06 dezembro 2009

Umberto Eco


"Como se sente uma pessoa quando olha para o céu? Pensa que não tem línguas suficientes que descrevam o que vê. Mesmo assim, as pessoas nunca deixaram de descrever o céu, recorrendo ao simples expediente de enumerarem o que vêem. Com os amantes passa-se o mesmo. Sentem uma deficiência na linguagem, uma falta de palavras que exprimam os seus sentimentos. E será que alguma vez os amantes desistem de o tentar fazer? Fazem listas: os teus olhos são tão belos, a tua boca também, e o teu colo... É possível ser muito pormenorizado."

"Nós temos um limite, um limite muito desanimador e humilhante: a morte. Por isso gostamos de tudo o que para nós não tem limites e que, portanto, não tem fim. É uma fuga que nos distrai de pensar na morte. Gostamos de listas porque não queremos morrer."

"As listas podem ser anárquicas."

"Os meus interesses mudam constantemente, tal como a minha biblioteca."

"Fiquei fascinado com Stendhal aos 13 anos e com Thomas Mann aos 15 e, aos 16, adorava Chopin. A seguir, passei a vida a tentar conhecer o resto. Neste momento, Chopin voltou a estar no topo da lista. Quando interagimos com as coisas da nossa vida, tudo muda. Se nada mudar, somos idiotas."

Tudo em i (traduzido do alemão)

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