19 fevereiro 2009

Uma cultura laxista e baseada na calúnia

Temos uma cultura de diz-se que diz-se que. Já várias vezes assisti a conversas onde Fulano ou Beltrano garante a pé juntos que, apesar de não ter estado presente, foi tal e qual como diz.
As relações humanas são feitas com muito de invísivel, caldeando desejos, receios, preconceitos, perversões, anseios e mais. Basta que alguém, um elo mais fraco numa determinada cadeia humana, seja exposto para virem uns quantos predadores enfiar o dente e garantir que dado acontecimento se passou como elas descrevem, embora nenhuma tenha presenciado de facto os acontecimentos.
E se vos disser que já assisti a várias conversas destas entre professores, na tentativa de um pequeno linchamento moral de outrem?
Agora imaginem a pressão que não recai sobre os ombros das vítimas, quando ainda têm o azar de sofrer humilhações da parte de encarregados de educação ou até de alguns alunos (a má formação está geograficamente muito bem disseminada).
Retoricamente, podem vir estes ou aqueles minimizar as agressões mas elas constituem algo tão intolerável que, como disse em tempos, o senhor Procurador, são crimes.
Como é que alguns pais partem tão facilmente para a agressão a um professor? Porque reina um certo clima de impunidade - foram muitos anos a dizer mal dos professores, a demonizá-los, a assacar-lhes a má educação dada pelos pais em casa - e de irresponsabilidade.
O que era bom era que os jornais, rádios e TVs que são tão rápidos em explorar o espectáculo, cobrissem com a mesma expectacularidade as sentenças, sempre que elas venham a ser tomadas em tempo útil.

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