30 junho 2008

Correr o mundo de sofá em sofá ou o couchsurfing


O Projecto CouchSurfing (CS) é um serviço de hospitalidade com base na Internet. Em Abril de 2008 tinha cerca de 500000 membros em 226 países e territórios.

Em 1999, Casey Fenton registou o domínio couchsurfing.com com o intento de criar o projecto CouchSurfing. O sítio foi desenhado e registado por Casey Fenton Consulting. Em 2003, surgiu a organização sem fins lucrativos CouchSurfing International, Inc. criada por Casey Fenton.

A inscrição na organização é gratuita e pode ser obtida através de simples registo no sítio CouchSurfing.org (há alguns sítios que tentem usar a fama adquirida pelo CouchSurfing, por exemplo, a couchsurfing.net).

A actividade principal da organização é a troca de alojamento. Enquanto anfitrião, um membro oferece o alojamento a seu belo prazer. Enquanto surfer (convidado), o viajante pode procurar e pedir alojamento para o seu destino. O alojamento é inteiramente consensual entre o anfitrião e o convidado. A duração, a natureza e os termos para a estadia do convidado são acordados a priori para satisfazer ambas as partes. Não existem compensações monetárias excepto em determinadas situações (o convidado pode compensar o seu anfitrião pela comida).

"CouchSurfing procura ligar pessoas e lugares internacionalmente, criar trocas educacionais, fomentar consciência colectiva, espalhar a tolerância e o entendimento cultural. Ser uma comunidade que deseja um mundo melhor e que vê no surf de sofás um meio para atingir esse objectivo. O CouchSurfing não é mobília, não é encontrar alojamento gratuito por todo o mundo; é estabelecer ligações por todo o mundo. Abrir portas, vidas, corações. Abrir mentes e dar as boas vindas à sabedoria que a troca cultural oferece.

Quem já experimentou, diz ser absolutamente seguro.

Espécies marinhas



Estamos no Verão. Verão, sol, praia, mar. Ora aí está uma boa razão para visitar as espécies marinhas, aqui e aqui.

29 junho 2008

Pessoa, Fernando - 120 anos


«Os deuses são deuses / porque não se pensam.» [ Ricardo Reis ]

João Paulo Wadhoomall presta tributo aos 120 anos do nascimento e à obra do poeta, com uma séria de fotografias, que ilustra com versos. Uma amostra pode ser vista aqui.

Uma dupla maravilhosa: Maria João & Mário Laginha




Maria João e Mário Laginha juntos é um pouco de esplendor. Como diz Fellini (in Sou um grande mentiroso, Fim de Século, 2008), a música lembra-nos «que a plenitude, a paz e harmonia estão ao nosso alcance». Ouvi-los é um prazer. Por isso, foi com júbilo que vimos que vem aí “O Abraço do Mar”, concebido de propósito para a Exposição internacional de Saragoça.

Na impossibilidade de adiantarmos uma amostra desse som, deixamos aqui um pouco do trabalho da dupla que tanto nos tem encantado.

28 junho 2008

Problemas da Filosofia em Portugal

Maria Luísa Guerra, pedagoga, em artigo de opinião (O assassinato da Filosofia) publicado na edição de hoje do Público:

«Em Portugal desvaloriza-se o exercício do pensamento, o rigor da análise, a descoberta de paradigmas e de valores, a discussão de problemas, a formação do espírito crítico, a reflexão sobre a aventura humana (…).

Sabe-se que a finalidade do estudo em qualquer disciplina não é o exame. Mas também se sabe que, na prática, se não houver exame, os alunos não se interessam. Não estudam convenientemente. (…)

O sucesso escolar não é gratuito. Depende de currículos apropriados, mas depende sobretudo de cabeças bem-feitas, treinadas numa apurada e progressiva ginástica mental, no exercício da abstracção, da comparação, do dissecar analítico. Esse exercício cabe especificamente à Filosofia.

No limite, pela depuração que exige e supõe, aproxima-se da Matemática. Não é por acaso que grandes filósofos de referência (de Pitágoras a Descartes, de Leibniz a Russell) foram matemáticos. Tirar aos jovens esta ginástica mental é criar o caos. Multiplica-se no mundo a presença e o interesse pela Filosofia. Em iniciativas globais. De Paris a... Seul. Em Portugal, desvaloriza-se até a morte. Original.»

27 junho 2008

Asparagus acutifolius

Asparagus acutifolius


- Estamos em Marte?
- Nã!
- Mas são espargos...
- Eh, home, pára lá com isso. Marte é só gelo. Gelo e descobertas.

Espargos em Marte


Phoenix analisou uma amostra do solo de Marte e achou-o parecido com o da Terra. “É o tipo de solo que poderíamos encontrar no nosso quintal”, declarou, em conferência de imprensa, Samuel Kouvanes, responsável pelo instrumento da sonda que acaba de realizar a primeira análise química ao solo de Marte. “Os espargos até se davam provavelmente muito bem com um solo desses”.

“A dois centímetros e meio de profundidade o solo marciano tem um pH muito básico, entre 8 e 9, uma alcalinidade decididamente notável”. Também foram detectados iões de magnésio, sódio, potássio e cloro. “A presença de sais minerais constitui mais uma prova da existência de água”, diz Kounaves, aludindo ao anúncio, há dias, da descoberta de gelo pela sonda. “Também encontrámos uma série de nutrientes, ou seja de compostos químicos indispensáveis para a vida tal como a conhecemos. (...) O mais impressionante não é que Marte seja um outro mundo: é que, em muitos aspectos (...) é muito parecido com a Terra.”

[Fonte: Público]

Margarida Moreira a Ministra da Educação já


Margarida Moreira tem acumulado decisões felizes. O caso Charrua foi o mais mediático. Antes e depois desse, outros houve. Agora, a directora regional de Educação do Norte pediu aos conselhos executivos das escolas para terem atenção na escolha dos docentes que vão corrigir os exames, e disse que “talvez fosse útil excluir de correctores aqueles professores que têm repetidamente classificações muito distantes da média.” Os “alunos têm direito a ter sucesso” e o que “honra o trabalho do professor é o sucesso dos alunos”.

