05 janeiro 2012

O bê-a-bà do negócio informativo

Transcrevem-se a seguir excertos de um texto publicado no Público, que mostram bem como há notícias que servem para distrair, criar poeira, confundir, enquanto se continua o labor em prol da manutenção do poder:

«O consultor político do Presidente da República Fernando Lima considera que "uma informação não domesticada constitui uma ameaça com a qual nem sempre se sabe lidar" e reconhece que a mediatização afecta o trabalho dos governantes.

"para governar com sucesso, um Governo tem de marcar a agenda e não deixar que sejam os media a fazê-lo". De outro modo, é arrastado pela corrente", escreve Lima. Desta forma, acrescenta, a criação da agenda diária de um político é uma tarefa que requer "cuidado e imaginação" e deve ter em conta a melhor maneira de captar a atenção dos media, pela forma ou pelo conteúdo.

"Enfim, ao poder, a qualquer poder, interessa acima de tudo a igualização da informação no contexto dos padrões que ele estabelece. Uma informação não domesticada constitui uma ameaça com a qual nem sempre se sabe lidar", refere ainda o consultor do chefe de Estado, lembrando o "antídoto" encontrado pela equipa de Reagan para "combater os desvios dos media" e manter a agenda política controlada, fazendo o que chamavam de "manipulação pela inundação".

Fernando Lima aponta ainda "o poder" como a principal fonte de notícias, distinguindo entre as notícias que assentam em factos normais, ou seja, discursos, visitas, entre outras iniciativas, e as notícias que resultam de "fugas de informação para produzir um efeito de acordo com o objectivo que se pretende alcançar".

"Já dizia o velho estrategista chinês Sun Tzu: "Geralmente, aquele que ocupa primeiro o campo de batalha e espera pelo inimigo está à vontade; o que entra mais tarde para a cena e tem que romper através do fogo é desgastado"", conclui Fernando Lima.»

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