24 março 2009

Não é uma chupeta, mas promete fazer estragos

Chama-se Tato Nano, é fabricado na Índia, onde custa mil e quinhentos euros, e chega à Europa e a Portugal no próximo ano. Aqui, para ser posto à venda quatro vezes mais caro, na versão mais económica, cuja frente é de plástico e não inclui air bags, ar condicionado, rádio, bancos reclináveis ou janelas automáticas.
Por 6 mil euros poder-se-á adquirir um carro que vai contribuir para intoxicar a Índia e o mundo, isto se os indianos se puserem a comprar o dito cujo.
O Nano - palavra que em grego quer dizer 'duende' e em gujarati, a língua nativa da família Tata, é sinónimo de 'pequeno' - promete todas as dores de cabeça da democratização industrial. Ratan Tata, administrador da empresa e considerado o visionário que imaginou o Nano, dizia ontem que teve a ideia de criar o carro quando via "famílias inteiras em duas rodas, com o pai a guiar com um filho ao colo e a mãe atrás com outro agarrado às costas". Com o Nano, quase 200 milhões de indianos pouco afortunados vão poder mudar de meio de transporte.
Mas, como lembrava há dias um articulista do The Washington Post, "dezenas de milhões de indianos a guiar um automóvel é o fim do mundo em termos de poluição". Ou seja, muitos milhões de 'soluções' podem tornar-se um enorme problema.

Fonte. DN

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