detrás daquele Toyota
e depois a capota do Dyane.

Pega na lona do outro lado
não a largues, eu seguro deste,
bate agora com a pedra
deixa os cacos do eseplho nochão
de mais este elevador.

As pedras maiores ficam
para as montras e as janelas
das escolas. Toma o spray,
escreve SEM SAÍDA.

19 março 2009

O 40.º aniversário do The Very Hungry Caterpillar, de Eric Carle


The Very Hungry Caterpillar é um livro de Eric Carle, cuja primeira edição data de 20 de Março de 1969. O livro tem encantado várias gerações e a sua fama estende-se por diversos pontos do globo, estando traduzido em mais de 47 países.

A data assinala-se em várias bibliotecas e com uma edição especial do livro, cujas ilustrações vão agora poder ser vistas em 3D.

O autor, nascido em Syracuse, estado de Nova Iorque, é uma referência no mundo da literatura infantil e tem muitas outras obras publicadas, que podem espreitar aqui.

O cinema é uma mentira - João Botelho dixit

"Este filme salvou-me a vida" diz João Botelho numa entrevista. Depois da tara benfiquista e de um filme francamente medíocre regressa à literatura, agora com as palavras de Agustina Bessa-Luís para passar ao grande ecrã A Corte do Norte.
Aqui fica a amostra.


Andy Warhol, o verdadeiro ávida dólares


A vaidade dos pequenos sempre foi do mesmo calibre da vaidade dos grandes. A vaidade é um grande negócio e Andy Warhol que gostava muito de dólares percebeu isso muito bem e retratou meio mundo. Uma parte dessa vocação está no Grand Palais, em Paris. O Grande Mundo de Andy Warhol faz uma retrospectiva tão exaustiva quanto possível dos seus retratos e, como seria inevitável, com um grãozinho de escândalo à mistura.
Marilyn Monroe, Elizabeth Taylor, Elvis Presley, Marlon Brando, Mick Jaegger, Jane Fonda e Brigitte Bardot, juntamente com ele próprio, claro.
Pelos inícios da década de 1960, Andy Warhol cobrava 25 mil dólares, preço único. O seu primeiro retrato por encomenda foi feito nesse ano, para a coleccionadora e mecenas da arte pop Ethel Scull - o seu screen test está documentado na série de 36 imagens que Warhol realizou a partir das centenas que lhe fez, com a sua Photomaton (mais tarde, passaria para a Polaroid, mas o processo técnico manteve-se o mesmo: captação, aumento, duplicação e sobre-exposições das imagens, que a seguir passava à tela).

17 março 2009

Enric Duran deixou-se apanhar

Quem é Enric Duran?
É um catalão que pediu emprestado a vários bancos a bela maquia de 492 mil euros. Fê-lo em nome de uma empresa fictícia e com o claro propósito de não pagar a dívida. Pegou em parte do dinheiro e elaborou um jornal gratuito cujo objectivo é propor um plano de acção pós-capitalista para superar a actual crise.
Quem quiser saber mais, pode ler a entrevista que Duran concedeu à "Salada".
Enric Duran, com 33 anos, foi hoje detido na Universidade de Barcelona.


Millard Kaufman (1917-2009)


Criador do míope e milionário Mister Magoo, Millard Kaufman morreu sábado, em Los Angels, com 92 anos.
Mr. Magoo apareceu pela primeira vez em 1949, em Ragtime Bear, fruto da invenção de Kaufman e de John Hubley.
Além de guionista de Mr. Magoo, trabalhou também para outras séries e filmes, e, já tarde, atreveu-se com o romance, estando para breve o aparecimento de um que deixou pronto para publicação pouco antes de morrer.

O papa tem razão

O Papa é sábio. Sabe muito de sexo. E como grande sábio que é, não hesita em dizer que os preservativos não só não resolvem como agravam os problemas.
Todos sabemos que as relações sexuais são feias, animalescas, perigosas e só se devem praticar uma ou duas vezes na vida... para ter filhos. De resto, sempre que houver desejo, deve-se tirar o terço e rezar, rezar muito.
Como diz Bento XVI, a "única via eficaz para lutar contra a epidemia é uma renovação espiritual e humana da sexualidade", unida a um "comportamento humano moral e correcto".
Não podia estar mais de acordo. E todos sabemos que os párocos, prelados, bispos e demais clérigos que caem na tentação da carne o fazem para dar razão ao Papa. O sexo é feio. O sexo é sujo. O sexo devia ser proibido.
A sida é uma praga que resulta de maus hábitos. O hábito de sentir. Do prazer. Dos desejos. E tudo isso é pecado.
Só ainda não consegui perceber é o que leva tantos homossexuais a sentirem-se fascinados pela igreja católica. Talvez sejam as histórias e representações de Cristo, que os excitam sobremaneira.

