A crise tem mexido e inquietado quem em Portugal se dedica aos negócios da cultura e está dependente do Estado ou dos dinheiros públicos para realizar as suas actividades, muitas vezes por questões que têm a ver com a forma da lei.
Realizadores e produtores de filmes, museus e outros manifestam-se publicamente contra a política do governo de há tempos a esta parte.
A cultura de que falamos dá poucos votos. Não é popular, no sentido em que o analfabetismo da população passa ao lado de quase tudo. E embarra numa classe dirigente também ela grosso modo semi-analfabeta e muito preocupada com a sobrevivência política.
Portugal é um país europeu que sofre ainda consequências de políticas que fecharam o território nacional e os seus habitantes ao mundo. Mas que sempre alimentou uma classe empresarial pouco criativa e muito dada a fazer depressa grandes fortunas. Só nas duas últimas décadas se notou uma certa aposta no binómio I&D, investigação e design. E os resultados dessa aposta parecem ganhos para alguns. Mas ainda se continua a laborar muito na base da mão de obra barata, em salários miseráveis e num tipo de estratégia empresarial quase obsoleta. Em Portugal os empresários ganham para "investir" em automóveis, vivendas e outros luxos afins, num sinal claro de miséria mental.
Que os governantes olhem sistematicamente para a cultura como um prolongamento da propaganda ou como um desperdício evidencia a ignorância que os norteia. A cultura está intimamente ligada à vida dos nossos dias. Basta olhar para aquilo que as pessoas têm por bom e que desejam, falemos de bens de primeira necessidade ou de outro tipo de bens.
Apesar de dar emprego a muita gente, o Estado continua a ter uma dinâmica pesada, mais preocupada com o custo do que em perceber como é em cultura que se deve falar de investimento, criação e potenciação de energia vital.
É fácil confundir marketing e propaganda com actividade cultural porque ambos trabalham ao nível da percepção e da criação de discursos que são assimilados pelas pessoas e as podem inspirar a ser melhores profissionais, melhores cidadãos, melhores pessoas. (Quando nos ficamos pelo marketing, a preocupação é quase só financeira, tendo em vista o lucro de alguns).
Por isso é doloroso ver que os agentes culturais têm de vir para as páginas dos jornais (1, 2, 3)reclamar pelo que deveria ser o cumprimento de um imperativo nacional. E mais doloroso é quando se vê como os supostos representantes do povo, por ele eleitos se incomodam tanto em viajar em económica ou em executiva (em tempos de crise e de contenção) mas não se preocupam com a sobrevivência nacional. Fazem-nos, é certo, dentro da velha tradição lusa de olharem para os umbigos e para as suas carteiras e benesses. Fazem-no demonstrando uma vez mais que o país é miserável não pela falta de produtividade das pessoas em geral, mas pela falta de produtividade deste tipo de gestores/legisladores.
Realizadores e produtores de filmes, museus e outros manifestam-se publicamente contra a política do governo de há tempos a esta parte.
A cultura de que falamos dá poucos votos. Não é popular, no sentido em que o analfabetismo da população passa ao lado de quase tudo. E embarra numa classe dirigente também ela grosso modo semi-analfabeta e muito preocupada com a sobrevivência política.
Portugal é um país europeu que sofre ainda consequências de políticas que fecharam o território nacional e os seus habitantes ao mundo. Mas que sempre alimentou uma classe empresarial pouco criativa e muito dada a fazer depressa grandes fortunas. Só nas duas últimas décadas se notou uma certa aposta no binómio I&D, investigação e design. E os resultados dessa aposta parecem ganhos para alguns. Mas ainda se continua a laborar muito na base da mão de obra barata, em salários miseráveis e num tipo de estratégia empresarial quase obsoleta. Em Portugal os empresários ganham para "investir" em automóveis, vivendas e outros luxos afins, num sinal claro de miséria mental.
Que os governantes olhem sistematicamente para a cultura como um prolongamento da propaganda ou como um desperdício evidencia a ignorância que os norteia. A cultura está intimamente ligada à vida dos nossos dias. Basta olhar para aquilo que as pessoas têm por bom e que desejam, falemos de bens de primeira necessidade ou de outro tipo de bens.
Apesar de dar emprego a muita gente, o Estado continua a ter uma dinâmica pesada, mais preocupada com o custo do que em perceber como é em cultura que se deve falar de investimento, criação e potenciação de energia vital.
É fácil confundir marketing e propaganda com actividade cultural porque ambos trabalham ao nível da percepção e da criação de discursos que são assimilados pelas pessoas e as podem inspirar a ser melhores profissionais, melhores cidadãos, melhores pessoas. (Quando nos ficamos pelo marketing, a preocupação é quase só financeira, tendo em vista o lucro de alguns).
Por isso é doloroso ver que os agentes culturais têm de vir para as páginas dos jornais (1, 2, 3)reclamar pelo que deveria ser o cumprimento de um imperativo nacional. E mais doloroso é quando se vê como os supostos representantes do povo, por ele eleitos se incomodam tanto em viajar em económica ou em executiva (em tempos de crise e de contenção) mas não se preocupam com a sobrevivência nacional. Fazem-nos, é certo, dentro da velha tradição lusa de olharem para os umbigos e para as suas carteiras e benesses. Fazem-no demonstrando uma vez mais que o país é miserável não pela falta de produtividade das pessoas em geral, mas pela falta de produtividade deste tipo de gestores/legisladores.
Depois de ter conseguido a pior execução orçamental dos últimos 10 anos na DRC com cortes e recusas sucessivas GC meteu em trabalhos para os quais não tem capacidade de resolução. Anda mais preocupada com sessões fotográficas para a Vogue, a ver num dos próximos números.
ResponderEliminarNa região as coisas também não andam nada bem. Já vamos quase a meio de Julho e os agentes culturais nada sabem sobre as candidaturas apresentadas em Março. Teme-se o pior.
http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=DL72A
ResponderEliminarPetição Plataforma Geral da Cultura