08 abril 2009

Um dia de cada vez


Tantas coisas e ao mesmo tempo tanto nada. Quando os sentidos são muito estimulados há como que um curto-circuito e parece que tudo perde a cor e o sabor.
Assim, em tempos de abundância há como que um adormecimento colectivo que, dependendo dos lugares e das circunstâncias, pode despoletar reacções intensas em tempos de carência.
Em termos económicos já todos mais ou menos perceberam que as certezas de há meses se esfarelaram. Em termos de cultura é que ainda se continua a pensar como há meses. As livrarias cheias de lixo, os teatros às moscas...
No entanto, mesmo em Portugal há quem continue a criar e vá, a pouco e pouco, obtendo o reconhecimento que merece. Como acontece com A. M. Pires Cabral que, por viver longe do provincianismo de Lisboa, se viu remetido para um escuro e silencioso lugar, donde foi resgatado pelos que encontraram nas palavras de Joaquim Manuel Magalhães sobre a poesia de Pires Cabral uma ponte para os seus versos e para uma admiração que não tem parado de crescer.
Paralelamente, a sua prosa é premiada com o Grande Prémio DST de Literatura pelo romance Cónego. Que esse prémio faça outros descobrir o fulgor da sua poesia, por exemplo de Arado, de que ontem trancrevemos um poema.

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