A Goce em órbita


Não, não é um sopinha de massa a falar e não se trata daquilo que alguns estão a pensar. A Goce é uma sonda (Gravity field and steady-state Ocean Circulation Explorer) da Agência Espacial Europeia (ESA). Lançada hoje para o espaço a partir do norte da Rússia, está em órbita, a 280 quilómetros da Terra.
A Goce vai medir e analisar as pequenas variações na gravidade terrestre a fim de seguir a direcção e a velocidade das correntes oceânicas e assim perceber como é que os oceanos transportam o calor pelo globo. Com esta informação é possível melhorar-se os modelos informáticos que prevêem as alterações climáticas.

Headache: a família, a família


Enxaqueca, cefaleia, dores de cabeça, moedeira, chumbo e mais.
Há dois tipos de enxaqueca, com e sem aura. Com aura é quando envolve distúrbios visuais, auditivos, sensitivos ou motores antes da dor de cabeça se instalar.
Ao que consta, no Sul há menos aura do que no Norte. Talvez por haver mais luz, mais equilíbrio térmico, um outro tipo de alimentação. Sul e Norte da Europa, pois quanto a outros sul e outros norte não sabemos como é.
Um grupo de investigadores do Instituto de Biologia Molecular e Celular (IBMC) e do Hospital de Santo António (HGSA) demonstrou que os familiares directos de pessoas que sofrem de enxaqueca são entre três e quatro vezes mais susceptíveis de ter esta doença.
Ora esta, a família deixa-nos cada uma.

Compadrio?! Isso existe?


Não sei se se recordam dos mini-concursos? Era uma mina para as escolas, para os conselhos directivos, sobretudo os dos lugares mais pequenos. Só lá ficava quem eles queriam. E isso era bom para a escola? O pessoal dos directivos dirá que sim, quem sofreu injustiças com o processo facilmente explicará porque não.
O que o ME quer fazer, acabar com os concursos e colocar na mão das escolas "a autonomia" é regressar a um modelo que favorece o compadrio, a pequena mentira, a corrupção.

Eu acho que só um ministério socialista como este que lá está se atreveria a tal: a maioria absoluta favorece este tipo de dislates. Que aliás vêm na linha daqueles contratos chorudos com Fulano que se fartou de receber e de mandar tirar fotocópias.

Bué da fixe, meu. Só mil?!


A leitura faz mal. A leitura não serve para nada. A leitura devia ser proibida. A melhor maneira de a proibir é magalhanizar tudo. Infantilizar, diminuir, descomplexificar soa bem aos ouvidos burgessos dos tugas. Porque nada como o tuga para acreditar que basta dizer cor para todos saberem se é branco, amarelo, vermelho ou azul...
Artur Anselmo, presidente do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Língua Portuguesa da Academia das Ciências de Lisboa, veio a terreiro dizer que o rei vai nu. "Nós temos 110 mil palavras dicionarizadas - e não falo nas locuções, que aí iríamos para as 300 mil - e o Português básico está reduzido a menos de mil palavras".
Que fixe, pá. Mil, isso é bué de pouco. Assim dá menos trabalho, pá.
Além da falta de conhecimento, há outras pechas. Desde logo, a afectação. "O verbo 'pôr' está a desaparecer, hoje toda a gente 'mete', diz-se 'meto a mesa' em vez de 'ponho a mesa' e isto é mau. O verbo 'fazer' também está a desaparecer: já ninguém 'faz' perguntas, toda a gente 'coloca' questões", exemplificou o filólogo. Na sua opinião, "os portugueses complicam desnecessariamente uma língua que é uma obra-prima da nossa História" quando "o simples é o contrário do banal - falar com simplicidade, é falar bem, não é falar difícil nem com estereótipos banalizados".
Os Tugas, pobres e semi-analfabetos encolhem os ombros, querem lá saber disso para alguma coisa. Embora haja uns quantos que acham que sim, senhor, toda a gente deveria fazer exercícios ortográficos, pois o mais importante é a ortografia. Já quanto ao resto, juntam-se à maralha e encolhem os ombros.
As faculdades de Letras do país também contribuíram para a coisa: puseram de lado os livros em nome das empresas de fotocopilhagem e esuqeceram-se que sem acervo de leitura e sem conhecimento da história literária não se vai lá. Mas não, o estruturalismo caiu-lhes no regaço e foi um tal embalá-lo que são já milhares os que formados em Letras escrevem e falam com os pés.