O sucesso dos alunos não depende, como se sabe, do trabalho que realizam ou dos conhecimentos que adquirem. Não. Depende de decisões administrativas. Será que a senhora foi das que beneficiou da balda pós 25 de Abril de 1974, quando as universidades foram palco de uma instabilidade justificada pela mudança de regime? Ou será que é apenas irresponsável e defende o tacho que tem como pode, em momentos tão difíceis?

O que já deu para perceber é que tem o apoio incondicional de Sua Excelência a Senhora Professora Ministra da Educação. Por isso, o Pisca sugere a S.Exa. o Senhor Engenheiro Primeiro-Ministro que numa futura remodelação governamental não se esqueça da S. Exa. a Senhora Dona Margarida Moreira. Tem o curricula que melhor se adapta ao Ministério da Deseducação.

26 junho 2008

Maldade ou exclusão são mais frequentes entre raparigas


A maldade ou a exclusão são mais comuns entre as raparigas do que entre rapazes, contrariando o estereótipo de que o fenómeno está mais associado ao sexo masculino, defendeu hoje em Coimbra a especialista em «bullying» Sónia Seixas.

«O ideal é que toda a comunidade se envolva para conhecer o fenómeno. O primeiro passo para fazer alguma coisa é mudar as atitudes da comunidade escolar, nomeadamente de profissionais e de alguns pais, quando desvalorizam ou negam o problema», considerou a docente da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém.

Destruição do ozono no meio do Atlântico


Grandes quantidades de ozono estão a ser destruídas nas camadas baixas da atmosfera sobre o Atlântico tropical, segundo medições realizadas no primeiro ano de existência do Observatório Oceano-Atmosférico de Cabo Verde, na ilha de São Vicente.


«Ao largo de Cabo Verde, no ar cálido que varre as águas tropicais do Atlântico e é salpicado pelas ondas, decorrem, todos os dias do ano, reacções químicas que destroem um gás que todos conhecemos: o ozono. O fenómeno foi agora descoberto por cientistas britânicos e cabo-verdianos e, a confirmar-se o seu carácter global (os oceanos cobrem 70 por cento da superfície do planeta), poderá obrigar os especialistas a reverem os modelos utilizados para prever a evolução do clima no nosso planeta.

A equipa de Lucy Carpenter, da Universidade de York, Reino Unido, escreve hoje na revista Nature que, naquela região, nas camadas de ar mais baixas, é destruída uma quantidade de ozono perto de 50 por cento maior do que previsto pelos mais sofisticados modelos climáticos actuais. A partir de um observatório instalado na aldeia piscatória de Calhau, 15 quilómetros a leste do Mindelo, na ilha de São Vicente, e de observações feitas com uma avioneta, os cientistas conseguiram, pela primeira vez, medir o fenómeno, sem interrupção, ao longo de um ano, de Outubro de 2006 a Outubro de 2007.

A química da atmosfera em geral, e a do ozono em especial, são pratos de digestão difícil para leigos. Mas num comentário na mesma edição da revista, Roland von Glasow, da Universidade de East Anglia, resume bem a importância do ozono: "O ozono", escreve, "é um gás atmosférico fascinante, com papéis diferentes conforme a sua localização. Na troposfera [a camada inferior] é um gás de estufa e pode ser nocivo para os animais e as plantas. Mas o ozono da estratosfera (...) absorve os raios nocivos do Sol." O ozono também é importante, salienta, porque a sua destruição dá origem aos chamados radicais hidroxilos, moléculas altamente reactivas que "limpam" o ar, removendo um outro potentíssimo gás de estufa: o metano.

"Neste momento", diz Alastair Lewis, co-autor do estudo, em comunicado, "é uma boa notícia - há mais ozono e mais metano a serem destruídos do que se pensava -, mas o Atlântico tropical não pode ser considerado como um 'sorvedouro' permanente de ozono. (...) Bastaria um pequeno aumento dos óxidos de azoto vindos dos combustíveis fósseis e trazidos de Europa, África Ocidental ou América do Norte pelos ventos, para que o oceano passasse de sorvedouro a fonte de ozono".

Mas o que é que leva a esta destruição - natural - do ozono no meio do Atlântico? Os cientistas encontraram, no ar em contacto com a água, altas concentrações de monóxido de iodo e de bromo e concluem que são esses compostos que promovem a destruição do ozono. O primeiro provém dos aerossóis de água salgada que se misturam com o ar e o segundo das algas marinhas - e nos dois casos, as reacções decorrem sob a acção do Sol.»

Bêbedos aos 7 anos


"Não é raro" chegarem aos hospitais, nesta altura do ano, crianças com sete, oito ou nove anos em coma alcoólico, devido aos festejos de final do ano escolar. A afirmação é da ministra da Saúde, Ana Jorge, que falava, ontem, à margem do Fórum Nacional sobre o Álcool, que decorreu em Coimbra. O comentário da ministra tem por base "a sua experiência de 30 anos de pediatra hospitalar". Ana Jorge foi chefe do serviço de Pediatria do Hospital Garcia de Orta, em Almada.

Já o pediatra e director da unidade de Pediatria do Hospital Santa Maria, em Lisboa, Gomes Pedro, disse não ter conhecimento de crianças tão novas em coma alcoólico, atendidas no seu serviço. "O que há são miúdos mais velhos de 12,13 ou 14 anos que agora nas férias de Verão ficam até mais tarde com os amigos na praia e acabam por ficar alcoolizados

Em que ficamos: é assim ou não é? A notícia preserva a ambiguidade, ao mesmo tempo que realça os perigos das bebedeiras em tão tenras idades.

Errámos

Afinal, não foi o Estado que adquiriu o quadro de Vieira Portuense, como ontem postamos aqui. A informação fora colhida junto do Público, que, hoje, explica a origem da fonte noticiosa: «Ontem a Lusa disse que o quadro "Súplica de D. Inês de Castro", tinha sido comprado pelo Estado português num leilão em Paris, o que foi publicado no PUBLICO.pt. A informação não se veio a confirmar.»

O quadro de Vieira Portuense foi adquirido pelo advogado de um conhecido empresário português, que quer continuar no anonimato.

A aquisição efectuada pelo empresário tinha sido previamente combinada com o Ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro, que estabeleceu o limite máximo para a aquisição, embora tivesse a promessa de Faria de Oliveira, de que a Caixa Geral de Depósitos poderia cobrir a soma restante. Mas não foi preciso.

