07 fevereiro 2009

Esther Ferrer (San Sebastián, 1937)




Esther Ferrer, espanhola, artista, mulher.


Mora em Paris e é a artista da ARCO deste ano. O El País dedica-lhe algum espaço e nós, que gostamos de a ler, aproveitamos para umas quantas transcrições: "Tom [Johnsony, o marido] e eu escolhemos todos os anos os livros que não vamos voltar a ler más e pômo-los à porta para que os levem".


"Não gosto de ter. Não me agrada possuir objectos. Agradar-me-ia ter menos. Ter um tecto basta-me. Acumulo apenas obras de arte porque não tenho outro remédio. Compro poucas coisas, roupa, ou o que seja. Comprar não me dá satisfação nem segurança. Não me traz nada. Consumir não me vai tirar a angústia de viver, assim sendo para que o hei-de fazer?"


"Eu gosto muito de trabalhar o absurdo, de fazer as coisas muito simples. Quando me ponho a pensar uma performance, passo o dia a tirar. Não digo que seja uma depuração, mas que consiste em extrair todo o supérfluo, o adorno. Não pretendo gratificar o espectador. O meu trabalho é muitas vezes muito seco, mais que sóbrio. E a mim agrada-me muito o rococó e o barroco, mas para outros o façam. O expressionismo inclusive, interessa-me muito como espectadora. Quero que no que é meu tudo saia de forma natural, quase sozinho. Como os números, 1, 2, 3 são maravilhosos. Não há nenhum drama. O drama, se quer, acrescenta-o o que vê".

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