15 março 2009

Dor de cotovelo


Eu também sei tirar fotocópias, mas não sou formado em Direito.
Eu também sei atender telefonemas, mas não tenho mestrado em Gestão.
Eu não sou militante do PS nem de qualquer outro partido.
Oh, estou triste, muito triste.
Gostava tanto de ser militante do PS.
Gostava tanto de tirar fotocópias.
Gostava tanto de perceber quem é Maria de Lurdes Rodrigues.

14 março 2009

Olha-m' este a dizer que não...

João Malva, presidente da Sociedade Portuguesa de Neurociências e investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, diz que não, não e não.
A que é que ele diz que não?
À percentagem de cérebro que utilizamos no dia a dia (os famosos 10%). "A actividade do cérebro é extremamente dinâmica, varia a cada milissegundo e é portanto impossível quantificar numa determinada circunstância qual a percentagem que está a ser utilizada."
O cérebro pesa cerca de 1,4 kg e é constituído por zonas distintas que são utilizadas com intensidades diversas para desempenhar funções diferentes, mas todo o órgão é utilizado de uma forma ou de outra ao longo da vida.
Assim, zonas distintas do cérebro estão associadas a funções diferentes, como a memória, o movimento, o funcionamento dos órgãos ou as emoções.
Mas Malva vai mais longe. O cérebro, como qualquer estrutura do corpo, é um órgão que se treina e há sempre espaço para melhorar o seu desempenho. "Daí que as pessoas que se mantêm intelectualmente activas têm uma performance muito melhor do cérebro em termos cognitivos e isso tem a ver com o treino da actividade cerebral".
Nesse sentido, qualquer pessoa tem condições para melhorar o seu desempenho cognitivo, desde que haja disciplina e treino dirigido para uma determinada função.
E agora, Maria de Lurdes Rodrigues? E agora? Que chatice, já viste?

10 cêntimos de 1938 correspondem a 317.200 dólares de 2009

Acha que é muito? Então fique a saber que quem pôs a revista à venda esperava chegar aos 500 mil dólares. E porquê? Porque já houve quem oferecesse tal quantia pelo mesmo número da revista.
Dizem os especialistas que restam apenas 50 exemplares em bom estado da Action Comics.
O exemplar agora leiloado pertenceu a um miúdo (quase septuagenário) que a guardou religiosamente durante cerca de seis décadas. Comprada em segunda mão, doze anos depois do aparecimento do primeiro número, o rapaz teve de pedir 25 cêntimos (mais 15) para a adquirir. Um investimento que vai merecer várias teses de doutoramente e muitas mais de mestrado, para nos provar que investir é um acto de carinho e paciência.
(Os investimentos devem ser preferencilamente aplicados em objectos populares e artísticos, pois são esses que mais se valorizam com o passar dos anos).

Apoiado, apoiado. E sugerimos a dobradinha: 24 horas


Antes de mais nada, citemos: «A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, mostrou-se hoje receptiva a que as escolas venham a estar abertas 12 horas, um pedido apresentado no Encontro Nacional de Associações de Pais».

Comentário: Acho bem. Por mim, sugiro até que as escolas deviam estar abertas 24 horas por dia, sábados e domingos incluídos. E sugiro mais: que isso fique aos cuidados dos professores, os quais devem obrigatoriamente prestar o serviço de babysitting de modo gratuito. Quem não quiser, rua!

A escola é de todos e para todos. Os filhos não têm nada que estar com os pais. Já viram se eles fossem todos como aquele senhor da Confap? Coitadas das crianças, ainda davam em serial killers. Não. As crianças devem estar na escola. Assim não chateiam os pais nem o resto da família. Só se pede que isso seja gratuito: ou seja, que ninguém pague nada (a luz e a água são pagas pelos contribuintes, que o mesmo é dizer por ninguém).

Eu sei, eu sei, primeiro diz-se que não, depois virá o talvez, até chegar a norma que obriga a. Assim tem sido e deve continuar.

Os professores deviam mesmo ser demitidos de funções, não servem para nada e ganham muito. Sempre eram uns empregos que a Confap passava a dirigir, que lhes parece?

