03 novembro 2008

Não é a crise, estúpido


O que aconteceu ao BPN (Banco Português de Negócios)?

A resposta (ou uma resposta) pela pena de Paulo Ferreira: «O caso BPN é um escândalo financeiro de uma dimensão e com contornos ímpares no Portugal democrático: é a primeira vez que o Estado é obrigado a tomar conta de uma instituição deste calibre por problemas criados por práticas deliberadas de alegados crimes. É de um caso de polícia que se trata.

(...) relações financeiras pouco transparentes entre accionistas e o banco; a opacidade permanente da lista de accionistas; o "despedimento" sucessivo de três empresas de auditoria externa que, no início da década, cumpriam o dever de colocar públicas reservas às contas do banco; a permanência em funções de um auditor, a BDO, que não fez qualquer alerta relevante às contas nos últimos anos; a elevada rotatividade de elementos do Conselho de Administração; e, como uma "cereja em cima do bolo", a proximidade com ex-governantes como Dias Loureiro, Daniel Sanches, Amílcar Theias ou Arlindo de Carvalho, além, obviamente, do próprio Oliveira e Costa, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais do PSD.»

Como é que isto é possível?

Hipótese a) O Banco de Portugal não tem tempo para minudências;

Hipótese b) Amigo não empata amigo;

Hipótese c) Os negócios são assim mesmo, às vezes dão para o torto.

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