Maria de Lurdes Rodrigues podia ser uma gestora de topo na France Telecom. Tem ou desenvolveu dotes de terrorista. Fala e os subordinados reagem, alguns como se fossem militantes do PP, enfatizando a segurança.
Lurdes Rodrigues continua o seu trabalho de terror. Diz, entre outras coisas, que as escolas devem enfrentar o "desafio da qualidade das aprendizagens dos alunos", pelo que "serão cada vez mais solicitadas a responder pelos resultados obtidos pelos seus alunos". Ao dizê-lo está a querer passar a mensagem de que com a avaliação os professores serão directamente responsabilizados pelos resultados dos alunos, ou seja, está subrepticiamente a induzi-los a facilitar a vida aos alunos para que estes transitem sempre de ano. Mas não o faz, claro, com a mesma ingenuidade com que o fazia de início. Não. Coloca o enfoque na "qualidade". Termo vazio de sentido, pois em lado nenhum está definido o que seja qualidade. Mas como é um chavão que sindicatos e professores usaram contra as ditas políticas que ela e o governo em que estava traçaram, Marilu tenta voltar o feitiço contra o feiticeiro.
De facto, cada vez mais a educação é uma fachada. Interessa pouco o tipo de aprendizagem que se leva a cabo. Importa sobremaneira o resultado final: que os alunos passem sempre de ano e que Portugal possa apresentar taxas de sucesso muito elevadas. De resto, os pais que ainda se preocupam cada vez mais deslocam os seus filhos para escolas privadas, com pergaminhos e provas dadas, de forma a que eles possam estar habilitados a "grandes desafios".
Atente-se no modo como Marilu não esquece este pequeno mas significativo grupo: "Se aceitamos a escolaridade longa, precisamos de aceitar que todos podem aprender e ser ensinados, mesmo os que têm dificuldades ou menos motivação", uma incumbência que disse caber também às famílias e empresas, que devem ser mais exigentes em relação ao nível de educação dos jovens.
Ela aprendeu muito. Sabe agora como dizer as coisas, embora ainda não consiga que a sua comunicação seja eficaz. Dividiu demasiado para que isso seja possível.
Em Portugal ninguém é impedido de frequentar a escola, seja qual for o nível de ensino. Ainda que ao ouvir Marilu se seja levado a supor que isso acontece. No entanto, para cumprir a meta da obrigatoriedade de 12 anos de escolaridade, o grau de exigência do ensino vai ter de baixar ainda mais. Marilu sabe-o bem. Sabe que os professores do ensino secundário ainda resistem ao "eduquês". Mas vão ser obrigados a papaguear o "eduquês" com a mesma convicção com que Marilu o faz. Em Portugal vai-se descobrir uma maneira de pôr a população toda a gostar de óleo de fígado de bacalhau. Porque Sócrates e Marilu e muita outra gente assim o quer. Um querer que lhes vem de prestígios que desejam obter, de manias que tanto assimilaram que se tornaram incapazes de perceber que não passam de manias, senão mesmo de puros disparates. Mas, como sempre assim é, vamos andar uma geração a querer demonstrar que a Terra está no centro do universo e quando, depois de tanta cabeçada e dores de cabeça, se chegar lentamente à conclusão de que as premissas estavam erradas, vão inventar novas maneiras de demonstrar que a Terra é plana e paralelipípeda.
O terror é isto. Constranger as pessoas a tomar as ilusões pela realidade.
Lurdes Rodrigues continua o seu trabalho de terror. Diz, entre outras coisas, que as escolas devem enfrentar o "desafio da qualidade das aprendizagens dos alunos", pelo que "serão cada vez mais solicitadas a responder pelos resultados obtidos pelos seus alunos". Ao dizê-lo está a querer passar a mensagem de que com a avaliação os professores serão directamente responsabilizados pelos resultados dos alunos, ou seja, está subrepticiamente a induzi-los a facilitar a vida aos alunos para que estes transitem sempre de ano. Mas não o faz, claro, com a mesma ingenuidade com que o fazia de início. Não. Coloca o enfoque na "qualidade". Termo vazio de sentido, pois em lado nenhum está definido o que seja qualidade. Mas como é um chavão que sindicatos e professores usaram contra as ditas políticas que ela e o governo em que estava traçaram, Marilu tenta voltar o feitiço contra o feiticeiro.
De facto, cada vez mais a educação é uma fachada. Interessa pouco o tipo de aprendizagem que se leva a cabo. Importa sobremaneira o resultado final: que os alunos passem sempre de ano e que Portugal possa apresentar taxas de sucesso muito elevadas. De resto, os pais que ainda se preocupam cada vez mais deslocam os seus filhos para escolas privadas, com pergaminhos e provas dadas, de forma a que eles possam estar habilitados a "grandes desafios".
Atente-se no modo como Marilu não esquece este pequeno mas significativo grupo: "Se aceitamos a escolaridade longa, precisamos de aceitar que todos podem aprender e ser ensinados, mesmo os que têm dificuldades ou menos motivação", uma incumbência que disse caber também às famílias e empresas, que devem ser mais exigentes em relação ao nível de educação dos jovens.
Ela aprendeu muito. Sabe agora como dizer as coisas, embora ainda não consiga que a sua comunicação seja eficaz. Dividiu demasiado para que isso seja possível.
Em Portugal ninguém é impedido de frequentar a escola, seja qual for o nível de ensino. Ainda que ao ouvir Marilu se seja levado a supor que isso acontece. No entanto, para cumprir a meta da obrigatoriedade de 12 anos de escolaridade, o grau de exigência do ensino vai ter de baixar ainda mais. Marilu sabe-o bem. Sabe que os professores do ensino secundário ainda resistem ao "eduquês". Mas vão ser obrigados a papaguear o "eduquês" com a mesma convicção com que Marilu o faz. Em Portugal vai-se descobrir uma maneira de pôr a população toda a gostar de óleo de fígado de bacalhau. Porque Sócrates e Marilu e muita outra gente assim o quer. Um querer que lhes vem de prestígios que desejam obter, de manias que tanto assimilaram que se tornaram incapazes de perceber que não passam de manias, senão mesmo de puros disparates. Mas, como sempre assim é, vamos andar uma geração a querer demonstrar que a Terra está no centro do universo e quando, depois de tanta cabeçada e dores de cabeça, se chegar lentamente à conclusão de que as premissas estavam erradas, vão inventar novas maneiras de demonstrar que a Terra é plana e paralelipípeda.
O terror é isto. Constranger as pessoas a tomar as ilusões pela realidade.
Terrorismo é fomentar a irresponsabilidade.
ResponderEliminarO que não me parece ser o caso.
Bem pelo contrário.