23 abril 2009

Limpar a memória


A memória colectiva dos portugueses sempre foi fraca. O que não espanta. São muitos séculos de ignorância e de miséria.
Que nos dias de hoje haja quem queira transformar um ditador num herói, só mostra como a indiferença geral faz parte do quotidiano. Salazar foi um ditador. E no seu tempo jamais se poderia dar o nome de Humberto Delgado a uma praça ou a uma rua. No entanto, para os democratas da terra natal do ditador, atribuir à praça o seu nome é não só legítimo como ainda se argumenta que ele faz parte da nossa história. Há mais ditadores. Por isso, poderiam os de lá de Santa Comba Dão começar a designar as artérias com quantos ditadores influenciaram a nossa vida: Hitler, Estaline, Franco, Pinochet e por aí fora. Sempre a pretexto de que "quer se goste ou não, faz parte da história".

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