27 julho 2009

Coitado do pobre

Bastaram as eleições europeias para o pobre descobrir aquilo que já todos sabíamos: que governar à direita e ser do centro dá maus resultados.
Sócrates perdeu. O PS perdeu. A cosmética de última hora não engana ninguém. As autárquicas serão um parênteses para a grande derrota do PS. Partido que jamais chegara à maioria absoluta e que nunca mais a deve voltar a ter. Fica com tiques de arrogância e torna-se prepotente.
A democracia é uma máscara com que brinca, mas o maralhal não é tão parvo quanto o PS e Sócrates crêem.
Dizer mal ou bem de Sócrates é secundário. O que importa é o legado dele. E que legado é esse? Em que é que o país se transformou? Santana foi corrido do governo do país e por causa dele Sócrates alcançou a maioria absoluta. Prometeu reduzir o défice e fartou-se de brincar com a sua massa eleitoral de apoio. O défice aumentou e muito.
Prometeu criar emprego e o desemprego disparou.
Conseguiu que a classe profissional mais egoísta e desunida cerrasse fileiras contra o seu Ministério da Educação.
Mostrou como ter sucesso educativo: ser militante de carreira e fazer o curso com cartões, depois de ter tacho público de relevo.
E aos poucos os portugueses que tinham dúvidas perceberam quem é que Sócrates estava a defender, a quem é que ele dava o dinheiro dos contribuintes. Os que trabalham têm de apertar o cinto, receber menos reforma (quando lá chegam e se chegam). Os que vivem da especulação recebem salários opíparos, refastelam-se com as prebendas públicas (dinheiro dos contribuintes - dos que trabalham e não são familiares de Sócrates, fugindo ao fisco ou adquirindo propriedades 10 vezes superiores ao vencimento que declaram auferir).
Isto não é dizer mal, é apenas contribuir para o bem-estar de um país em que pouco mais se pode fazer além de gastar uns tiros de pólvora seca. Enquanto não chegam as eleições, claro.
Quanto a Sócrates, quem se lembrará dele na próxima legislatura?

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