16 março 2010

Curiosa forma de vida

O Estado gasta muito dinheiro com o salário dos seus funcionários. Precisa desses funcionários? Se precisa é uma despesa necessária. Se não precisa, tem que se libertar dessa mão-de-obra.
A eficiência consegue-se de muitas maneiras. Dizem que a melhor é envolvendo as pessoas nos projectos. Mas isso parece ser coisa que ao Estado pouco importa. O Estado é gerido por pessoas que são eleitas e escolhem as chefias. Auferem os vencimentos mais elevados, têm benesses e regalias impensáveis para o comum do funcionário. Mas para os governantes conservarem o poder há custos. Curiosamente, ninguém se preocupa com isso. Gasta-se em publicidade, outsourcing, projectos, estudos, pareceres e consultoria uma fortuna. Quase cem milhões de euros por ano.
A crise, já se sabe, é para o mexilhão. Que sofre na pele tudo e mais alguma coisa. E que paga. E bem. Paga as altas cilindradas e o combustível. Paga almoços, jantares, hotéis e outras despesas "de representação", paga flores, paga adereços, paga casas e palácios, paga contas astronómicas de telefone, de luz, de água; de papel, computadores, impressoras.
Quem reduz essas despesas?
Às vezes, ouve-se dizer que no museu X ou na biblioteca Y não há dinheiro para... papel higiénico. Pois.

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