02 julho 2009

Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004)


Um lustro correu já sobre a morte de Sophia. Com dois dos seus poemas lhe prestamos homenagem.

Maria Natália Teotónio Pereira

Aquela que tanto amou
O sol e o vento da canção
Agora jaz no silêncio terrestre
Oculta na ressurreição

Porque em seu viver nascia
Porque estando era procura
Sua imagem permanece
Não passada mas futura

Sempre que rio e confio
E passo além do meu pranto
A sua presença irrompe
Erguida em nós como canto

Aquela que agora jaz
Como semente no chão
Ergue no vento seu riso
Transpõe a destruição

[in Dual, 1972]


Biografia

Tive amigos que morriam, amigos que partiam
Outros quebravam o seu rosto contra o tempo.
Odiei o que era fácil
Procurei-te na luz, no mar, no vento.

[in Mar Novo, 1958]

Sem comentários:

Enviar um comentário