O quadro de Vieira Portuense, que no catálogo da leiloeira Pierre Bergé & Associes aparecia avaliado por 120 mil a 150 mil euros, foi a leilão com um preço base de 80 mil euros e "subiu rapidamente" até aos 210 mil. A obra foi, portanto, vendida um pouco abaixo do limite máximo estabelecido pelo ministro, a conselho de especialistas em pintura portuguesa.

Usando dos seus conhecimentos de Direito, Pinto Ribeiro conseguiu aplicar ao quadro a fórmula do direito potestativo, como ontem explicou em conferência de imprensa. "Uma das condições que estabeleci com o mecenas é que seria concedido o direito de compra ao Estado Português durante um ano, mesmo que o comprador não o queira vender, e pelo mesmo valor com que foi adquirido. Chama-se a isto o direito potestativo".

A “Súplica de D. Inês de Castro” ficará acessível ao público no Museu Nacional de Arte Antiga durante um ano, logo que venha de Paris, o que deverá acontecer num prazo de quinze dias. Para que isso fosse possível houve envolvimento da Embaixada de Portugal em Paris, da Fundação Gulbenkian, dos especialistas do Museu Nacional de Arte Antiga e do empresário.

16 de Abril de 1178 a.C e a queda de Tróia


Fenómenos astronómicos mencionados na Odisseia, o célebre poema épico atribuído a Homero, coincidem com a descrição de um eclipse solar total, indica um estudo ontem divulgado pela Academia das Ciências dos Estados Unidos. Se as contas estiverem bem feitas, Tróia caiu a 16 de Abril de 1178 a.C.. Tendo em conta a raridade deste tipo de eclipses, a descrição do fenómeno feita por Homero leva os historiadores a datar a queda de Tróia, em função do que é relatado na Ilíada e na Odisseia, segundo a teoria do eclipse solar total. Teoria discutida há séculos por historiadores, astrónomos e helenistas, mas que nunca passou de hipótese, por falta de índices astronómicos que a sustentassem.

Os autores do estudo julgam ter descoberto pistas astronómicas na obra de Homero que podem contribuir para uma nova leitura histórica desse período, tal como explica Marcelo Magnasco, director do laboratório de matemática e física da Universidade Rockefeller (Nova Iorque) e co-autor da investigação publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Os cientistas procuraram em toda a Odisseia referências astronómicas específicas que pudessem ser associadas a datas precisas. O passo seguinte foi situar cada uma dessas referências em relação a uma data específica, a do regresso de Ulisses, quando ele mata os pretendentes que se aproveitaram da sua longa ausência para cortejar Penélope, sua mulher. Os cientistas identificaram quatro acontecimentos astronómicos específicos. No dia da morte dos pretendentes, Homero descreve, em várias passagens, a sombra provocada pela passagem da Lua à frente do Sol, que transforma o dia em noite. Seis dias depois do massacre, Homero diz também que Vénus é visível muito alto no céu.

Vinte e nove dias antes da matança, Homero indica que as constelações das Plêiades e do Boieiro podem ser observadas simultaneamente ao pôr-do-sol. Finalmente, 33 dias antes deste acontecimento, o poeta dá a entender que Mercúrio está numa posição elevada no céu ao amanhecer. Estes quatro fenómenos ocorrem em intervalos de tempo diferentes e nunca se repetem exactamente da mesma forma.

Os investigadores tentaram determinar uma data num intervalo de cem anos que englobasse a presumível data da queda de Tróia e correspondesse aos intervalos em que se produziram os quatro acontecimentos astronómicos mencionados na Odisseia.

A data a que chegaram foi 16 de Abril de 1178 a.C. "Se considerarmos como exacto o acontecimento da matança dos pretendentes, o dia do eclipse, poderemos deduzir que todos os acontecimentos descritos na Odisseia são historicamente exactos", sublinha o autor, que no entanto admite o carácter ainda hipotético das conclusões.

[Fonte: DN]

25 junho 2008

Bugiada


Há mais de 20 anos que lá não vou. Para quem gosta de tradições populares, ritmo, cor e mais, é visita obrigatória. Amostra animada aqui. E para ficar com uma ideia do que se trata, por exemplo aqui.

Albert Cossery (1913-2008)


O escritor egípcio Albert Cossery, conhecido como o "Voltaire do Nilo", morreu domingo passado (22 de Junho), aos 94 anos, no hotel de Paris onde viveu nas últimas seis décadas, informaram fontes da sua editora. O corpo de Cossery foi encontrado no quarto que ocupava num modesto hotel do bairro de Saint Germain des Prés.

Autor de oito obras, todas traduzidas em português, Cossery tornou-se uma personagem do boémio bairro de Paris no qual se instalou em 1945, onde conviveu com escritores como Albert Camus, Juliette Greco e Giacometti.

Os seus textos, cheios de sarcasmo e sabedoria oriental, situam-se sempre em cidades egípcias, por onde deambulam os mestres do dolce fare niente que se comprazem com os tolos e governantes do burgo. Tal como essas personagens, Albert Cossery sempre se orgulhou de nada possuir.


«Não há nada de mais imoral do que roubar sem riscos. É o risco que nos diferencia dos banqueiros e dos seus émulos que praticam o roubo legalizado com a cobertura do governo.»

Albert Cossery


Livros publicados em Portugal:


MENDIGOS E ALTIVOS

MANDRIÕES NO VALE FÉRTIL

A VIOLÊNCIA E O ESCÁRNIO

AS CORES DA INFÂMIA

A CASA DA MORTE CERTA

UMA CONJURA DE SALTIMBANCOS

OS HOMENS ESQUECIDOS DE DEUS

UMA AMBIÇÃO NO DESERTO


E ainda CONVERSAS COM COSSERY

Mais um quadro (“Le Bassin aux Nymphéas”), mais uma fortuna


A crise é só para alguns. Em tempos de crise fazem-se bons negócios. E nada como um pouco de adrenalina para estimular o mercado. Seja o mercado da arte. Depois dos pintores da segunda metade do século XX, chegou o tempo de voltar um pouco atrás, aos do último quartel do século XIX. Assim, “Le Bassin aux Nymphéas”, de Claude Monet (da série de nenúfares brancos), bateu o recorde mundial para uma obra deste pintor impressionista francês: foi vendido em leilão por 40,9 milhões de libras (51,6 milhões de euros). A tela, de um metro por dois, datada de 1919, foi comprada por uma mulher cuja identidade não foi revelada (será a namorada do dono do Chelsea?).

