«Che foi pouco mais que um aventureiro, um líder egocêntrico que foi elevado à categoria de mito impoluto depois da sua morte.» Quem o afirma é Juan José Sebreli (Buenos Aires, 1930), no livro Comediantes y mártires (Debate), obra em que analisa como quatro destacadas personalidades do século passado foram transformadas em mitos: o cantor de tangos Carlos Gardel, a actriz e política Evita Perón, o futebolista Diego Armando Maradona e Ernesto Che Guevara.
A análise mais contundente é a que dedica a Che, qualificando-o de "idiota político", algo que «não pretende ser um insulto, apenas a descrição objectiva de um determinado comportamento».
«Pode dizer-se que ele foi, à vez, um aventureiro, um santo e um herói, mas não um político».
O ensaio deste «pretigiado intelectual argentino», como o classifica o El País assenta em documentos e na interpretação que deles faz, juntamente com ses. «Se Che não tivesse conhecido Fidel Castro no México, provavelmente teria ido como bolseiro para Paris para estudar medicina, que era o que ele queria.»
Se o livro estiver todo ele assente em argumentos deste tipo, está bom de ver que se dão prémios a livros que só podem ser classificados de idiotas. Mas como os juízos críticos exigem a análise dos documentos, aguardemos para ver realmente do que se trata.
Para já está lançado o isco. Será que a propaganda vai surtir o efeito esperado?
Esse "prestigiado intelectual argentino" vai passar sem deixar marca digna de registo. Tomara ele ser uma pequena amostra de Che Guevara.
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