16 novembro 2008

HTTP Error 404 - Político honesto


1 - Entra no Google: http://www.google.pt/
2 - Digita o seguinte: 'político honesto'
3 - Prime em 'Sinto-me com sorte' e não em 'Pesquisa do Google'
4 - Lê a mensagem de erro que dá, com atenção.


Depois esqueça-se disso e leia um pouco um texto de humor. Por exemplo, este: «o partido [PS] neste momento é uma máquina eleitoral, é uma máquina de poder. Deixou de ter uma vida própria e uma vida autónoma, a direcção do partido é o Governo.»

Não é um poema do poeta Alegre. É um desabafo do militante e deputado Manuel.

A gente, pisca como é, não entende. Se o PS é um partido de poder, parece-nos que pretende manter-se no poder. E faz o que pode e sabe para isso. Sócrates não é homem de ideologias, mas de práticas. E julga ele que a maioria dos tugas adora ditadores, mesmo que fale mal deles, mesmo que pareça enfadado. Alguma razão deve ter. Até porque para que a razão esteja do lado dele manobra bem a propaganda, que os jornais servem embalada em credibilidade.

Já o poeta Manuel Alegre (ou o militante ou ex-candidato presidencial) é um homem de ideologia. E aflige-o que o seu partido não lhe dê ouvidos. Os tempos, pelos vistos, não estão de feição alegre. Mas não tardarão a chegar esses ventos. Mais um ano de crise, de desemprego e sobretudo de novo governo americano trarão mudanças. Sócrates vai passar a preocupar-se com isso e Alegre voltará a ser um belo quadro nas paredes das secções do PS.

Os quadros são importantes, mas o que os militantes de topo querem é tratar da vidinha e defender a camisola. Pensar, estudar, aprofundar assuntos não é próprio desta época (algo que o modelo de avaliação dos professores de Sócrates e Maria de Lurdes confirma). O dito "pensamento único", a obediência, o servilismo, a ausência de autonomia e a nula criatividade são os valores de um país inculto, semi-analfabeto e ávido de dinheiro. Sócrates fala-lhes ao coração, Alegre não. Alegre quer ser o político honesto e a populaça não vai em cantigas.

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