O quadro “Le Bassin aux Nymphéas” foi pintado em Giverny (Normandia), quando Monet já estava quase cego. No jardim dessa casa, onde morreu, existiam os tais nenúfares que ele reproduziu em vários dos seus quadros.

Com o montante agora desembolsado, ultrapassou-se o último recorde para uma obra de Claude Monet, que tinha sido atingido em Maio, quando se vendeu em Nova Iorque, também em leilão, o quadro "Le Pont du chemin de fer à Argenteuil", por 41,5 milhões de dólares (cerca de 27 milhões de euros).

Para que serve um Ministério da Igualdade?


Para dar sainete e … para enriçar. A ministra espanhola Bibiana Aído (na foto) tem vindo a insistir com o seu colega da Cultura para serem criadas bibliotecas de mulheres. Se a ideia pega, vão surgir bibliotecas só para homossexuais masculinos e só para homossexuais femininos; só para negros; só para portadores da deficiência X, Y Z; só para muçulmanos; só para judeus; só para hindus; só para… Enfim. O ministério da Igualdade não serve para nada. A ministra tem que dar nas vistas e não havendo mais nada, tirou da cartola essa coisa brilhante que mostra:


Que nunca entrou numa biblioteca;

Que não sabe para que servem as bibliotecas;

Que ela é Ministra da Igualdade, não da Discriminação Negativa.

Margaret Atwood: Prémio Príncipe de Astúrias das Letras 2008


Margaret Atwood (Ottawa, Canadá, 1939) ganhou hoje o Prémio Príncipe de Astúrias das Letras. Ecologista, feminista, autora de novelas e poeta, Atwood era uma das finalistas, juntamente com o escritor albanês Ismail Kadaré, o britânico Ian McEwan e o espanhol Juan Goytisolo, eleitos entre as 32 propostas recebidas, procedentes de 24 países. O júri justificou a atribuição do prémio à autora canadiana pela "esplêndida obra literária que tem explorado diferentes géneros com agudeza e ironia, e porque assume inteligentemente a tradição clássica, defende a dignidade das mulheres e denuncia situações de injustiça social".

"A Súplica de D. Inês de Castro" vem para Portugal

O quadro neo-clássico português "A Súplica de D. Inês de Castro", de Francisco Vieira, foi adquirido pelo Estado português por 210 mil euros.

O Estado contou com o apoio de um particular e o quadro vai para o Museu de Arte Antiga, em Lisboa.

[Público]

24 junho 2008

Súplica de D. Inês de Castro, de Vieira Portuense


Há cinco meses foi identificado em França por René Millet, perito da leiloeira Pierre Bergé & Associés, o quadro Súplica de D. Inês de Castro do pintor português Francisco Vieira, o Portuense (1765-1805), que amanhã vai a leilão. Curiosamente, a obra vai a leilão, em Paris, quando Portugal e o Brasil comemoram os 200 anos da chegada da família real do Rio de Janeiro.

A reprodução apresentada no catálogo da leiloeira francesa mostra-nos pela primeira vez um quadro cuja existência era conhecida, mas do qual se tinha perdido o rasto. A Súplica de D. Inês de Castro foi uma das pinturas levadas por D. João VI quando, na sequência das invasões francesas, a família real portuguesa partiu para o Brasil.

O quadro: uma tela de grandes dimensões, com 196 centímetros por 150, executada para o Palácio da Ajuda na sequência da nomeação de Vieira Portuense como pintor régio, a 28 de Junho de 1802. Trata-se de uma obra de que se tinha perdido o rasto desde que fora levada para o Brasil, com a Corte Portuguesa, em 1807.

A partir daí, só se pode especular sobre qual terá sido o seu destino. Depois de ser deposto, em 1889, D. Pedro II partiu para o exílio, tendo morrido em Paris. O casamento da sua filha Isabel com Luís Filipe Gastão de Orleães criou o ramo Orleães e Bragança e é muito provável que a família tenha levado para França quadros que tinha no Brasil.

O director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), Paulo Henriques, diz que "seria bom poder comemorar a chegada da família real ao Brasil com uma peça que já foi património português". Tanto mais que prenuncia uma atitude romântica na pintura, ainda rara naquele tempo. Vieira - que morreu cedo, com apenas 39 anos, na Madeira - terá sido o primeiro a abordar em pintura o episódio de Inês de Castro.

A tela é considerada por Paulo Henriques uma "peça absolutamente essencial" para as colecções do Estado português. O Ministério da Cultura está a "desenhar uma solução" que permita a compra do quadro, com uma base de licitação entre os 120 mil e os 150 mil euros.

José Alberto Seabra, perito do MNAA, recorda que no Porto [em 2001 houve uma retrospectiva da obra de Vieira Portuense no Museu Nacional de Soares dos Reis] foram expostos os dez esboços a óleo que Vieira Portuense tinha realizado para o que pretendia que viesse a ser uma edição ilustrada de Os Lusíadas. Um dos temas escolhidos foi precisamente o do Canto IV: Inês de Castro suplicando ao rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro I, que lhe poupasse a vida. O óleo (que pertence a uma colecção privada) é já bastante semelhante à pintura definitiva.

[Fonte: Público]

Pessimistas ou realistas?


«Os portugueses são os cidadãos da União Europeia mais pessimistas quanto ao seu futuro próximo, com apenas 15 por cento a acreditarem que a sua vida vai melhorar nos próximos 12 meses, revela um inquérito divulgado hoje pela Comissão Europeia.»

Olhe que não, olhe que não. São tremendamente realistas. Podem sonhar quando se trata da selecção. Afinal, o sonho faz parte da vida. Mas quando se trata da vidinha são muito realistas. Tão realistas que até faz aflição. Não por acaso, somos o país da EU que mais gasta com a casa. Que mais paga quer pelos bens essenciais quer por todos os outros. E somos um dos países com salários mais baixos. Acreditar em milagres, sim, há quem acredite. Mas o inquérito não tinha origem religiosa, por isso, os inquiridos foram sinceros. Sabem de experiência vivida que isto é um pântano, uma choldra, o que se quiser. De resto, nem todos podem ir presidir à comissão europeia ou passar de deputados a ministros e daí para consultores ou funcionários principescamente pagos.