Eu quero ser sócio da Confap, para me candidatar ao lugar do sr Albino? É assim que ele se chama, não é? Porquê? Ora porque gosto que me tratem por presidente e depois quero dizer que também gosto muito de processar essa gentinha que vive de dizer mal.

Bodies Revealed proibido no país do chefe Hugo

Corpos verdadeiros, mas plastificados. Corpos, órgãos e algo mais. Bodies Revealed é uma exposição didáctica e também teatral do corpo humano. Contém 13 corpos e 219 órgãos. Estava em caracas para que os venezuelanos a pudessem ver. Mas não podem. Hugo Chávez, el presidente, não gostou e proibiu.
O chefe disse: A exposição é macabra e só pode ser resultado de "barbárie" por causa da "inmensa descomposición moral que sacude al planeta".
Já sabíamos que havia tremores de terra, o que não sabíamos era porquê. Chávez, o cientista, explicou e nós registamos.



13 março 2009

Na net somos todos lesmas ou caracóis


A net portuguesa tem a particularidade de continuar cara e de estar longe de corresponder às velocidades que pagamos.

No entanto, tem a vantagem óbvia de abrir portas que doutro modo nos estariam vedadas. Há muitos defensores da censura: desde analfabetos, passando por politiquinhos, até governos. O que é natural, a democracia assusta.

Tim Berners-Lee é dado como o pai da coisa (da teia internacional WWW). Há 20 anos criava um sistema sistema que facilitasse a partilha de documentos de pesquisas entre cientistas. Nada de imagens nem de cores, texto e tudo a preto e branco.

O problema que se coloca hoje é o da defesa da privacidade. É fácil entrar nos nossos computadores e sacar dados perigosos. No entanto, por sorte, nem todos somos vítimas de viroses e de ataques. Mas, segundo se diz, todas as empresas do mundo dariam rios de dinheiro para saber os nossos hobbies, os nossos gostos e taras, as nossas doenças, os endereços de e-mail e de casa, do trabalho. A informação é um bem precioso.

Tim Berners-Lee tem sido um paladino dos direitos dos utilizadores da Net, contra o controlo da informação. Esta semana, numa audição no Parlamento, alertou os deputados britânicos para a necessidade de os políticos não permitirem que empresas e até governos vejam o que fazem as pessoas na Web. “Usamos a Internet sem pensar que uma terceira parte pode saber no que é que acabámos de clicar. Mas os endereços das páginas que digitamos revelam muito das nossas vidas. É informação muito sensível”, disse. “Haverá uma grande pressão comercial para divulgar estes dados, por isso, nem deve ser gravada.

A Google tem muita dessa informação e os que usam, como nós, blogues dessa plataforma, ainda revelam mais sobre si. Por enquanto, tais dados são mais ou menos mantidos em segredo, mas, caso isso não seja acautelado internacional e nacionalmente, o futuro pode revelar-se problemático. As anedotas sobre a falta de privacidade já correm por há anos.
Na net somos quase todos lesmas, deixamos um rasto de baba por onde passamos.

"O Paço da Pena", aguarela assinada pela Rainha D. Amélia

Esta aguarela da Rainha da saudade faz parte do livro "Mes Dessins" (Os meus desenhos), obra em dois volumes, resultado da reunião dos seus desenhos feitos em Portugal que, com a ajuda do Conde de Sabugosa, editou fazendo-os acompanhar de textos de autores portugueses. Obra encadernada a pergaminho com fechos de marfim, cuja venda reverteu a favor das obras de assistência social que criou.

Currículo: 120 prisões

Nome: Michael Peterson
Cognome: Charles Bronson
Ano de nascimento: 1952
Habilidades: Bater, roubar, ameaçar


A morte chega sem aviso prévio


Tinha 17 anos e estava farto dele mesmo. Doía-lhe não ser considerado, não ter amigos, ninguém que olhasse por ele. Consta que gostava de filmes de terror, talvez por encontrar ali algum paliativo para uma estranheza que nunca ninguém lhe soube explicar e que ele também não chegou a perceber.

Mais uma vez repetiu-se a tragédia. Mas quem lê Arno Gruen? Quem? Os nossos jornalistas, ano após ano, repetem a mesma ladainha, a de não haver explicação para o sucedido, quando a explicação a têm sempre diante dos olhos, basta saber lê-la.
No meio da tragédia, registe-se o heroísmo de três professoras que tentaram, com os seus corpos, servir de escudo aos dos seus alunos.