07 janeiro 2009

O milagre


A economia vai contrair-se, mas o rendimento disponível das famílias vai ter, em média, um crescimento real. Apenas para os que mantiverem os empregos. E para os que recebem boas reformas. A maioria do povo continuará a vidinha triste de sempre.

A subida de 1,6 por cento representa para os homens do Banco de Portugal uma façanha, pois é o melhor resultado desde 2001. Isto acontece porque, ao mesmo tempo que se registam alguns aumentos nominais dos salários e pensões, a taxa de inflação deverá cair para um por cento, o valor mais baixo desde que o país está em democracia.

O problema das previsões é esse, são previsões. A inflacção sempre é calculada por baixa e acaba sempre por subir. Veremos se as anunciadas baixas são para manter ou se haverá surpresas lá para o segundo trimestre.

Outro problema é se as empresas nacionais terão ou não capacidade de exportação e se o país importará na mesma proporção de anos anteriores. Já vimos há tempos que quanto a produtos de luxo, os portugueses continuam pródigos em compras. Pois a lusa classe possidente sempre pautou a sua vidinha pela ostentação burgessa.

A classe média, depauperada, conseguirá algum desafogo? A ver vamos.

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