S. João

Dos santos populares de Junho o dia 24 de Junho foi consagrado a São João Baptista por ser a data do seu nascimento sendo que é também o que mais se festeja na Europa – João, Joan, Jean, John, Iván, Sean, consoante o país onde a festa aconteça.


João Baptista (Judeia, 2 a. C. - 30 d. C.) foi um pregador judeu, do início do século I, citado por inúmeros historiadores, entre os quais os autores dos quatro Evangelhos da Bíblia.

Segundo a narração do Evangelho de São Lucas, João Baptista era filho do sacerdote Zacarias e Isabel (ou Elisabete), prima de Maria, mãe de Jesus. Foi profeta e considerado pelos cristãos como o precursor do prometido Messias, Jesus Cristo. Baptizou muitos judeus, incluindo Jesus, no rio Jordão, e introduziu o baptismo de gentios nos rituais de conversão judaicos, que mais tarde foram adoptados pelo cristianismo.

Mais Pessoa online


Amanhã temos mais Pessoa online. A Biblioteca Nacional vai colocar em linha uma importante colecção de 29 cadernos de Fernando Pessoa: manuscritos de poemas (em português e inglês), bem como vários textos e apontamentos de natureza diversa, listagens de livros, notas de leitura, projectos de obras e horóscopos.

Esta digitalização incluiu já um último caderno recentemente adquirido pela BN aos herdeiros do poeta, especialmente relevante para o conhecimento dos anos de formação de Pessoa, na África do Sul, e que ajuda a esclarecer a génese do heterónimo Alexander Search.
Os cadernos de Pessoa vêm assim juntar-se, no site da BN, aos manuscritos da obra de Alberto Caeiro, cuja versão digital foi também agora reformulada.

23 junho 2008

Desdém

O modo como as pessoas valorizam o que fazem e desdenham do que os outros fazem é muito comum entre os portugueses. Porque será?

Hipótese a) Porque todos são trinetos bastardos de nobres decadentes e têm pavor de que ao reconhecer o mérito do outro estejam a ameaçar o núcleo familiar;

Hipótese b) Reconhecer o outro é sentido como uma diminuição do próprio ego;

Hipótese c) Apreciar o que os outros fazem implica perceber e como não percebem patavina não podem apreciar senão aquilo que já vem com o rótulo MUITO BOM.

21 junho 2008

Dodo-Goldilokcs: no pólo norte marciano


A vontade de que haja vida noutro planeta do sistema solar é tanta que qualquer análise é realizada num misto de crença e de razão. A Phoenix escavou e fotografou. O reflexo e a tonalidade do que ficou à mostra estimulam os cientistas. Se for gelo há água. Se há água poderá haver microrganismos, ou seja, vida. E alguns vão mesmo mais longe, interrogando-se se há condições para a sobrevivência do ser humano.

«Eram umas pedrinhas de um material brilhante, aproximadamente do tamanho de um dado, que a sonda da NASA Phoenix tinha posto a nu na quinta-feira da semana passada ao escavar um local denominado Dodo-Goldilokcs, no pólo norte marciano. A Phoenix fotografara logo o achado mas não mexeu nele. E, quatro dias mais tarde, no domingo, quando voltou a fotografar o mesmo sítio – surpresa! As pedrinhas tinham desaparecido das imagens. Para os responsáveis da NASA, o que aconteceu é óbvio: o material brilhante era gelo, que se evaporou em quatro dias porque foi exposto à atmosfera de Marte.»

A missão da Phoenix é determinar se Marte teve condições para a existência de vida – por exemplo, nos últimos dez milhões de anos. E quem diz condições para a vida, mesmo microscópica (ninguém está à espera de encontrar homenzinhos verdes), diz água. Ou mais precisamente gelo, preso no imenso campo de permafrost que parece cobrir esta região polar do planeta vermelho. Muitos indícios têm feito os cientistas suspeitarem da presença de gelo em Marte, mas ainda ninguém o segurou na mão (ou num braço mecânico). Todas as esperanças estão agora depositadas na nova sonda. Será que, de tempos a tempos, o gelo derrete e permite que a vida microscópica floresça no subsolo?

20 junho 2008

A batalha pela excelência

O governo diz que trabalha para a excelência. E a gente percebe. A excelência em que o governo pensa tem outro nome: mediocridade. Ou deveríamos dizer mentira?

É por esta e por outras que vimos clamando por política. A falta de política dá nisto: trabalhar para a estatística. Ou para agradar a directores de jornais e outros ressabiados que olham para os profissionais da educação com o cotovelo a doer. Talvez porque não gostem que as pessoas lutem pelos seus direitos e façam uso de direitos constitucionais. Mas isso são outras histórias. Por agora, basta transcrever a notícia:

«A Associação de Professores de Matemática (APM) considerou hoje que o exame nacional de 9.º ano da disciplina foi o "mais fácil" desde que a prova se realiza, sublinhando que algumas questões poderiam ser respondidas por alunos do 2º ciclo. Também a Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) criticou o reduzido grau de dificuldade do exame, sublinhando que "a nivelação por baixo" poderá ter custos futuros "muito graves".

"No seu conjunto, o nível desta prova é certamente dos mais elementares - se não o mais elementar - produzidos nos últimos anos nas provas nacionais de Matemática. Se é verdade que muitos alunos e alguns pais podem ficar satisfeitos com o facto, e se é verdade que seja positivo que os jovens vejam as questões matemáticas como alcançáveis, os custos futuros podem ser muito graves", defende a sociedade em comunicado.»

Carlos Bica & Azul - Canção n.º 2




O contrabaixista Carlos Bica apresenta

hoje na Casa da Música (Porto)

e amanhã na Culturgest (Lisboa)

o seu mais recente CD, intitulado «Matéria Prima».

O Incrível Hulk

The Incredible Hulk (2008)

Sinopse: Bruce Banner (Edward Norton), agora a viver nas sombras - afastado da vida que levava e da mulher que ama, Betty (Liv Tyler) - luta a todo o custo para fugir à perseguição obsessiva do General Thunderbol Ross (William Hurt), e da artilharia militar que o tenta capturar e explorar. À medida que os três enfrentam os segredos de Hulk, são confrontados com um novo e monstruoso adversário - A Abominação (Tim Roth).

