Gosta de chamar a atenção e é extremamente crítico das finanças públicas, como se dissesse, Depois de mim o dilúvio.
É, como tantos outros, a prova provada de que quem muito fala de economia pouco acerta. Diz ele que Salazar "era um bom gestor". Era, era. Tão bom que Portugal, à época, tinha altos níveis de emigração (grande parte para fugir à fome, outra para fugir à guerra), um atraso crónico relativamente aos outros países europeus (nalguns domínios conseguimos recuperar, embora com custos que o senhor Medina escamoteia, porque lhe dá jeito para a algaraviada em que tem andado entretido), além de uma educação que ainda hoje percorre transversalmente a sociedade portuguesa e afecta sobremaneira economistas e gestores: pensarem que a vida se limita a números, ao deve e haver burocrático e banqueiro.
O raciocínio do homem é tão distinto que mistura "pessoal, prestações sociais e juros", como se se tratasse de uma receita caseira. Para ele, gente e juros é tudo a mesma coisa. Talvez pense que essa gentinha que trabalha para o Estado o devia fazer de graça e viver de ar e vento. O importante é satisfazer os conselhos de administração e a distribuição de dividendos nos finais de ano, o resto são amendoins.
Medina não gosta que as pessoas tenham carro e casa de campo (algo que, como todos sabemos, é comum à maior parte da população portuguesa) e também não deve gostar que as pessoas tenham conforto e vivam razoavelmente (no tempo de Salazar é que era bom, arranjava-se criadagem por tuta e meia e um doutor era um senhor doutor).
Medina Carreira continua sem perceber que Portugal tem muito para dar (e colher), mas precisa de uma classe dirigente distanciada dos tiques e das muletas de Salazar. Que ponha de lado esse gosto bacoco pelas tradições (recriadas pelo Estado Novo) e pelos desfiles alegóricos ao jeito do Admirável Mundo Português e comece de facto a estudar e a colher dividendos de iniciativas que capitalizem a nossa História, a nossa capacidade de estar no mundo.
Portugal, felizmente, tem muitos Medinas Carreiras, mas não tem só isso. Se assim fosse, Portugal seria um pouco a Madeira.
É, como tantos outros, a prova provada de que quem muito fala de economia pouco acerta. Diz ele que Salazar "era um bom gestor". Era, era. Tão bom que Portugal, à época, tinha altos níveis de emigração (grande parte para fugir à fome, outra para fugir à guerra), um atraso crónico relativamente aos outros países europeus (nalguns domínios conseguimos recuperar, embora com custos que o senhor Medina escamoteia, porque lhe dá jeito para a algaraviada em que tem andado entretido), além de uma educação que ainda hoje percorre transversalmente a sociedade portuguesa e afecta sobremaneira economistas e gestores: pensarem que a vida se limita a números, ao deve e haver burocrático e banqueiro.
O raciocínio do homem é tão distinto que mistura "pessoal, prestações sociais e juros", como se se tratasse de uma receita caseira. Para ele, gente e juros é tudo a mesma coisa. Talvez pense que essa gentinha que trabalha para o Estado o devia fazer de graça e viver de ar e vento. O importante é satisfazer os conselhos de administração e a distribuição de dividendos nos finais de ano, o resto são amendoins.
Medina não gosta que as pessoas tenham carro e casa de campo (algo que, como todos sabemos, é comum à maior parte da população portuguesa) e também não deve gostar que as pessoas tenham conforto e vivam razoavelmente (no tempo de Salazar é que era bom, arranjava-se criadagem por tuta e meia e um doutor era um senhor doutor).
Medina Carreira continua sem perceber que Portugal tem muito para dar (e colher), mas precisa de uma classe dirigente distanciada dos tiques e das muletas de Salazar. Que ponha de lado esse gosto bacoco pelas tradições (recriadas pelo Estado Novo) e pelos desfiles alegóricos ao jeito do Admirável Mundo Português e comece de facto a estudar e a colher dividendos de iniciativas que capitalizem a nossa História, a nossa capacidade de estar no mundo.
Portugal, felizmente, tem muitos Medinas Carreiras, mas não tem só isso. Se assim fosse, Portugal seria um pouco a Madeira.
Caro Pisca,
ResponderEliminarDiz o velho "temos um Estado social que alimenta mais de 5 milhões de pessoas entre funcionários, desempregados, doentes e pensionistas."
Não se pode exterminá-lo por achar só é válido quem é produtivo e os desempregados doentes e pensionistas, gente descartável, que só dá despesa?
As imagens, mesmo na Internet, estão protegidas por uma coisa chamada Direito de Autor.
ResponderEliminarAbraço
Pedro Palma