22 novembro 2008

Pranto pela cidade do Porto


Foi, no século XIX, uma cidade rica em peripécias, em vida, em história e cultura. A pouco e pouco foi perdendo importância, para uma Lisboa cada vez mais centralista. Hoje é uma cidade quase morta.

Gaia e Matosinhos recolheram os centros comerciais, e a cidade para a qual foram feitas muitas promessas (a última teve o nome de Porto 2001) está a perder gente, vida, dinamismo. O actual presidente da câmara, bem como os antecessores, nada fizeram para revitalizar a cidade. As obras da Porto 2001 complicaram a vida à população e aos turistas e muitos deixaram de lá pôr os pés. O comércio foi-se ressentindo. Junte-se ao caldo azedo a migração da população jovem para as periferias ou para outros países e tem-se uma cidade que necessita urgentemente de captar população para o seu interior. Há centenas, senão milhares de casas devolutas. Há gente que gostaria de viver no centro da cidade, mas não pode, quer pelo preço, quer por falta de estacionamento. A vida cultural da cidade esmoreceu. Os cinemas fecharam portas. Os teatros ficaram sem dinheiro, pois para Rui Rio tudo o que não corresponda ao seu gosto de iletrado não serve.

Os comerciantes parece que acordaram agora. Agora que se aproximam as movimentações para as eleições autárquicas. Ainda bem. Já vá vai sendo tempo de o Porto debater a sua situação.

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