Intérpretes: Edward Norton, Liv Tyler, Tim Roth, William Hurt, Robert Downey Jr.

Realização: Louis Leterrier

País: EUA
Género: Acção, Fantástico, Ficção Científica
Duração: 114 Mins

19 junho 2008

Astronomia


Para quem gosta de astronomia impõe-se uma visita ao sítio do Observatório Astronómico de Lisboa.
E, já agora, passe também por aqui.

Linfócitos T4

Há notícias que trazem um rasto de esperança. Há nelas algo de mágico. Quem as lê sente-se, por momentos, outra pessoa.

A história vem contada num sítio a que muito recorremos. E reza assim: «O doente, um homem de 52 anos, tinha um melanoma renitente à cirurgia e aos tratamentos, que já se tinha espalhado para a virilha e os pulmões. Ia morrer em breve. Os médicos colheram o seu sangue, extraíram daí certas células do sistema imunitário, multiplicaram-nas no laboratório e injectaram-lhas de volta. Dois meses mais tarde, as metástases tinham totalmente desaparecido, E hoje, quase três anos mais tarde, o homem continua ao que tudo indica, de boa saúde.

Não foi fácil cultivar in vitro e clonar o tipo de células que foram aqui utilizadas – os linfócitos T CD4, ou T4 para abreviar, cruciais nas respostas imunitárias do organismo. Para mais, como os cancros são feitos das próprias células do doente, o organismo não se defende bem contra eles.

O que a equipa de Cassian Yee, do Centro de Estudos do Cancro Fred Hutchinson de Seattle, fez agora foi clonar um tipo de linfócitos T4 potencialmente letais para o tumor. Após uma análise molecular das características do melanoma do doente, os investigadores constataram que uma boa parte das células tumorais tinha à sua superfície, como uma antena, uma molécula chamada NY-ESO-1. Por isso, clonaram só os T4 capazes de reconhecer essa molécula, esperando que eles atacassem o tumor mas não as células sãs.

O doente recebeu uma única injecção de cinco mil milhões destas células T4. Teve um pouco de febre, dores musculares e uma queda dos seus linfócitos. Mas uns dias depois, contam os cientistas no último "New England Journal of Medicine", esses efeitos desapareceram. Dois meses depois, submeteram o doente a uma tomografia PET e não viram vestígios das metástases. E no seu último exame até à data, dois anos mais tarde, o homem continuava “limpo”.

O mais surpreendente foi talvez que os tumores regredissem completamente. “Apesar de apenas 50 a 75 por cento das células tumorais expressarem NY-ESO-1, a totalidade do tumor regrediu”, escrevem. “Esta discrepância [leva-nos] a especular que os linfócitos injectados provocaram uma reacção imunitária mais ampla do que previsto”, incitando outros linfócitos a matar as restantes células cancerosas.

Num artigo que acompanha este caso clínico, Louis Weiner, da Universidade de Georgetown, pergunta: “serão estes resultados uma miragem, um oásis, ou um prenúncio da meta? (...) Penso que, embora ainda não tenhamos lá chegado, a meta está à vista.”»

Lubliana: Capital Mundial do Livro em 2010


A cidade eslovena Lubliana vai ser a Capital Mundial do Livro em 2010, uma iniciativa cultural que a UNESCO lançou em 2001.

Lubliana irá assim juntar-se a cidades como Madrid (2001), Alexandria (2002), Nova Deli (2003), Antuérpia (2004), Montreal (2005), Turim (2006), Bogotá (2007), Amesterdão (2008) e Beirute (2009).

As cidades que acolhem o evento a partir do dia 23 de Abril de cada ano - Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor - são escolhidas pela UNESCO, pela União Internacional de Editores, pela Federação Internacional de Livreiros e pela Federação Internacional das Associações de Bibliotecários e Bibliotecas.

O milagre de Maria de Lurdes Rodrigues

«(…) surpreende é que se celebre, como a ministra fez, um salto inverosímil na qualidade das aprendizagens - de repente as negativas a Matemática passam para metade nos 4.º e 6.º anos - quando as indicações vindas da evolução do sistema ainda o ano passado iam em direcção contrária, pois o famoso plano de recuperação que já estava em marcha não tivera qualquer efeito nos exames do 9.º ano, onde os resultados haviam piorado. Será que tal plano só teve efeito nos primeiros ciclos? Ou será que, como defende uma sociedade científica dirigida por um matemático [Nuno Crato] cujas qualidades como divulgador foram este anos premiadas a nível europeu, os exames eram demasiado elementares?» José Manuel Fernandes, Editorial, in Público, 19 JUN 08

A realidade estatística

«O exame nacional de Português do 9.º ano, realizado ontem, incluía perguntas de gramática com muitos tópicos aprendidos em níveis anteriores, incluindo do 2.º ciclo (5.º e 6.º anos). Além disso, a avaliação da capacidade de leitura de um texto informativo foi feita através de respostas de verdadeiro/falso, em vez de escolha múltipla, havendo "uma maior probabilidade de quem não sabe a resposta conseguir acertar".» in Público de 19JUN08

Caminhos da Memória


Caminhos da Memória é um blogue que pretende dar voz a diferentes formas de lembrar, de evocar e de interpretar o passado, recorrendo a leituras contemporâneas da história e da memória. A redacção é constituída maioritariamente por membros da Associação «Não Apaguem a Memória!», ainda que não possua um vínculo formal com a mesma: Diana Andringa, Irene Pimentel, Joana Lopes, Maria Manuela Cruzeiro, Miguel Cardina, Raimundo Narciso e Rui Bebiano. Conta ainda com as colaborações de José Luís Saldanha Sanches, José Medeiros Ferreira, José Vera Jardim, Nuno Brederode Santos.

Máquina de lavar para biólogos

O filme já tem dois anitos. Nessa altura ainda o Pisca não andava em andanças bloguísticas. Vão lá e deliciem-se.

O sonho torna-se realidade


Já vimos disso em filmes. Agora a ficção torna-se real. Cientistas alemães da Universidade de Braunschweig, no norte da Alemanha, desenvolveram um capacete que permite conduzir veículos a motor com sinais cerebrais e sem contacto eléctrico directo.

