17 outubro 2011

O prazer do jogo

O Orçamento de Estado para 2012 é, segundo vários analistas económicos, um tiro no escuro: a tentativa de Portugal dizer aos mercados que cumpre exemplarmente as suas obrigações, na esperança de poder voltar aos mercados para adquirir liquidez.
Os mesmos analistas são unânimes na dúvida de que tal seja possível. E se não for, Portugal é atirado para um redemoinho de recessão. Ou seja, durante mais de uma década viveremos sob os efeitos de uma guerra: desemprego, perda de salários, emigração em massa, cortes e mais cortes.
Neste orçamento, ao contrário do que foi prometido por diferentes ministros, não há sinais de medidas estruturais. Isto é, nada se diz sobre a reestruturação do Estado, sequer naqueles aspectos que tanto abespinhavam Passos Coelho e Marques Mendes, como redução de fundações, institutos e outras "gorduras" do Estado. Nicles. Nadinha.
Para já, a certeza de que se pode dizer adeus aos subsídios de férias e de Natal. Despediram-se no ano da graça de 2011.
Este governo dá sinais evidentes de que não faz melhor do que o governo de Sócrates: vai de corte em corte sem rumo à vista. Espera apenas que seja possível um milagre.

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