Nós somos todos uns ingratos. Nunca aplaudimos a acção extraordinária de Sócrates. Ele é um cúmulo de empenho e esforço. Como ele próprio diz: “não se lidera assistindo a tudo do lado de fora”. De resto, já sabemos que se estamos onde estamos, enquanto país, é por causa da educação. Sócrates subiu a pulso (com cartões do ministério enviados aos profs.) e isso não lhe parece bem. A educação é fundamental para o sucesso económico do país. Vai daí, este governo quer acabar com esses professores que aprovam alunos que lhes mandam cartões.
Assim que todos forem licenciados à maneira de Sócrates o país vai dar um pulo enorme. Crê-se que ficará colado à Finlândia. O Algarve deixará de ser uma instância de férias de Verão e tornar-se-á uma estância de esqui. A Serra da Estrela perderá o seu lugar de relevo no turismo de inverno e apenas se consolará com a volta a Portugal em bicicleta.
Os portugueses emigrarão em massa para Espanha, que será, finalmente, dona absoluta da Península Ibérica.
E Sócrates será o grande timoneiro dessa aventura maravilhosa. Juntamente com esse grande líder sindical que é João Proença, um homem cheio de receios e de esperanças.
Ninguém pode dizer que o Sócrates não é realmente um cúmulo de empenho e esforço. Suou para mudar o Código de Processo Penal de maneira a resguardar o Paulo Pedroso, esforçou-se para arranjar um cargo ao Jorge Coelho na Mota-Engil, fez maratonas para entregar computadores Magalhães a miúdos na escola, apenas para que estes os vissem ser retirados após a saída da comunicação social. O homem esforça-se, só é pena ser um crápula!
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