Segundo os cientistas, o aparelho pode também ajudar à condução de cadeiras de rodas, assim como à movimentação de próteses.

“Com este aparelho torna-se real o sonho de ligar o cérebro à máquina”, disse o professor Meinhard Schilling, do Instituto Técnico de Medições Eléctricas e Princípios de Electrotécnica da Universidade de Braunschweig.

O capacete tem um sensor que capta os sinais das actividades cerebrais, funcionando com base no encefalograma clássico, utilizado na medicina, e sem contacto directo eléctrico com o aparelho que se pretende conduzir ou manipular.

“Cada sensor no capacete concentra-se nos sinais do centro de visão do cérebro e tem o tamanho de uma moeda de dois euros - praticamente o tamanho de um eléctrodo convencional de encefalograma”, explicou Meinhard Schilling.

A Universidade de Braunschweig trabalhou no projecto em conjunto com a Clínica Universitária Charité e com o Instituto Fraunhofer de Arquitectura de Cálculo e Tecnologias de Software, ambos sediados em Berlim.

Craig Willey e Katherine Raw

Katherine Raw

Craig Wylie ganhou o BP Portrait Award (da National Portrait Gallery, em Londres) com o retrato da namorada, Katherine Raw. Há seis anos que Craig anda a pintar a namorada e não é a primeira vez que concorre a esse prémio com um retrato dela. Mas foi desta vez que a sua obra intitulada K, um retrato a óleo em grande formato, se distinguiu entre as 1726 candidatas ao prémio. Craig Wylie não tem dúvidas: "Ela é muito mais bonita ao natural do que como eu a pintei." O seu quadro a óleo tem dois metros de altura e ele gosta da "tensão" que conseguiu transmitir na obra. "É um olhar quase fulminante e no entanto vulnerável", disse ao jornal The Guardian. Antes de chegar a este retrato final Craig Wylie fez duas tentativas de pintar a namorada em 2006. Só começou a pintar esta versão final o ano passado.

Há dois anos Katherine Raw ficou triste quando o namorado mandou para este concurso patrocinado pela BP para artistas com menos de 40 anos um retrato que ela sentia não mostrar "os seus melhores atributos". As palavras não são dela, claro. Quem disse isto ao jornal britânico Independent foi o artista plástico: a versão da retratada é diferente.

O retrato de Craig "era baseado numa fotografia que ele me tirou quando cheguei a casa depois do trabalho. Estava com fome e com frio. Era inacreditavelmente austero", contrapôs Katherine Raw. O quadro vencedor é para Katherine "honesto". A retratada confessou ao mesmo jornal que se tem sentido particularmente exposta nos trabalhos do seu namorado. "Principalmente neste", acrescentou mas apesar disso gosta do quadro. "Não me favorece mas ele conseguiu captar algo que eu não costumo mostrar às pessoas. E isso é fantástico." Craig Wylie está a pintar um outro retrato da namorada Prometeu-lhe uma imagem com menos rugas.

O artista, 35 anos, nasceu no Zimbabwe e formou-se em Belas Artes numa universidade da África do Sul.

[Fonte: Público]

18 junho 2008

O facilistismo

Sou pai. E professor. Dói-me ver o estado comatoso do ensino público. A culpa é do país, não do governo A, B ou C. Mas nem por isso deixa de ser grave que a ministra queira apresentar serviço e garantir que estamos no melhor dos caminhos (quer ela dizer «por causa do que eu faço»). Porque isso é mentira e a sra. ministra sabe-o. E para mim, como creio que para outros, quando a ministra diz “Estamos todos de parabéns” há como que uma reacção cutânea de aversão. Se ela tivesse começado com este discurso, sabíamos que era assim mesmo. Mas usá-lo agora não só não lhe fica bem como soa totalmente a falso.

Herdámos um país analfabeto (fruto das políticas de Salazar, que nos fechou a Europa e o Mundo). Os filhos desses analfabetos puderam alfabetizar-se assim que a escola se democratizou. Só que o embate foi de tal ordem que a escola deu-se mal com a geração do baby boom. E desde então somos confrontados com o dilema democrático da «escola para todos» (gratuita e obrigatória). O Estado consome fortunas com isso e os resultados são fracos (senão por que caminhariam gradualmente as provas para o infantilismo?).

Há muita gente que se dá mal com a interpretação, com a leitura, com o raciocínio, com a ordem, com a geometria… Mas não se pense, como fazem tantos, que isso se deve apenas à escola. Porque não deve. Os pais contribuem (e de que maneira) para a calamidade. E aquilo que miúdos e crescidos observam também tem a sua quota de responsabilidade na indolência generalizada.

A sanha estatística deste governo, que continua a política da terra queimada, orientando a escola para os alunos mais fracos, em detrimento dos bons alunos, prejudicando os que se podem desenvolver em nome dos que detestam a disciplina, é sinal de que algo está muito mal. E de que é necessário acabar com o “eduquês” e outros mitos do politicamente correcto. Enquanto a bitola for a estatística não vamos longe. Assim que a bitola for a realidade nua e crua, ou seja, o dinheiro, a coisa muda de figura. Começa a ser tempo de quem desbarata recursos deixar de beneficiar da gratuitidade do ensino. Onerando, por exemplo, os impostos dos encarregados de educação desses alunos. Começa a ser tempo, também, de definir objectivos para o país. O que é que o Estado pretende da escola? O discurso que ornamenta a lei de bases do sistema educativo não tem dado bons resultados. Mas quem fala disso?

Quiche de espinafres e frango


Refoga-se a cebola picada com o frango, previamente cortado em cubos. Quando estiver quase cozinhado polvilha-se com um pouco de caril. Cozem-se os espinafres e depois escorrem-se bem com um passador, para ficarem migados. Ralam-se as cenouras e mistura-se tudo. Batem-se os ovos e juntam-se ao preparado anterior, adicionando as natas e o queijo cortado em cubos.

Forra-se o fundo de uma tarteira com massa folhada e recheia-se com o preparado anterior. Vai ao forno cerca de 30 min. Et voilá...

