31 janeiro 2009

Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço


Quem já teve que trabalhar com instituições ou empresas sabe como há dois discursos: o da lei e o do que se pode fazer. A lei é a lei e lá está. Aos negócios compete-lhes encontrar maneiras de ir adiante, seja por cima, seja pelo meio, seja sob a lei.

A política é a arte (e manha) de chegar ao poder e o conservar. Para tanto é necessária uma amplitude mental que permita viver em paz consigo mesmo, não obstante a constante necessidade de ser um fora-da-lei.

Ser um fora-da-lei que assalta uma bomba de gasolina ou uma loja e rouba meia dúzia de euros é um grande crime, pois cria insegurança na maralha. Já ser um fora-da-lei que lesa o erário em milhões dá direito a prémio, a estátua, senão mesmo a nome de rua. E ao apreço de uma parte da maralha.

Outrora era assim. Agora é assim. E certamente assim continuará. Embora o amanhã não interesse a ninguém, pois estamos todos muito imbuídos de actualidade, de presente.

Os negócios do senhor Pinto de Sousa são os negócios do senhor Pinto de Sousa. O único senão desse excelentíssimo primeiro-ministro foi ter saltado para os holofotes mascarado de justiceiro. Cortava aos pobres para dar aos ricos. Agora vem a público o seu estatuto de pobre, de pobre que se tornou rico. Que chatice!

A culpa é da oposição. A oposição, cansada de ser o bombo da festa, deu com a língua nos dentes. oposição está bem infiltrada e descobre coisas do arco da velha.

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