Nove horas? Onde? No Japão? Noutro lugar distante. Não, não pode ser. Deve ter havido engano, confundiram um 4 com um 9.
Parece que Maria José Araújo, do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto, concluiu que uma criança pequena em idade escolar trabalha em média nove horas por dia. Onde é que foi buscar esse horário?
Reparem: a escola primária começa às 9h00. Às 10h30 param e têm 20 minutos de intervalo. E voltam a parar ao meio-dia, havendo hora a hora e meia de almoço. Seguem-se mais duas horas depois, com um intervalo pelo meio. Tudo junto, dará 4 horas de aula e chamar-lhe trabalho é um pouco forçado, pois as crianças passam grande parte do tempo distraídas e a brincar.
Os TPC não nenhum papão. São um modo de reforçar conhecimentos trabalhados na sala de aula. Que muitas crianças os rejeitem e executem mecanicamente é um sinal dos tempos. Tempos tão ambíguos que, fruto do excesso de tempo que os pais passam fora de casa, pretendem atirar para cima da escola aquilo que é obrigação de qualquer família: educar, incentivar, estimular, desenvolver.
Não é fácil, claro. Mas o que é que na vida é fácil? Os pais prefeririam trabalhar pouco e ganhar muito, mas já se vão dando por satisfeitos quando têm emprego, mesmo que sejam explorados.
O esforço é uma chatice, pois é. Mas é essencial para apetrechar os mais novos com habilidades (podem chamar-lhe competências) que doutro modo não adquirem. Porque não é a brincar que aprendem, é aprendendo.
A não ser que se pense que a escola deveria ser um simples jardim de infância, onde os alunos chegariam analfabetos e contentes ao final dos ciclos de ensino com um diploma de incapazes.
Pode haver professores que abusam dos TPC. Em qualquer profissão há abusos. Mas daí a pretender que os TPC são uma violência, é um pouco exagerado. E revela pouco conhecimento da realidade. São muitos os alunos que não os realizam. E são cada vez mais os que chegam ao fim do 9.º ano com grandes dificuldades em ler enunciados (instruções). O que poderá ser perigoso, pensem só nos tipos de trabalho que pedem essa competência que se supõe básica.
Há tanto para fazer nas escolas. Não são os magalhães nem disparates como este que vão resolver nada. Além de que insistir neste tipo de coisas agrava o estado de coisas e faz com que haja cada vez mais pais a demitirem-se de tudo o que diga respeito à educação dos seus filhos.
Parece que Maria José Araújo, do Centro de Investigação e Intervenção Educativas (CIIE) da Universidade do Porto, concluiu que uma criança pequena em idade escolar trabalha em média nove horas por dia. Onde é que foi buscar esse horário?
Reparem: a escola primária começa às 9h00. Às 10h30 param e têm 20 minutos de intervalo. E voltam a parar ao meio-dia, havendo hora a hora e meia de almoço. Seguem-se mais duas horas depois, com um intervalo pelo meio. Tudo junto, dará 4 horas de aula e chamar-lhe trabalho é um pouco forçado, pois as crianças passam grande parte do tempo distraídas e a brincar.
Os TPC não nenhum papão. São um modo de reforçar conhecimentos trabalhados na sala de aula. Que muitas crianças os rejeitem e executem mecanicamente é um sinal dos tempos. Tempos tão ambíguos que, fruto do excesso de tempo que os pais passam fora de casa, pretendem atirar para cima da escola aquilo que é obrigação de qualquer família: educar, incentivar, estimular, desenvolver.
Não é fácil, claro. Mas o que é que na vida é fácil? Os pais prefeririam trabalhar pouco e ganhar muito, mas já se vão dando por satisfeitos quando têm emprego, mesmo que sejam explorados.
O esforço é uma chatice, pois é. Mas é essencial para apetrechar os mais novos com habilidades (podem chamar-lhe competências) que doutro modo não adquirem. Porque não é a brincar que aprendem, é aprendendo.
A não ser que se pense que a escola deveria ser um simples jardim de infância, onde os alunos chegariam analfabetos e contentes ao final dos ciclos de ensino com um diploma de incapazes.
Pode haver professores que abusam dos TPC. Em qualquer profissão há abusos. Mas daí a pretender que os TPC são uma violência, é um pouco exagerado. E revela pouco conhecimento da realidade. São muitos os alunos que não os realizam. E são cada vez mais os que chegam ao fim do 9.º ano com grandes dificuldades em ler enunciados (instruções). O que poderá ser perigoso, pensem só nos tipos de trabalho que pedem essa competência que se supõe básica.
Há tanto para fazer nas escolas. Não são os magalhães nem disparates como este que vão resolver nada. Além de que insistir neste tipo de coisas agrava o estado de coisas e faz com que haja cada vez mais pais a demitirem-se de tudo o que diga respeito à educação dos seus filhos.
Tal e qual... completamente de acordo.
ResponderEliminarPois é, às vezes não se sabe tudo. Depois das 16:30 muitos miúdos têm as famosas actividades de extensão curricular até às 18:30 e, talvez não saiba, existe uma outra coisa chamada Componente de apoio à família que permite ter os meninos na escola até às 19:30. Ainda lhe podia dizer que alguns miúdos por causa do trabalho dos pais vão para a escola antes das 8:30. Como dizia Guterres é só fazer as contas.
ResponderEliminarPois é, Zé Morgado. Mas aqui não se trata de um problema de aritmética. Trata-se de demagogia. Esses alunos que os pais têm de deixar na escola às 8h00 e só vão buscar às 19h30 passam na escola quase doze horas. Podem fazer aí os TPC.
ResponderEliminarJá ouvi pais pedirem que a escola esteja aberta até mais tarde. É um problema social que exige uma política social. Já quanto aos TPC, trata-se de escolarização. Confundir as coisas só porque dá jeito é perigoso e pode ter efeitos nocivos.