INGREDIENTES
1 base massa folhada
1/2 cebola
1 peito de frango
espinafres
2 cenouras
queijo
3 ovos
1 pacote de natas

Caril rápido de gambas


Numa tigelinha, mexa 2 colheres de sopa de caril, meia colher de café de piripiri e uma colher de sobremesa de farinha. Reserve.

Corte uma cebola, pique dois dentes de alho e regue com azeite, numa sertã ou num tacho. Refogue até a cebola ficar alouradinha.

Deite, depois, as gambas previamente cozidas e deixe-as refogar, mexendo sempre. Quando já estão bem refogadinhas, junta-se a mistura em pó e continua-se a mexer. O refogado e as gambas começam a ficar da cor do caril. Continuando a mexer, deita-se meio frasco de leite de coco. A seguir deita-se um bocado de leite normal (o meu foi mesmo a “olhómetro”). Deixe cozinhar uns 10 minutinhos para o molho engrossar e apurar bem. Se achar o molho muito grosso, pode deitar um pouco mais de leite. E pronto.

Acompanhe com arroz branco.

Mais palavras para quê?

Com o título de A gargalhada Helena Matos põe o dedo na ferida. No vazio.


«Quase dois mil assistentes lançaram uma sonora gargalhada, quando ouviram um secretário de Estado anunciar mais um estupendo desígnio para daí a poucos anos. O governante em questão ocupa-se das matérias da educação e no caso concreto proclamou aos técnicos presentes naquele encontro que, em 2013, a escola será totalmente inclusiva. Esta gargalhada é a mais dura resposta e o mais terrível sinal dado até agora a qualquer governante em Portugal.

Ninguém se levantou, ninguém pediu a palavra para dizer ao secretário de Estado que os presentes, ou pelo menos alguns deles, não consideram que a integração nas escolas comuns seja benéfica para todas as crianças deficientes. Não aconteceu nada daquilo que seria previsível numa democracia. Simplesmente os presentes desataram a rir. Este riso é o mais claro sintoma do descrédito que se instalou na sociedade portuguesa.

Há algum tempo, as palavras do secretário de Estado Valter Lemos teriam sido glosadas por alguns dos presentes que teceriam loas à escola inclusiva. Aliás, boa parte do encontro teria sido passado com os mil e setecentos presentes acenando as cabecinhas diante duns esquemas em que setas diligentes antecipavam os maravilhosos resultados que decorreriam da implementação daquela proposta. Todas as perguntas provenientes da assistência seriam uma espécie de mote para que os senhores do ministério produzissem ditirâmbica prosa poética sobre a inclusão. (…)

Qualquer vaia ou apupo é uma manifestação de afecto ao lado da gargalhada com que foram recebidas as suas palavras.

O secretário de Estado não percebe ou não quer perceber que aquilo que se desfez à sua frente foi o cenário da enorme representação em que se transformou o poder político. O discurso político começou por se desfazer da ideologia e acabou reduzido a uma espécie de livro de auto-ajuda. Daqueles que garantem que se acreditarmos muito numa coisa ela acontecerá.»

Helena Matos in Público de 17.06.2008

17 junho 2008

Recordar Eratóstenes


O solstício ocorre duas vezes por ano: a 21 de Dezembro e a 21 de Junho. O dia 21 de Dezembro (solstício de Inverno) é o que tem a noite mais longa do ano. 21 de Junho é o dia mais longo (solstício de Verão). Isto se estivermos no Hemisfério Norte. Já que no Hemisfério Sul é ao contrário.

Quando o solstício ocorre no Inverno, significa que esse dia é o menor do ano e a noite é a mais longa. Quando ocorre no Verão, significa que é o maior dia e a menor noite do ano.

Em astronomia, solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o seu maior afastamento em latitude, da linha do equador.

Há mais de 2000 anos, no solstício de Verão, Eratóstenes (matemático, geógrafo e astrónomo grego), utilizando as sombras projectadas pelo Sol em dois locais do actual Egipto e cálculos geométricos muito simples, foi capaz de determinar o raio da Terra com precisão.

Para comemorar o feito "notável", os centros Ciência Viva de Estremoz e de Constância e a Câmara Municipal de Estremoz associaram-se num conjunto de actividades que vão permitir que jovens em todo o país recriem a experiência de Eratóstenes.

O coordenador do Centro Ciência Viva de Estremoz, Rui Dias, disse hoje que, além da recriação da experiência do sábio grego, a iniciativa pretende também permitir que os jovens percebam como resultaram muitos dos avanços da ciência.

"É preciso que os jovens percebam que muitos dos avanços científicos, que permitiram o desenvolvimento tecnológico actual, resultaram mais da intuição genial de alguns cientistas do que de complicadas experiências ou do recurso a cálculos e equipamentos muito sofisticados", salientou o responsável, também professor da Universidade de Évora.

No sábado, em vários locais públicos de todo o país, entre as 10h00 e as 15h00, vão ser realizadas medições relacionadas com a trajectória solar, que serão disponibilizadas em tempo real na Internet.

Depois, entre as 15h00 e as 17h00, todos os locais que participam na actividade vão utilizar os dados recolhidos para determinar algumas das principais dimensões da Terra.

16 junho 2008

Três super-Terras no horizonte de um telescópio


Investigadores europeus anunciaram hoje ter descoberto um conjunto de três «super-Terras» a orbitar perto de uma estrela, e outros dois sistemas solares com pequenos planetas. Usaram um telescópio HARPS, em La Silla, observatório no Chile que alcança grandes distâncias para os encontrar. A descoberta indicia que planetas como a Terra podem ser bastante comuns.

«Será que todas as estrelas isoladas abrigam planetas, e se sim, quantos?», questionou Michel Mayor do Observatório de Genebra na Suíça. «Podemos ainda não saber a resposta mas estamos a fazer grandes progressos em direcção à resposta», sublinhou.

Os três planetas agora descobertos orbitam em torno de uma estrela ligeiramente mais pequena do que o Sol, a 42 anos de luz sul da constelação de Doradus e Pictor, mas são maiores do que a Terra. Um tem 4,2 vezes mais massa do nosso planeta. Outro 6,7 vezes mais. O terceiro cerca de 9,4 vezes mais.

Outro dado curioso é que um desses planetas completa o movimento de translação em apenas quatro dias, o segundo demora dez dias e o mais lento demora 20 dias.

[Fonte: Diário Digital]