30 janeiro 2009

Olé


Em 2007, realizaram-se em Portugal 27.650 espectáculos ao vivo. 9,8 milhões de pessoas disseram presente!
O teatro é o domínio com maior oferta, com 12012 sessões - 43,4 por cento do total -, logo seguido pela música ligeira (5660) e pela música erudita (2261).
Já em número de espectadores, a música ligeira, com quase seis milhões de espectadores anuais, ultrapassa de longe o teatro, que ainda assim atrai anualmente às salas perto de 1,8 milhões de pessoas, mais do que o triplo das que assistem a concertos de música erudita.
Nas receitas geradas por espectáculos ao vivo, a música ligeira contribui também com a parte de leão, tendo rendido, em 2007, quase 30 milhões de euros. Segue-se o teatro, com 10,5 milhões, e a tauromaquia, que, em apenas 190 sessões, registou quase 300 mil espectadores e rendeu mais de cinco milhões de euros.
E apetece perguntar: Onde está o Wally? Pois é tudo tão óbvio, tão previsível. A única novidade está nas touradas: que se revelam, de longe, a actividade com maior proficiência económica. Cento e noventa espectáculos renderam 5 milhões, enquanto para a música ligeira foram necessários cinco seiscentos e sessenta espectáculos para... 30 milhões.
O título bem podia ser: Tourada rende muito mais do que a música.
Outro dado a ter em conta é o número de visitantes de museus (incluindo zoos, jardins botânicos e aquários) é superior ao do público de espectáculos - em mais cem mil indivíduos. O circuito das galerias de arte também dá cartas: mobilizou quase sete milhões de visitantes.
Assim, se se pensar no dinheiro que as autarquias gastam com espectáculos musicais e o que gastam com museus, verificar-se-á a mentira de muito do que se diz por aí. E fica-se também com uma ideia de quão grunhos são vereadores da cultura e assessoras da área.

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