06 julho 2009

Arre burra!


A aldeia de Carpinteiro, Guarda, organiza todos os anos uma concentração de burros. O burro doméstico (Equus asinus, Lin.) é animal de uma sobriedade notável, come pouco e contenta-se com forragem e grãos de inferior qualidade que outros animais rejeitariam. A água, porém, tem de ser límpida e sem qualquer cheiro, preferindo sempre as dos regatos e ribeiros já seus conhecidos.
Era muito utilizado como animal de carga e nos trabalhos agrícolas, sendo comum na paisagem portuguesa até aos anos 70 do século passado. Aos poucos, foi desaperecendo e hoje restam poucos.
O poeta espanhol Juan Ramón Jiménez cantou-o em Platero e eu (1917): "Platero é pequeno, peludo, suave; tão macio, que dir-se-ia todo de algodão, que não tem ossos. Só os espelhos de azeviche dos seus olhos são duros como dois escaravelhos de cristal negro."

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