À medida que os dias vão passando, torna-se evidente a falta de preparação do líder do PSD. A cada novo dia, Passos Coelho sai-se com mais uma afirmação categórica, cuja particularidade é desdizer o que, dias antes, afirmara com a mesma determinação.
E fica claro que o PSD apenas ambiciona o poder e não tem um líder à altura da crise. O demónio chamado Sócrates, por mais defeitos (e são muitos), mostrou-se capaz de resistir bem à crise e, mesmo com uma dívida colossal, soube resistir à pressão e gula dos mercados.
Passos Coelho saiu de Portugal, no dia a seguir ao anúncio do pedido de demissão do primeiro-ministro, para ser confrontado com uma Europa que lhe pediu medidas, e a ideia com que se fica é que foi apenas aí que o senhor tomou consciência do valor de Sócrates. Agora, não se cansa de dizer que "Votámos contra o pacote de austeridade, não porque foi longe demais, mas porque não vai suficientemente longe para obter resultados na dívida pública".
A credibilidade deste senhor é, de facto, reduzida e não prenuncia nada de bom. Não prece ter estofo para levar o país a bom porto.
Se a máquina de propaganda do PSD não controlar as aparições do líder, não me espantaria que as intenções de voto começassem a descer e que os resultados do PSD ficassem muito colados aos do PS (e até já podemos ouvir Passos Coelho dizer, naquele seu estilo troca-tintas, que a intenção dos portugueses foi, claramente, a de pedir um governo de bloco central).
Passos Coelho quis aparecer como um homem diferente de Sócrates. Moderado, aberto, disposto ao diálogo, mas a coisa não lhe tem saído bem, pela simples razão de que não tem experiência, nem calo para o que está em jogo. Quando tiver, distinguir-se-á de Sócrates?
Para já, Passos Coelho e o PSD conseguiram que Portugal perdesse uma batalha que parecia estar a ganhar: "o país estava no limite de ser o primeiro a aceder a um apoio na modalidade revista do fundo que apoiou a Grécia e a Irlanda ou de nem ter que recorrer a esse fundo". Porquê? Porque houve demasiada gula e precipitação. As últimas declarações de Passos Coelho são bem a prova disso mesmo. Ele já percebeu que Portugal precisa de executar políticas difíceis e extremamente impopulares, com reformas estruturais, para poder, daqui a alguns anos, levantar a cabeça.
Pena que não tenha percebido isso mais cedo. Pena que a gula do seu partido pelo poder o tenha levado a dar um péssimo passo.
E fica claro que o PSD apenas ambiciona o poder e não tem um líder à altura da crise. O demónio chamado Sócrates, por mais defeitos (e são muitos), mostrou-se capaz de resistir bem à crise e, mesmo com uma dívida colossal, soube resistir à pressão e gula dos mercados.
Passos Coelho saiu de Portugal, no dia a seguir ao anúncio do pedido de demissão do primeiro-ministro, para ser confrontado com uma Europa que lhe pediu medidas, e a ideia com que se fica é que foi apenas aí que o senhor tomou consciência do valor de Sócrates. Agora, não se cansa de dizer que "Votámos contra o pacote de austeridade, não porque foi longe demais, mas porque não vai suficientemente longe para obter resultados na dívida pública".
A credibilidade deste senhor é, de facto, reduzida e não prenuncia nada de bom. Não prece ter estofo para levar o país a bom porto.
Se a máquina de propaganda do PSD não controlar as aparições do líder, não me espantaria que as intenções de voto começassem a descer e que os resultados do PSD ficassem muito colados aos do PS (e até já podemos ouvir Passos Coelho dizer, naquele seu estilo troca-tintas, que a intenção dos portugueses foi, claramente, a de pedir um governo de bloco central).
Passos Coelho quis aparecer como um homem diferente de Sócrates. Moderado, aberto, disposto ao diálogo, mas a coisa não lhe tem saído bem, pela simples razão de que não tem experiência, nem calo para o que está em jogo. Quando tiver, distinguir-se-á de Sócrates?
Para já, Passos Coelho e o PSD conseguiram que Portugal perdesse uma batalha que parecia estar a ganhar: "o país estava no limite de ser o primeiro a aceder a um apoio na modalidade revista do fundo que apoiou a Grécia e a Irlanda ou de nem ter que recorrer a esse fundo". Porquê? Porque houve demasiada gula e precipitação. As últimas declarações de Passos Coelho são bem a prova disso mesmo. Ele já percebeu que Portugal precisa de executar políticas difíceis e extremamente impopulares, com reformas estruturais, para poder, daqui a alguns anos, levantar a cabeça.
Pena que não tenha percebido isso mais cedo. Pena que a gula do seu partido pelo poder o tenha levado a dar um péssimo passo.
Pode votar Sócrates à vontade... pois além da competência que lhe reconhece também lhe deve reconhecer o carácter, a honestidade e o facto de ter sido capaz de nos colocar longe do risco da bancarrota ao fim de seis anos de poder.
ResponderEliminarCefaria, obrigado pelo seu apelo ao voto. Mas se tem seguido o ritmo de caracol aqui da coisa, pode verificar que nunca por cá se propalaram vivas a Sócrates. O que não nos impede de as poder vir a tecer. É que não corremos sob nenhuma espécie de clube, político, cultural ou desportivo. Apenas nos importa o livre-arbítrio ou, melhor, o podermos ser livres de pensar pela nossa cabeça, mesmo quando os dados que possuímos sejam diminutos.
ResponderEliminarSócrates tem muito defeitos, mas está notoriamente melhor preparado do que Passos Coelho. Quem ontem dizia "nunca" e hoje diz "muito mais", só revela falhas graves, que são de molde a desconfiar do que aí vem.
Governar exige estofo e boa formação. Sócrates tem estofo. Passos Coelho, por ora, revela não ter uma coisa nem outra.
Quanto à bancarrota, olhe para os outros países europeus (mesmo ali pròs lados de Albion) e veja como andam. Sócrates podia ter posto as contas em ordem e não foi capaz. Cedeu. E fez outras coisas pouco recomendáveis. Mas quando apresentou o PEC IV Passos Coelho disse que mais não e agora quer estar na linha da frente a dizer que não chega é preciso um PEC V e mais umas quantas coisas. Fá-lo depois de ter levados uns puxões de orelhas em Bruxelas.
Se não gosta de Sócrates (quem gosta, não sendo militante do PS?), acha que Passos Coelho está preparado para defender Portugal?
Eu tenho muitas dúvidas. Mas os próximos dias serão clarificadores, pois no meio do ruído que se avizinha sairão mais dados e poderemos ver o que a casa gasta.
Melhores cumprimentos do Pisca
Passos Coelho é tão disforme nas suas palavras (e intenções?) que Sócrates nem precisa de lhe responder.
ResponderEliminarE o que pensar do nosso PR que fala à Bloomberg sobre a situação política nacional e por estas bandas emerge apenas para felicitar Souto Moura? Oh Eça, a tua ironia toca-me profundamente nestes tempos que (es)correm...
Cumprimentos,
Daniela