20 outubro 2008

Problemas da História de Portugal


Todos os que passaram pela escola recordarão as crises políticas de 1383-85, a da União Ibérica, a das lutas liberais, a da implantação da República. Mais recente, temos o 25 de Abril de 1974.

Sobre este último ponto, alguns dos protagonistas do depois ainda estão vivos e querem deixar registo das suas opiniões e do modo como o viveram.

António Pires Veloso, general do Exército na reforma, é um deles. Decidiu escrever um livro de memórias que sairá em breve. Aí afirma que o 25 de Novembro de 1975 foi uma espécie de renovação do 25 de Abril. Porque o Partido Comunista Português estava apostado em conquistar o poder pela força das armas. Ou seja, através de um golpe.

Mais: a guerra civil só não aconteceu porque o general Costa Gomes chamou Álvaro Cunhal e conseguiu influenciá-lo a desistir. Esta atitude, arrancada a Cunhal com muito esforço de Costa Gomes, surtiu um efeito muito negativo junto de alguns militantes comunistas que estavam no interior das sedes à espera das armas.

De resto, podemos ver que Pires Veloso tem alguns ódios de estimação: Ramalho Eanes e Melo Antunes. Sobre o primeiro diz «Sei que é uma pessoa sem carácter, que deixou Portugal à beira da guerra civil. Acreditei nele, ajudei-o no primeiro mandato de presidente e ele traiu-me, enganou todos, principalmente a região Norte. Quem controlava, ou seja, quem mandava no Eanes, era o Melo Antunes, que fazia o jogo do PCP.»

Sobre o segundo não é menos dócil: «a sua obsessão pelo comunismo era uma coisa doentia, era de um esquerdismo total e, para ele, quem fosse amigo do Sá Carneiro, já era fascista.»

O livro faz referência a muita outra gente que interveio na História: Mário Soares, Sá Carneiro, Cunhal, Vasco Lourenço e muitos outros.


Fonte: JN

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