29 novembro 2011

Vamos lá abater despesas no IRC

Massagens, tampões higiénicos, cintos de pele de crocodilo, cabeleireiro, faqueiros em prata, mercearia, viagens e festas de aniversário de família, alugueres de jactos e helicópteros particulares, auditorias e prendas, tudo serviu para poupar a módica quantia de 750 mil euros de IRC entre 2005 e 2007, dado que passaram pela contabilidade da empresa despesas de natureza pessoal no valor de 3,1 milhões de euros.
Coitada da empresa que tal faz. É uma empresa portuguesa, muitas vezes apontada como exemplar pelo volume de negócios. E que se viu apanhada pelo fisco nestes incumprimentos.
Não estamos aqui a sugerir que não se gastem tampões higiénicos ou cintos de pele de crocodilo, apenas que se se usa de tais subterfúgios para fugir aos impostos, algo que lesa o Estado, ou seja, toda a gente, se deve ser julgado. O que está a acontecer.
A empresa “reconheceu já em juízo a existência de lapsos marginais na contabilização de despesas de índole pessoal, tendo evidenciado, porém, que as mesmas correspondem a uma percentagem absolutamente irrisória do valor global em discussão”.
Gosto particularmente do esclarecimento da empresa. Já emoldurei e pendurei na parede. É um naco de boa prosa. Por causa do adjectivo usado: lapsos marginais.

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