01 outubro 2011

Imaginemos

que em vez de ser na Madeira era em Portugal continental e que em vez de ser Alberto João era José Sócrates. Que diria Passos Coelho?

Dia a dia os números engrossam assustadoramente. Mas como se vai resolver o buracão? Não se sabe. Isso só depois das eleições.
O conúbio entre os PSDs regional e continental cheira mal, mas dá jeito a Alberto João.

E que faz o nosso douto Cavaco Silva? Nada. Ao seu jeito tosco, tenta desviar para canto, dizendo que são estilos de fazer política.
O mesmo que dramatizou o estatuto dos Açores, por questões tão vitais como o tratamento institucional, guarda agora silêncio, pois, como se sabe, é o presidente de todos os portugueses, mas continua a vestir a camisola laranja.

O Portugal político continua uma caricatura. A dívida global da Madeira poderá atingir os 8 mil milhões de euros, coisa de somenos para Alberto João, que sabe que jamais irá responder criminalmente pelo sucedido. O mesmo acontece com a sua entourage. Afinal, o dinheiro é público e podem fazer o que muito bem lhes apetece. Assim como assim, há impostos para subir, salários para cortar, transplantes que deixam de se fazer para que uns poucos continuem a brincar aos governos.
Não se trata apenas de despesismo, endividamento ou obra feita mas de uma grave e continuada ilegalidade na gestão financeira regional que não tem paralelo conhecido no nosso país.
Os madeirenses podem pensar que Alberto João saberá, uma vez mais, descalçar a bota, talvez por ainda não terem percebido que no continente a situação está péssima e não há dinheiro para cobrir tais irresponsabilidades sem cortar na saúde, no emprego, nos salários e sem aumentar impostos.
Por isso, o estratagema usado pelo governo da República para não criar ondas de choque na Madeira mostra que enquanto uns têm de ser asfixiados, outros podem continuar a passear a sua ostentação, logo que pertençam ao clube laranja.
E Passos Coelho dá mais uma vez mostras de agir mal, muito mal, quando a vida de milhões de portugueses está péssima.

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